Todas as Nossas Versões - Camren

Capítulo 28

NOTAS INICIAIS

Chegamos pra mais uma att de hoje.

Esse capítulo tá bem curtinho, mas ele é bem importante, por isso ele teve que vir separado do anterior e do próximo.

Escutem a música e aproveitem.

Nos vemos no final. <3

POV Camila
(PLAY Infinito - Konai)

Simon Cowell está dentro daquele restaurante com Karla. Alguma versão anterior minha pôde matá-lo, e eu gostaria com todas as minhas forças que tivesse sido eu. Se eu estivesse mirando uma arma de fogo nele, nunca teria hesitado.

A náusea fica demais para mim e, no começo, acho que é de medo, mas, então, sou puxada do presente, voando e caindo e sem conseguir gritar. Aquela sensação que já estava ficando mais do que familiar para mim, infelizmente.

Estou de volta à minha cela. O Diretor está parado acima de mim, sem paletó e com as mãos nos bolsos.

- Onde estão os documentos? - Ele pergunta.

Eu toco com a língua meu lábio inchado, que tem gosto de ferro e sal. - Vai pro inferno seu filho da puta!

Ele faz um aceno com a cabeça para um jovem de uniforme ao seu lado, e o soldado me golpeia de novo. Uma agonia fervente explode pela minha cabeça, deixando minha visão enegrecida.

O Diretor se agacha em frente a mim, estudando meu rosto. Eu o encaro através de um olho, o outro já fechado pelo inchaço. Ele não pode achar de verdade que isto vai funcionar, não é? Já me fizeram passar por situações muito piores do que um espancamento, e eu não abri minha boca.

Não...  Acho que ele deve gostar disso.

- Suponho que você ache que os documentos são a sua carta na manga. - Ele diz com a voz suave e com um pouco de pena. - Que eu não posso deixar nada acontecer com você até descobrir o que você fez com eles.

Eu ergo o queixo para olhá-lo.

- Você não iria gostar que eles caíssem nas mãos erradas. Que diabos, os chineses poderiam estar construindo um rival para a máquina do tempo agora mesmo.

O soldado bate em mim de novo, na barriga desta vez, e não consigo conter a lamentação tossida que escapa de mim. Na cela ao lado, Lauren berra meu nome. O som dos seus punhos contra a porta de metal ecoando pelo corredor me faz pensar que ela deve estar desesperada por me ver em uma situação como essa de novo.

- Foi um plano decente para uma menininha boba. - O Diretor diz. - Mas estou começando a achar que você não faz ideia de onde esses documentos estão e não vou deixar que jogue esse jogo comigo por muito mais tempo. O maior erro que cometeu, srta.Cabello, foi exagerar imensamente a sua avaliação da importância que eu dou para você ou para os chineses ou até para nosso bom amigo Dr. Mendes. Eu poderia matá-la a qualquer momento e não voltar a pensar nisso. O único motivo de eu tê-la deixado viver tanto era você ser uma ferramenta útil para garantir que o Shawn não se desviasse da nossa missão, mas não preciso mais me preocupar com isso.

Eu me esforço para manter minha máscara dura e inexpressiva. A arma mais poderosa do Diretor sempre foi essa marca particular de sinceridade brutal. Machucados somem, mas palavras como essas infeccionam.

- Entregue os documentos para mim. - Ele sussurra. - E eu vou pensar em fazer com que seja rápido. Do contrário...

- Camz! - Lauren grita da cela ao lado. - Camz!

O Diretor sorri devagar conforme a voz de Lauren enche minha cela. O significado está claro. Ele faria ser lento e doloroso e faria ela assistir. Eu morreria com os gritos dela nos meus ouvidos, sabendo que ela seria a próxima.

Se eu tivesse sorte. Se não fosse o contrário.

A cela gira e derrete, e o mundo fica branco em volta de mim. Tento me mexer ou gritar, mas estou congelada. Talvez até esteja morta. Eu acordo me debatendo no banco da frente do carro. Lauren ainda está rígida ao meu lado, as pálpebras tremendo loucamente. Ela também havia sido levada para alguma memória que ela iria reviver.                     

Ah, meu Deus. Nós levamos Shawn direto para ele.

NOTAS FINAIS

Eu disse que o capítulo era curtinho, mas bem importante.

Já já eu chego com a última att de hoje.

Beeeeeijos, até já.