Parte 41

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• Olivia Luthor •

— Já sabem o resultado? — Brooklyn pergunta me entregando o ketchup.

Nós duas estávamos em uma padaria perto da escola, ela tinha insistido que precisava comer depois do treino e cá estamos. Alguns dias já tinham passado desde o fatídico dia em que eu invadi o escritório da mãe dela. Confesso que tive medo de que ela fosse ficar brava comigo por me meter daquela forma, mas ela apenas me beijou e agradeceu, o que também foi muito bom.

— Só mais tarde. — respondo dando uma mordida no meu salgado, depois de mastigar um pouco, eu volto a falar, apontando para a comida em minha mão — Minha mãe me mataria se soubesse que eu tô comendo besteira no meio da semana.

— Lena?

— Kara! — corrijo e ela me olha surpresa — Pois é, nem tudo é o que parece. — resmungo e ela rir.

Do nada um clarão chama a nossa atenção, nos fazendo olhar em direção a janela de vidraça ao lado da porta.

— O quê? — murmuro confusa ao ver um homem com uma câmera nos fotografando.

— EI!

Ela grita levantando, se colocando a minha frente quando eu levanto da cadeira. A minha mente ainda estava processando o que estava acontecendo, a última vez que eu ganhei um cara me perseguindo e tirando foto por aí não acabou nada bem. O meu coração acelera com essa ideia.

— O que está acontecendo? — Brooklyn pergunta me empurrando para os fundos da padaria — Por que tem um paparazzi tirando fotos?

— Quando isso acontece, significa que Kara ou Lena andaram fazendo alguma grande coisa. — murmuro nervosa, sentindo a minha mão tremer.

Aquela não era a primeira vez que um repórter andava por aí tirando fotos minhas, eu lembro perfeitamente da época em que eles me flagraram fumando maconha com Becca e lembro bem como isso tinha me deixado de castigo, mas agora era diferente, antes eu só os mandava ir a merda ou então continuava andando, mas agora, agora eu podia sentir um nervosismo bizarro se apossar do meu corpo e quer eu queira ou não, sabia que tudo isso era resultado da minha "aventura" com o meu pai.

A dona do lugar é uma senhora chamada Cleo, ela conhece Brooklyn desde de sempre então nos guiou até a porta de trás, nos deixando sair sem que o homem veja.

— O meu carro tá lá frente. — lembro e Brooke respira fundo, esticando a mão direita para mim — Me dê a chave, eu vou buscar ele.

Assim eu faço, ela pega a chave e corre para a frente, voltando pouco tempo depois com o meu carro. Eu entro no banco de trás com pressa, me abaixando assim que o homem surge correndo na calçada. Brooklyn fecha a capota enquanto acelera.

Em questão de segundos a minha mente me transporta para meses atrás, quando eu estava sentada no banco de trás do carro do Will enquanto ele dirigia pelas ruas como louco para tentar despistar Jack, o meu pai.

— A minha mãe. — digo baixo, fazendo Brooklyn olhar para mim pelo retrovisor — Liga pra minha mãe.

Ela pega o celular e começa a pesquisar pelo número, murmurando "senhora Luthor" sem parar. Então eu me lembro, a minha mãe tinha acabado de sair de um exame de gravidez, caso o resultado for positivo, ela não poderia passar nervoso.

— KARA! — grito a assustando — Liga para Kara. — explico e ela logo assente e faz a ligação, pondo no viva voz.

Eu continuo encolhida, com medo de olhar para trás e ver um carro nos perseguindo. O meu coração ainda batia a mil em meu peito e a minha respiração estava ofegante enquanto as minhas mãos tremiam. Não existe nada no mundo que eu odeie mais do que me sentir assim, pequena, exatamente minúscula e assustada, mas cá estou eu de novo.

Resiliência (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora