Capítulo 29 - A História de Lawan

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Depois das aulas os anjos se encontraram com Del no refeitório para almoçar e, naturalmente os seniores apareceram para acompanha-los. Os pequenos acomodaram que àqueles quatro estariam a volta deles por um motivo ou outro, então preferiram aceitar suas companhias e, de quebra, deixar Max e Tul mais tranquilos por estarem se "esforçando" para fazer novos amigos, então, eles admitiam que ter os seniores por perto não era de todo ruim, além dos irmãos menores terem gostado muito deles. Na perspectiva dos Seniores da Natação eles ainda estava andando em ovos perto dos Nongs, mas não ser ignorados por eles já era um grande avanço. E, a cada dia eles estavam mais envolvidos emocionalmente com seus pequenos, pulando muito rápido do simples desejo para algo ainda inexplicável no dicionário deles.

- P'Kao, Manoaw vai conosco. - Intoch informou quando terminaram de comer.

- Ok! - Kao respondeu, não que tivesse outra opção e, também, não era o que queria, mas era melhor do que nada.

-E, aonde vocês vão? - Pruk se intrometeu rapidamente.

- Eu pedi ao N'In para me acompanhar ao hospital, preciso acompanhar uns exames que farão em P'Lawan. - Kao revelou constrangido por não ter falado com os amigos antes.

- Nossa Kao, porque você não disse antes poderíamos ir com você. - Dean foi sincero eles sabiam o quanto aquele assunto era doloroso para ele.

- Eu só soube ontem à noite quando cheguei em casa, minha mãe está ocupada hoje, então eu vou em seu lugar. - Explicou Kao. - Mas está tudo bem os Nongs vão me acompanhar. - Ele sorriu tímido.

- Eu vou com vocês também! - Pruk declarou. - Eu aproveito para ver minha mãe, faz muito tempo que não a visito no trabalho dela, ela ficará  feliz. - Comentou como desculpa e Kao ficou agradecido, ele se sentiria menos intimado com um dos amigo ao lado daquela dupla de Nongs.

- E vocês  vão fazer o quê essa tarde? - Win perguntou aos outros Nongs.

- Eu vou para casa da Pay, Phi. - Del respondeu com um sorriso  travesso, apesar de saber que ela não era o foco da curiosidade dos Phi.

- Estou indo ajudar P'Max no restaurante!- Pharm levantou pegando as chaves do carro com Manoaw. - Tenham cuidado por aí!- Ele advertiu aos irmãos, mas olhando seriamente para os seniores.

- Cuidaremos deles N'Pharm! - Pruk disse inocente e os quatro anjos trocaram sorrisos cúmplices.

- Bem... nos vamos primeiro! - Team nem se deu o trabalho de responder a pergunta. - Qualquer coisa liguem. - Ele falou para os irmãos que acenaram afirmativo. - Phis, N'Del bye! - Ele saiu com Pharm em direção ao estacionamento deixando dois seniores com os corações apertados.

E, para a tristeza dos outros seniores, Manoaw e Intoch se acomodaram no banco de trás do carro de Kao, deixando Pruk ir ao lado do motorista. A viagem foi mais silenciosa do que desejavam, os Nongs estavam um pouco ressabiados, deixando os mais velhos desconfortáveis sem saber como engrenar uma boa conversa. Quando pisaram no hospital os seniores tiveram a sensação de um déjà-vu, do episódio daquela manhã, por onde passavam funcionários e alguns pacientes, inclusive acompanhantes cumprimentavam os Nongs com sorrisos, o que os levavam a questionar em que caverna eles viviam para nunca terem esbarrado com aqueles pequenos. Em um ponto mais a frente do corredor próximo a área da UTI, avistaram a mãe de Pruk fazendo anotações nos prontuários de alguns pacientes .

- Uau que surpresa boa ver meus anjos e meus monstrinhos juntos! - Ela sorriu ao levantar os olhos da prancheta e se deparar com os quatro jovens. - Mandem beijos para meus outros anjos. - Ela falou diretamente para os Nongs.

-Mãe, a senhora também conhece os Nongs?- Pruk perguntou surpreso com a coincidência.

- As crianças do Tul?!- A mãe do Pruk comentou simplesmente. - Não há quem não os conheça aqui no hospital, eles são voluntários cuidando das crianças internadas. - Ela compartilhou. - Aliás... O pequeno Sun terá alta hoje a tarde e ele escreveu uma cartinha de agradecimento para vocês, acho que ele ficaria muito feliz por entregar em mãos. - A doutora contou com um sorriso.

