Capítulo 1

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Minha cabeça rodava no meio da escuridão.  Meu corpo parecia balançar enquanto eu despertava.
Abri os olhos devagar e já senti o clima estranho.
Frestas de luz invadia o teto de madeira. Escutava barulho de homens trabalhando pesado, gritando, choros de mulheres, gritos de sofrimento, mulheres mais velhas gritando, barulho de ferro caindo no chão...

Estava tão atordoada que fechei os olhos novamente para ver se estava sonhando. Eu estaria num pesadelo? Essas vozes invadiram minha cabeça que já estava doendo que não pude aguentar mais.
Tentei me concentrar em dormir, mas não conseguia.
Movi uma de minhas pernas, mas algo estava de errado. Abri os olhos e percebi que havia uma corda amarrada no meu tornozelo.
Foi nesse exato momento em que me desesperei. Meu coração acelerava.
Olhei para meu estado e tentei me tocar. Pude sentir minha pele sobre meus dedos.
Minha respiração começou a descontrolar.
De repente, uma das minha amigas, Helena colocou as mãos em meus ombros.

- Vamos sair daqui. – ela disse.
Virei-me e ela estava de pé enquanto Luísa tentava se livrar da corda.

- Anda logo! – Helena puxava meu pé.

- Estou tentando. – Luísa estava com uma navalha nas mãos. Não pude ver seu rosto já que seus cabelos curtos e castanhos claros caíam sob a visão.

- Isso! – Helena exclamou – Vamos embora! – Ela e Luísa me fizeram ficar em pé. Eu as segui.
Estávamos num canto onde podíamos ver várias pessoas, mas as pessoas não podiam ver a gente.

- Luísa, ela está em estado de choque. – Ouvi Helena falar – Lali? Lali? Você está me escutando?

Virei-me para ela. As palavras não conseguiam sair de minha boca. Eu tentava falar, mas não saía som.
Luísa puxou minha cabeça com arranco e me fez olhar para ela.

- Olha para mim! Olha para mim! – seus olhos estavam inchados – Sai desse transe! Volta para a realidade. Sabe aqueles filmes que assistíamos com meu pai? – fiz com que sim com a cabeça – Então, estamos vivendo ele agora. Volta para a realidade. Está me entendendo?

Respirei fundo e olhei para trás. Estávamos em um corredor escondido. O teto, o chão e as paredes eram feitas de madeira.
Aonde estávamos?
Olhei para minhas vestes. Usava um vestido com tecidos fino de cor bege com mangas curtas, a mesma que as meninas estavam usando. Percebi que estava usando apenas calcinha e sem o sutiã. A armação do vestido era feita com uma cinta que segurava os seguravam, através  das cordinhas que tinham ali.
Meus pés? Estavam cobertos por uma sapatilha da mesma cor , que parecia de bailarina de tão fina que era. Pude sentir meus pés doloridos ao pisarem no chão sujo de madeira.

Engoli seco.

- Lalita! Acorda! – Luísa me deu um forte tapa no meu rosto.
O lugar onde fui atingida pelos seus dedos queimavam.
Olhei para Luísa e para Helena cujos as expressões estavam desesperadas.

Respirei fundo.

- He... Helena? – consegui falar – Luísa... Onde é que estamos? – perguntei

- Não sabemos aonde estamos. – Luísa pegou na minha mão enquanto andávamos – Só sabemos que fomos sequestradas e estamos nesse navio de merda.

- Navio? – era muita coisa para absorver – Cadê a Naty? Onde está a Naty? – comecei a me desesperar.

- Lali, não sabemos onde a Naty está. – Helena me respondeu – Achamos que ela possa estar aqui no navio também.

- O quê? Mas, a Naty... Não... Por que separaram a gente? – as lágrimas caíam pelo meu rosto. O choro estava vindo mais forte. Alguma coisa estava entalada em minha garganta.

Síndrome de Estocolmo: Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora