𝐀𝐈𝐃𝐀𝐍 𝐆𝐀𝐋𝐋𝐀𝐆𝐇𝐄𝐑 - 𝖸𝗈𝗎'𝗋𝖾 𝖭𝗈𝗍 𝖬𝗂𝗇𝖾

𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗧𝘄𝗼 - 𝗙𝗼𝗿𝗴𝗲𝘁 𝗶𝘁

Me sentia incrédula ao perceber o quão aquele garoto era baixo, talvez eu nunca tivesse percebido que ele era assim desde o início. Ele chegou como um animal atrás de sua presa, e eu cai facilmente. Charlie poderia fazer o que quisesse comigo, mas entrar em minha casa e me ordenar a me afastar da pessoa mais importante da minha vida, isso eu não admitiria.

Se ele for louco o bastante para tocar em Aidan, não hesitaria em chamar a polícia, não posso ser subordinada dessa maneira. Tendo consciência do quão fora de si ele estava, decidi ligar para Gallagher, só para me assegurar de que está bem.

O celular chamou e ele não atendeu, liguei mais uma vez, mais uma e mais outra. É claro que ele estava bem, não é? Só deve estar bravo o suficiente comigo para me ignorar. Mesmo assim não consigo permanecer quieta, qualquer coisa que eu fizesse meu pensamento se voltaria para ele.

Segui pelas ruas escuras, que não tão tarde da noite, já estava completamente vazias, isso me deixava mais apreensiva. Apressei os passos na tentativa de chegar mais rápido, o que era inútil, já que me deixava cansada.

Parei à frente a casa de Aidan, aparentemente todos já estavam a dormir. Então segui para janela de seu quarto, que estava entreaberta, subi com cuidado e espiei entre as brechas, por um momento pensei o quão isso estava sendo estranho. Mas continuei a me certificar, embora pouca iluminação, pude perceber que ele não estava em sua cama. Agora sim, eu estaria ainda mais preocupada, será que fodi tudo dessa vez? Ou melhor dizer, novamente.

A caminho de volta sem saber para onde ele poderia ter ido, encontro Noah numa pequena lanchonete, que estava fechada antes de eu passar, ou não lembro se já estava a funcionar. Entro na expectativa de que ele sabia onde Aidan está.

— S/N! Você de novo andando tarde da noite, huh? — ele arqueou a sobrancelha, parecia surpreso.

— Não exagere, isso aconteceu umas duas... não, umas cinco vezes apenas.

— Hm, certo, mas o que faz aqui?

— Você sabe do Aidan? Ele anda sumido. — disse, mas não era exatamente isso.

— Ah! Não se preocupe, ele está na casa do Finn, numa festinha. — arregalei os olhos, era o último lugar que eu imaginaria que ele estivesse.

— Falando nisso, estou indo para lá agora, deseja vir? — pensei por breves segundos se isso seria o certo, mas nesse momento, não estou me importando com as reclamações do dia seguinte.

— Claro! — sorri gentilmente e seguimos para casa de Finn.

[...]

Ao adentrar o local pude logo avistar Aidan, com uma garrafa de bebida alcoólica nas mãos, ele realmente estava alterado, nunca o tinha visto dessa maneira. Me aproximei um pouco, não queria transparecer que estava ali apenas por sua causa, o que não é um problema mas preferi assim. Aos poucos ele já estava dançando embriagado, sem  noção alguma, uma garota que sempre ficava aos seus pés se aproximou, logo percebi o que ela realmente queria.

Agia ridículo, se exibindo para o garoto, sabia que dessa vez ela o conseguiria devido a sua embriaguez. Num piscar de olhos, Aidan já estava atacando seus lábios, ele a devorava, como se realmente desejasse aquilo. Estava farta daquela cena, então fui em direção aos dois, apenas por ela estar se aproveitando do meu amigo.

— Sai de cima dele garota. — disse a puxando pelo tecido de sua roupa, afastando o beijo dos dois.

— Você? Não cansa de se intrometer não? — falou com fúria, eu havia estragado seu melhor momento.

— É garota, você só atrapalha minha vida! — Gallagher falou me empurrando para longe de si. Sabia que ele estava bêbado, mas não pude deixar de ficar chateada com suas palavras. Então como uma boa amiga, o peguei pela mão o trazendo para fora da festa, mesmo ele relutando para permanecer.

— S/N não é? Você acha que é quem? Você não é minha mãe, então me deixa em paz. — ele realmente não estava pensando direito, mal lembrou meu nome.

— Aidan só estou tentando te ajudar, olha seu estado! Ainda se rebaixa aquela garota, sabe muito bem como ela é.

— Eu só sei que você não é igual a ela, você não vale nada, vá atrás daquele idiota do seu namorado e me esquece, está perdendo seu tempo, porque você nunca foi e nem será nada para mim! — realmente não estava acreditando no que acabará de ouvir, ele me odiava tanto assim? Vacilei tanto ao ponto de fazê-lo sentir rancor por mim?

— Tudo bem, vou te deixar sozinho. Mas quando toda essa bebedeira acabar, não me peça desculpas. — ele riu, parecia realmente que não estava brincando. Decepcionada, deixei que ele ficasse por si próprio, enquanto isso me questionei se tudo aquilo era verdade, e que nunca disse porque estava sóbrio, fingindo uma mentira.