- Jura!?- Manoaw radiou de felicidade. - Eu vou lá vê-lo. - A menina comunicou saindo em direção a outra ala do hospital.

- Você pode acompanhá-la!- A doutora incentivou o filho que olhava desolado para onde a menina saia.

- Tá, então eu vou. - Pruk sorriu indo atrás de Manoaw.

- E, você veio acompanhar o exame da Lawan, sua mãe me avisou! - A Doutora se virou para Kao. - Fico feliz que esteja, em fim, ajudando sua mãe nessa difícil tarefa. - A doutora o repreendeu um pouco, sendo médica e amiga da família ela tinha liberdade para falar abertamente e, há tempos estava preocupada de a mãe de Kao ter um estafa, com tanta coisa em sua responsabilidade. - Estaremos realizando a verificação do funcionamento cerebral dela. - Ela explicou caminhando com eles até onde fariam o exame.

-Fique tranquilo, se certifique de estar bem antes de entrar, estamos arrumando ela ainda, você pode vê-la antes de iniciarmos os procedimentos. - A doutora sugeriu gentilmente quando viu Kao travar na porta.

- Respire Phi... - A voz de Intoch soou calmante  próximo do sênior. - Eu estarei ao seu lado. - O pequeno prometeu entrelaçando suas mãos para transmitir segurança ao mais velho.

- Obrigado N'Intoch ! - Kao agradeceu do fundo do coração e, os dois entraram na sala.

Kao não foi capaz de conter as lágrimas quando viu sua prima ligada a vários aparelhos, ele só não caiu por que foi amparado por Intoch que o levou para aguardar do lado de fora. O Nong o direcionou para se sentar nas cadeiras próximo ao bebedouro e lhe serviu um pouco de água para ele se recompor.

- P'Kao tem que ser forte para ajudar sua mãe com sua prima! - Intoch sorriu docemente se sentando ao lado de seu Phi. - Eu já encontrei a senhora que acompanha essa paciente algumas vezes, presumo que seja sua mãe. - Kao afirmou com a cabeça. - Sua mãe tem sempre um semblante triste e cansado quando está aqui e, nos tentamos reconforta-la e anima-la sempre. - A fala de Intoch feriu o coração de Kao por perceber o quanto ele estava sendo cego achando que a mãe aguentaria tudo sozinha.

- Eu tenho sido muito egoísta com elas duas. – Confessou Kao secando suas lágrimas. – P’Lawan perdeu os pais  muito  cedo, ela tinha uns sete anos e eu uns dois anos quando ela veio morar conosco. – Contou ele. – Nós nos tornamos inseparáveis até ela entrar na famosa adolescência. – Bufou o sênior.  – Ela arrumou um namorado mais velho e nada legal, Lawan começou a aprontar causando brigas entre meus pais devido  a divergência de pensamento de como lhe dar com a rebeldia dela, meu pai queria manda-la para um internato e minha mãe era contra. Um dia minha prima resolveu fugir com o namorado, eu fiquei arrasado igual aos meus pais ou até mais, ela era a irmã mais velha para mim e, me largou aqui  sozinho. Não tivemos notícias dela por mais de oito anos, eu empurrei nossas lembranças para dentro  da mente, até  que cerca de sete meses atrás,  quando ela voltou a fazer contato e pediu para se encontrar conosco para conversar e explicar as coisas, meus  pais aceitaram... eu me recusei e fui passear com os rapazes no dia marcado, até desliguei o telefone para minha mãe não  tentar me persuadir...  – Se lamentou Kao. – Quando liguei o telefone antes de voltar tinha um monte recados dos meus pais avisando que Lawan sofreu um acidente de carro no caminho para casa. – O sênior falou com a voz embargada. – Eu fui para casa e hoje é a primeira vez que venho vê-la. – Ele estava envergonhado de sua atitude imatura.

- P’Kao, não se lastime tanto. – Aconselhou Intoch.  – Todos nós cometemos erros, P'Lawan errou... você errou...o importante é que os dois estão tentando se redimir. Daqui a pouco ela acorda e vocês poderão se acertar e se livrar dessas magoas.  – Ele confortou o mais velho.

Kao agradeceu imensamente o seu  apoio e os dois ficaram ali sentados aguardando os médicos virem informar os resultados dos exames de Lawan.

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