8- Você é o diabo!

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Cole não conseguia se lembrar de uma época em que estivera tão frustrado.

Nada parecia melhor do que parar caminhonete e dar um sermão no irmão, ou um soco. O que ele estava pensando? Beijar Lili? Depois de tudo que aquele idiota traidor tinha aprontado com ela? O mais nojento era que Lili parecia estar bem com todo aquele suplício.
Era como se ela estivesse vendendo a alma ao diabo. Mas, em defesa dela, Lili sempre tinha visto Dylan com bons olhos. Enquanto isso, Cole, com sua gagueira, era o irmão mais velho malvado enviado para destruir o mundo com uma puxada de rabo de cavalo de cada vez.

Como podia um único olhar da garota enviá-lo de volta ao ensino médio, quando ela escolheu o irmão em vez dele? Não que ela soubesse de sua paixonite ridícula. E a gagueira dele não tinha ajudado. No mínimo, piorava as coisas. Ela entendeu silêncio dele como ódio. Na verdade, ele tinha medo de abrir a boca porque a gagueira piorava quando ela o pressionava a falar com calma.

Tinha sido muito mais fácil perseguir a garota e provocá-la do que lhe dar as palavras bonitas que Dylan dava com tanta frequência. Mas isso não significava que o coração dele não estava envolvido.

{...}

Reprimindo um xingamento, ele parou no centro da cidade. Por sorte, o escritório ficava a poucos minutos da casa de seus pais.

O arranha-céu alto brilhava na chuva sombria. O nome "Sprouse Enterprises" cintilava sobre a paisagem da cidade.

Lutando contra a vontade de fazer cara feia para o dinheiro que o prédio obviamente representava, ele sacudiu a cabeça levemente. Não quisera uma parte nos negócios da família. Não, essa tarefa tinha sido destinada a seu irmãozinho, e ele dava conta.
Cole tinha usado a poupança criada em seu nome e alimentada até sua maioridade para abrir o próprio rancho e criar cavalos. O rancho também funcionava como pousada. Vinte acres maravilhosos davam vista para o rio Columbia. Isso era vida, enquanto estar na cidade era sufocante.

Cole parou a caminhonete, e Dylan saltou.

- Eu chamo um carro quando terminar. Não devo levar mais do que uma hora. Te vejo depois, Lili. Tenta não matar o Cole enquanto eu não estiver por perto, está bem?

- Não posso prometer nada! - Lili o dispensou com um aceno e virou os olhos
cheios de ódio para Cole. - Então, você tem algum plano imediato pra me matar e enterrar o corpo?

- Debaixo de uma árvore, acho. - Cole trocou a marcha da caminhonete e entrou no trânsito. - Ou, talvez, debaixo do balanço. Eles nunca vão te procurar ali.

- Rá, rá, você é hilário.

- Eu gostaria de pensar que sou. Agora, que negócio é esse de Dylan te beijar? Quero dizer, eu sei que não é da minha conta, mas você não devia manter isso no nível profissional? Afinal, ele está te pagando...

- ... como uma das prostitutas dele - completou Lili. - Mas, tecnicamente, ele não está me pagando. Quero dizer, está, ele vai pagar meus empréstimos estudantis. Além do mais, estou fazendo isso pela vovó. E, de alguma forma, eu descobri que dentro do meu peito bate um coração enorme. Eu meio que devo umas ao Dylan. Ou, pelo menos, ele me fez achar que eu devo.

- Eu não ia dizer que você era uma prostituta. - Cole tossiu. - Então ele realmente tem namoradas prostitutas? - Cole sacudiu a cabeça em desaprovação.
- Talvez devêssemos deixar esse pequeno detalhe de fora deste fim de semana. A saúde da minha avó e tal.

- Concordo. - Lili bufou. - Ela teria um derrame se soubesse como seu irmãozinho Dylan ficou egoísta. Mas eu o amo de qualquer maneira. - Lili suspirou.

- Aparentemente, senão você não estaria aqui. Mas, por outro lado... as coisas nem
sempre são o que parecem, né, Lili ? - Cole pigarreou.

- Apenas dirija a caminhonete, garoto. Estou com fome, e meu estômago está
embrulhado depois daquele voo idiota.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora