7- Preciso. Parar. De. Olhar.

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Ela não conseguia acreditar! Por que isso? Cole ia buscá-los? Dylan não era rico o


suficiente para alugar um carro ou coisa parecida? Xingou a família dele e a proximidade entre eles.

O Sr. Sprouse não permitiria isso, ela sabia. Por mais dinheiro que tivessem, eles a faziam se lembrar da série de comédia Papai sabe tudo.

Rangendo os dentes, ela andou até a esteira de bagagens e se encolheu quando ouviu a voz que ainda a assombrava em todos os pesadelos.

- Ora, ora, ora. Olha quem está aqui. - A voz suave de Colenpareceu ressoar no peito dela.

Homem idiota.


Querido Deus, por favor, tenha piedade e permita que ele esteja careca e gordo.

Lentamente, ela se virou e encarou seu inimigo.

Droga.

Seria pedir demais que pelo menos ele não tivesse crescido e ficado com o nariz perfeito?

- Meu amoooor. - Ele disse em tom irônico.

- Satã. - Disse Lili com um sorriso falso nos lábios.

- Seu cabelo está diferente.

Lili se encolheu.

- Seu nariz agora está proporcional, depois que você cresceu.

Dylan se aproximou e ficou entre os dois.

- Vocês podem pelo menos fingir que se dão bem?

- Não - disseram os dois ao mesmo tempo.

- Olha... - Dylan olhou para o telefone. - É trabalho. Preciso atender. Cole, você pode me deixar no escritório de Portland e depois levar Lili para casa?

- Tenho certeza que mamãe vai ficar chateada se você não aparecer em casa pra jantar. Não que eu tenha medo de ficar sozinho com essa aqui. - Apontou para Lili. - Mas, na última vez que ficamos sozinhos no carro, ela quase me matou.

- Não seja dramático - bufou Lili.

- Dramático? - Cole ergueu uma sobrancelha. - Havia uma montanha, neve, e tenho quase certeza que havia Benadryl envolvido.

- Sempre tem. - Dylan sacudiu a cabeça.

- De qualquer maneira, ela realmente está esperando para te ver, e a vovó se recusa a


cochilar enquanto não colocar os olhos em vocês.

Dylan deu de ombros.

- Não vou demorar. Agora vamos pegar nossas coisas pra irmos.

Subitamente exausta, Lili abandonou a luta. Ela murmurou canalha entre os dentes, sem se importar com qual dos dois receberia a ofensa. Os dois irmãos mereciam o título.

{...}


Eles não tinham despachado malas, então ela seguiu os homens até o carro que os


esperava. Uma limusine! Agora, sim! Visões de água com gás e bancos de couro dançaram em sua mente. Isto é, até Cole ultrapassar a limusine e entrar no banco do motorista de uma caminhonete Ford com reboque.


Ela teria que dar impulso até mesmo para alcançar a porta.

- Ei, Cole, pode ajudar Lili? Recebi outro e-mail que preciso responder muito rápido. - Sem nem olhar na direção dela, Dylan se impulsionou para dentro da caminhonete e bateu a porta com força, deixando Lili bem irritada.

- Estamos tão apaixonados. - Lili suspirou para si mesma enquanto Cole

contornava a caminhonete para ajudá-la a entrar.

Meu Deus, ele estava ridiculamente lindo. Quando foi que ele ficou tão mais bonito que o irmão? Sem dúvida ele era o solteiro mais disputado de Portland. Com o cabelo liso castanho-dourado e os olhos azuis acinzentados, parecia perigoso e introspectivo. Sem falar do jeito como o cabelo caía na testa e dos bíceps que apertavam a camiseta.

Preciso. Parar. De. Olhar.


- Lili? - Cole se aproximou, com o hálito quente na nuca dela. Que diabos ele


estava fazendo? - Não se mexa, Lili.


Não se mexa? Que tal parar de respirar?

Ela não conseguiu pensar, não conseguiu reagir quando Cole se aproximou e agarrou alguma coisa nas costas dela e jogou no chão.

- Nada de mais. Só uma aranha.

- Era enorme! - Lili engoliu em seco e agarrou o que estava à sua frente, que por


acaso era o bíceps de Cole.

- Hum. - Os cílios dele abanaram as maçãs do rosto, as benditas maçãs do rosto


esculpidas e amaldiçoadas. - Se eu soubesse que você ia reagir assim, teria colocado aranhas na sua cama.

- Você e suas aranhas não são bem-vindos na minha cama. Jamais.

- Eu não estava me oferecendo, só as aranhas. - Ele piscou. - Além do mais, o que te faz pensar que eu te acho atraente? Eu já te vi nua. Duas vezes.

- Eu tinha 10 anos, e você era um garotinho malvado e gago! - Lili o empurrou para passar e depois percebeu que ainda tinha que ser içada para dentro da caminhonete gigante.

- Seria pedir demais que você pelo menos dirigisse um carro normal na cidade?

- Eu não moro na cidade. - Ele ficou corado.

Espera, homens ficam corados? Ela olhou


de novo.
Aparentemente, sim.

- Onde você mora?

- No meu rancho. - Santo Deus de misericórdia. Isso explicava os bíceps e a calça jeans apertada e a caminhonete e... onde estava o Benadryl quando ela precisava dele?

- Quer dizer que você é funcionário de um rancho?

Cole deu um risinho.

- Claro, sou funcionário de um rancho. Agora entra. - O toque dele foi rápido, rápido até demais, quando a colocou dentro da caminhonete. - Não se esquece do cinto, princesa. Eu dirijo do mesmo jeito que ando.


Nojento.


Lili obrigou o rosto a ficar pálido em vez de vermelho-fogo. Pegou o celular quando a


porta da caminhonete bateu com força. Logo Cole estava no banco do motorista, e eles estavam partindo.

Dylan se virou.

- Então, sei que já falamos dos detalhes no avião, e acho que o beijo realmente ajudou a criar um clima, né? - Ele piscou.

A caminhonete fez uma curva de repente.

Dylan xingou.

- Está dirigindo há muito tempo?

- Desculpe - murmurou Cole.

- Então, acho que precisamos ficar no mesmo quarto. Você sabe, pra dar a impressão de ser real. Alguma ideia?

Memórias da única noite dos dois juntos vieram numa enxurrada. Será que ele estava realmente tentando fazer o que era melhor ou será que a estava seduzindo? Ela não tinha ideia.


Além do mais, por que era tão importante para ele mostrar aos pais que conseguia estar num relacionamento sério? Não é como se eles vivessem na idade da pedra. Eles liam os jornais. A mãe dele provavelmente ia rir na cara dos dois no instante em que visse a aliança.

Cole pigarreou.

- Na verdade, mamãe nunca vai aceitar isso. Ela protege muito a Lili. Você sabe


disso, Dylan. Ela vai ter que ficar no meu antigo quarto. Vou ficar na parte nova da casa.

- Ah. - Dylan deu de ombros. - Tudo bem. Lembre-se, Lili, que estamos apaixonados, vamos nos casar, e você tem que fazer tudo parecer real. Acha que consegue fazer isso?

Por que ele estava falando com ela como se ela tivesse 45 anos?

- É, acho que consigo agir como um ser humano normal na frente da sua família. Eles não vão desconfiar de nada.

Dylan virou e deu um sorriso brilhante para ela enquanto pegava sua mão. Ela sentiu o beijo demorado e de repente sentiu repulsa pela atitude arrogante.

Ela realmente se sentia como uma stripper, e uma prostituta mal paga.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora