Era uma vez dois corações partidos, em pedaços e dilacerados.
Era uma vez dois homens que se amavam, com um destino tão cruel.
O cheiro, o gosto, a face, o beijo e as palavras estavam gravados em sua mente e coração, talvez era isso que os dava força para continuar, um dia após o outro, um passo de cada vez. Um passarinho liberto.
Quando se ama, o primeiro passo para saber se aquilo é verdadeiro, é o de abrir mão para que não se quebrem. É difícil, doloroso, parece que o chão fica completamente inexistente e uma parte da gente se quebra. É tudo tão complicado a partir do ponto em que se quebra o coração de alguém e você sabe que não tem mais concerto. Implorar por perdão e pedir para que a pessoa fique, às vezes, não é uma opção, tudo precisa de um reparo.
Era isso o que tinha acontecido com Harry e Draco. Dois homens que tiveram os corações quebrados pela traição, as más-línguas e as mentiras. Tantas promessas jogadas ao vento e as palavras vazias, era assim que tinham terminado? Como chegaram a esse ponto? Será que os corações não batiam um pelo outro?
Essas perguntas se passavam na cabeça de Daniel enquanto as lágrimas se misturavam com a chuva, ele não se importava nada em está todo molhado ou chorando no meio da rua, apenas queria que seu coração voltasse a bater. Queria as brincadeiras, os sorrisos, os "eu te amo", os toques e acima de tudo, olhos tempestuosos que tanto amava de volta. Ele queria Tom de volta, mas não sabia como fazer para recuperar seu lindo passarinho.
Fazia apenas quatro dias que o homem saiu de sua casa com apenas as roupas do corpo alegando que não voltaria. Fazia dois que recebeu a ligação de Hermione falando que o seu loiro foi visto em uma boate bêbado. Faz um dia que Blaise foi a sua casa avisar que Draco também estava com saudade e aconselhar que conversasse. Fazia três horas que Harry saiu de sua casa a procura do amado. Mal sabia ele que Draco também tinha saído correndo em meio a uma tempestade para encontra-ló.
Era tudo tão intenso demais, cada sentimento. Raiva, dor, alegria, tristeza, solidão e principalmente o amor que incendiava os corações dos homens, eles queriam aquilo tanto quanto outra pessoa.
A chuva caia cada vez mais e nenhum dos dois se importava muito com isso, eles só queriam um "eu te amo".
A cada passo que Draco dava era um desespero maior para encontrar seu amado, ele torcia com todo o seu coração para que aquele site de fofoca estivesse errado e que Harry não estivesse noivo. Ele se arrependia tanto de todas as palavras, de toda raiva e principalmente de virar as costas. Apesar de ter causado uma dor imensa ao outro, ele também parecia que fora esfaqueado por trás, era tão desesperador saber que o amor da sua vida pode ter te traído sem mais nem menos. Você se sente insuficiente, desacredita que a pessoa que confiou seu coração pudesse fazer aquilo, o mundo fica totalmente nas suas costas. O fôlego se perde e parece que algo se quebra. Você escuta algo se partir, se não for a sua sanidade é o coração e a confiança.
Mas Harry não tinha nada a ver com aquelas fotos, ou com aquela garota, ou até mesmo com aquele hotel que todos os tabloides mostravam. Aquele não era o seu Hazz, e agora ele sabia disso, só esperava que não fosse tarde demais.
Os passos diminuíram, quando chegou na rodovia principal, até pararem em um lugar que não sabia qual. Draco chorou igual a uma criança que havia se machucado gravemente ou perdera seu ursinho favorito. Ele tinha perdido Harry, o seu Harry Potter, o seu menino porque preferiu acreditar em outras pessoas e agora, ele não sabia se podia concentrar o estrago.
A poucos metros dali, Harry podia ver a cabeleira loira se debulhando em lagrimas e ele sentiu como se qualquer coisa não importasse mais além de ir até seu amado.
Eu preciso do seu amor, me leve.
Eu preciso de você agora, me segure com força.
Nas memórias que perdi, estou chorando sozinho.
Eu preciso do seu amor, nos meus braços.
Eu preciso de você agora, me segure com força.
Apenas você consegue me acordar.
