Nicolas Mccreck, era considerado um homem frio e calculista. A vida fora amarga com ele, e o mesmo tinha decidido retribuir da mesma forma. Se apaixonara e fora correspondido, e muitos presenciaram o amor que ele sentiu intensamente pela esposa, mas... Então Elena foi arrancada de seus braços, brutalmente, mas o fruto do amor deles sobreviveu.
Ao passar dos anos a criança, nunca viera a andar. E isso fazia Nicolas conviver com a dor e culpa, por não ter a protegido mais, por não ter feito o que era necessário. Todos os dias que acordava, sentindo o vazio da cama, pois sua Elena nunca mais voltaria e ocuparia aquele lugar.
E todos os dias, quando os raios de sol decidiam brilhar sob o seu, ele repetia a sua promessa; Klaus Herrys, iria pagar.
— Nicolas? — Richard o chamou, entrando no quarto, sem bater.
Nicolas apenas suspira, enquanto termina de fechar os botões do colete, em frente ao espelho.
— Você não tem nada pra fazer não, Richard?
— Bom dia para você também, florzinha — murmurou irônico. — Apenas pensei que você gostaria de saber que o mensageiro de Marco está lá embaixo.
— Ele terá que esperar — disse, enquanto apanhava o terno na cama.
Fora a vez de Richard revirar os olhos, com o mal humor matutino do amigo.
— Será problema seu. Apenas vim passar o recado, já que você tem a péssima mania de demitir todos os criados que lhe enviam recado.
— Qualquer dia desse, irei demiti-lo — ironizou.
Richard Rir.
— Não sou seu criado, e muito menos seu inferior, Nicolas. Então apenas sonhe com isso — balbuciou virando-se e saindo.
Muitos sabiam que ter que lidar com Nicolas pelas manhãs não era nada fácil e até mesmo cansativo.
Nicolas jogou a cabeça para trás, fechando os olhos em seguida. Ser rei não era um conto de fadas como muitos pensavam, muito menos quando se estava dentro de uma guerra declarada. Ele sabia que precisava mais do que nunca o apoio de Marco. Conseguira o de Richard há poucas semanas, fato que o fez se hospedar junto com a esposa Natasha, em seu castelo.
Mas a quantidade de homens e armas que Marco possuía seria o xeque-mate nessa briga, e ele finalmente poderia ter a sua vez com Klaus... Nicolas estava cansado de esperar, queria poder ir logo a ação e terminar aquele agonia que não tinha fim.
Dezenas de homens já tinham morrido em sua espada, mas nenhum deles era o que ele queria. A burocracia o entediava.
Por fim, se sentindo mais disposto, ele saiu do quarto, pronto para enfrentar aquele dia.
(...)
— Meu santo Deus! — Ava exclamou cansada.
Ele tinha andado, e até mesmo corrido a noite inteira. Nada a tinha feito parar, o medo estava presente a todo momento, temendo que alguém a encontrasse e a levasse de volta para Hugh.
O dia estava nascendo quando ela se permitiu parar. A sede e fome a consumia completamente, e o cansaço também. Seus pés doíam pelas horas incansáveis de caminhada.
As sapatilhas machucavam os seus pés, e ela tinha certeza que fizera bolha. Segurando a barra do vestido ela caminhou mais lentamente na direção, que ela sabia muito bem que levava a fronteira de Hichigan.
Ela estava prestes a desistir daquilo, quando ao longe avistou a árvore retorcida, que seu amigo Charlie tinha dito para ela se esconder. Sentindo frio, e cansada, Ava se aproximou da árvore e se encolheu, torcendo que o conhecido do seu amigo chegasse logo, senão ela morreria ali, sem chances de poder passar pela fronteira e viver a vida que tanto desejava ter.
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A PAIXÃO DO REI
RomanceAva fugia de uma vida que nunca desejou ter. Nunca em sua vida, ela imaginou que teria a posição que seus pais a colocaram, e se vendo sem escolhas decidiu fugir. Mas para onde? Onde poderia se esconder daqueles que queriam lhe prender em uma gaiola...