01. Então é isso?

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— Então é isso? — Manoela pergunta para os pais.

Os dois vinham tendo brigas constantes e Manu nunca se envolveu nisso por proteção deles, e agora lá estavam os três sentados em volta da mesa, na casa onde cresceu para escutar dos pais que eles iriam se divorciar e que estavam separados há dias.

— É isso. — Rafaella se pronuncia e respira profundamente, aliviada em poder contar isso para filha e ao mesmo tempo aliviada em sair de um casamento que não era saudável há tempos.

— Não queríamos dessa forma, mas as coisas não são mais as mesmas, filha. — Daniel fala com a voz mansa e até ressentida, Rafaella ri irônica e sai da mesa, deixando a filha sem entender o porquê daquela ação.

Rafaella não aguentava aquele teatro de bom moço que Daniel fazia, depois de trair ela por anos e ainda ter um filho fora do casamento, ele ainda de alguma forma queria sair como quem não sabe porque o casamento acabou.

— O que aconteceu, pai? — Manu pergunta preocupada.

— Nada demais filha, deixa sua mãe na dela, pode ser? — Daniel fala e pega na mão da filha.

Rafaella mesmo em seu quarto sente vontade de bater naquele cafajeste que ela chamou de marido, ela só queria poder fazer isso sem querer que sua filha ficasse com raiva dela em seguida.

— Eu vou deixa-la, mas acho melhor que um de vocês saia daqui o quanto antes. — Manu sugere, mesmo abalada com a notícia ela ainda preza pelo pouco de bem estar que pode lhe restar como uma família. — Para não gerar mais conflitos...

Ela sabe bem que os dois podem gerar muitos conflitos, afinal foi por isso que saiu de casa depois do colegial e não por ser uma universitária como usou de justificativa.

— Eu já saí de casa, há alguns dias...

Meses na verdade, mas ele e Rafaella esconderam bem esse fato da filha, que de tão ocupada com o curso não foi difícil de fazer.

— Ah... Ok. — Manu esconde sua surpresa e tenta soar compreensiva. — Não estou querendo te mandar embora, mas acho que é melhor deixar a mamãe sozinha aqui.

— Sim, eu vou. — Daniel concorda com sua cara de cachorro sem dono que nem a própria filha engana totalmente. — Vou te mandar meu endereço por mensagem, se quiser pode ir até morar comigo.

— Aham, vou pensar nisso. — a garota sorri um pouco forçado, sua mãe poderia ser e era bem mais controladora que o pai, mas ela com certeza era do time Rafaella e não do time Daniel. — Mas acho que não vai rolar, estou bem morando com minhas amigas.

— Tudo bem, filha.

Os dois se despedem e em seguida Manu vai para o quarto de sua mãe, ignorando o conselho que aceitou do pai. Em momento nenhum ela pensou que encontraria Rafaella chorando no quarto e foi exatamente o que não encontrou. A mulher estava digitando furiosamente em seu celular e com um olhar raivoso para a tela.

— Está tudo bem? — Manu perguntou e se arrependeu disso um segundo depois.

— É apenas irritação com o trabalho. — Rafaella explica. — Espero que não tenha ficado chateada conosco, Manu.

— Não fiquei. — A garota sorri um pouco triste, mas sabendo que logo se acostumaria com a ideia. — Mas assim... Já que agora o papai saiu de casa, você não gostaria de encontrar alguma colega de quarto?

— Já está querendo que eu namore uma mulher só porque te falei que era bi quando conversamos sobre sexualidade? — Rafaella ri e se finge de irritada, Manu nega com a cabeça e pula para mais perto da mãe. — Calma, garota! Deixa o defunto esfriar primeiro.

— Na verdade... — a garota faz suspense e depois Rafaella identifica um sorriso sapeca no rosto da filha. — Estava pensando em voltar para casa.

— Sério? Eu quero isso agora mesmo! — a mulher abraça a filha e todas as suas dúvidas de que ela iria se bandear para o lado do pai foram sanadas.

*****

Bianca acordou atrasada, como acontecia ocasionalmente, então nem viu seus pais antes de sair de casa ou suas amigas antes de ir para sua sala. Apenas correu e correu naquela manhã para que chegasse a tempo de assistir sua aula preferida do curso de Fotografia.

A aula para ela era incrível, mas naquele dia estava deixando a desejar por conta do cansaço que sentia. Na noite anterior ela trabalhou até mais tarde do que de costume, por isso estava totalmente cansada pela manhã.

Depois de alguns períodos enfim chegou o momento que ela tanto esperou, hora de comer e beber um pouco de cafeína para aguentar o restante dos períodos. Se apressou em comprar o que queria e foi procurar seus amigos que sempre se reuniam. Bianca estranhou a pessoa de cabelo loiro  que estava na mesa de seus amigos, pois a pessoa estava de costas, mas enquanto caminhava conseguiu identificar seus outros amigos: Gizelly, Marcela, Venturotti e Miguel. Faltava apenas uma... Manoela.

Quando chegou mais perto Bianca abriu a boca em choque, pois não faltava ninguém, Manu estava ali com um cabelo loiro e muito radical para ela.

— Que doideira é essa, Manu?! — Bianca coloca sua bandeja dramaticamente na mesa e senta ao lado das amigas, com uma expressão de choque.

Os outros amigos riem da cara da garota recém chegada.

— Os pais dela se separaram e ela deu uma de adolescente rebelde. — Gizelly implica rapidamente.

— Eu soube da separação, mas não imaginei que a fase rebelde chegasse tão cedo! — Bianca caçoa e Manu revira os olhos.

— Mas vocês gostaram ou não?

— Gostamos!

— Ah, que bom! Mas a opinião de vocês não importa, só a minha importa mesmo. — a loira fala num tom de brincadeira por mais que fosse um discurso verídico.

Marcela estava com uma piada entalada na garganta, então cutucou Bianca ao seu lado e sussurrou.

— Quem sabe agora você não dá sorte de pegar a mãe da Manu...

— Vai se foder, Ma! — Bianca mostra o dedo do meio para a amiga e todos olham para as duas querendo saber do que se tratava. — Deixem de ser curiosos!

🗼

Eu sou uma vagabunda, que fico dizendo que essa é a última, essa é a última e toda vez que eu vejo alguma fic interessante quero adaptar. 

Essa foi a primeira fic que eu li toda antes de trazer pra vocês, é pequena, tem apenas 17 capítulos e eu achei tão teen que resolvi trazer logo. 

É isso...

A CULPA É SUAOnde histórias criam vida. Descubra agora