Um passo de cada vez, uma respiração controlada, e um toque... apenas um toque foi o suficiente para que o verde encontrasse o azul e tudo fizesse sentido novamente.
Os corações batiam em sintonia, uma perfeita orquestra sincronizada, parecia que eles acharam o caminho para casa. Um suspiro deixou os lábios carnudos de Daniel antes dele começar a falar.
- Eu, Harry James Potter, te aceito como meu esposo para amar, respeitar na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença... até que nossos dias terminem.
Uma bela aliança na cor dourada pousou nos dedos finos de Draco fazendo contraste com sua pele bronzeada. Dentro dela escrevera o nome de seu amor, o único e verdadeiro amor, aquele com quem iria passar o resto da vida. Mais uma vez, o azul encontrou o verde e parecia que só tinha eles naquele mundão tão grande.
- Eu, Draco Lucius Black Malfoy, te aceito como meu esposo para amar, respeitar na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na sapuda e na doença, até que nossos dias terminem.
E outra aliança dourada entrou pelo dedo de Potter selando a promessa de ambos os homens. Agora estavam unidos, juntos e entrelaçado por toda uma vida, a vida mais maravilhosa que pediram a Deus. Os lábios se tocaram e varias correntes elétricas passaram por seus corpos, como se fosse a primeira vez, aquele frio na barriga, a ansiedade por mais e mais até que seus peitos explodissem de amor, era isso que eles sentiam quando se beijavam. O gosto misturado, as línguas se entrelaçando, o toque gentil e o calor do corpo um do outro, ah! Aquele cenário era perfeito.
Ao fundo, as palmas podiam ser ouvidas e vários assobios de comemoração ao amor de Draco e Harry. Todos que julgaram importante estavam ali, amigos e familiares, eram poucos, mas eram os especiais e que apoiavam sempre eles. Assim que, agora os maridos, se desgrudaram viram as cadeiras vazias e as pessoas de pé aplaudindo com sorrisos felizes e orgulhosos. Era uma sensação maravilhosa que instalava no peito dos presentes ali.
Sua pele
Oh! Sim, sua pele e ossos
Transformaram-se em algo bonito.
Você sabe
Você sabe que eu te amo tanto?
Você sabe que eu te amo tanto?
Era Dia dos Namorados para muitos daquela cidade, eles comemorariam com seus amados, o amor estava no ar, especialmente naquela casa aconchegante. O casal de homens estava dançando uma música brega antiga sorrindo como se fosse a primeira vez. Não era um Dia de Namorados comum para eles, Draco e Harry estavam comemorando quinze anos de casados e sinceramente, eles poderiam falar que foram os melhores anos de suas vidas.
Era bonito o amor deles, servia de inspiração para qualquer um, mas também tinha os que não concordavam com isso e eles nem ligavam muito. Draco rodou Harry e abraçou a cintura do marido juntando os corpos, o calor era grande e bastante para preencher aquela pequena casa, mas não era só eles que tinham sorrisos enormes no rosto. Dois pares de pequenos pezinhos estavam olhando os adultos no meio da escada, eles realmente não aprenderam a disfarçar nada.
- Alan, Lily, sabemos que estão aí seus danados — Draco disse sem tirar os olhos de Harry, que soltou uma risada.
Uma garotinha ruiva de oito anos e um garoto loiro de onze desceram as escadas correndo até os pais. Alan e Lily foram abraçados com o amor deles, e foram muito bem recebidos de volta. Harry se soltou do seu loiro para pegar a pequena ruiva no colo enquanto Draco pegava o menino, que sorria abraçando ao pai maior. Eles eram uma família feliz, tinham seus dias de luta, é claro, mas eram felizes, independente de qualquer coisa.
Naquele Dia dos Namorados, além do casamento, também se comemorava a saída do orgulho de seus peitos a anos atrás em uma chuva horrorosa.
É... Acredito que agora está tudo bem, por enquanto
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dear Love
FanfictionQuando se ama, o primeiro passo para saber se aquilo é verdadeiro, é o de abrir mão para que não se quebrem. É difícil, doloroso, parece que o chão fica completamente inexistente e uma parte da gente se quebra. É tudo tão complicado a partir do pont...