Hey Child

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Descemos do carro e eu já sentia um ar pesado, como se a atmosfera me fizesse tanta pressão que parecia que iria explodir a qualquer segundo. Ele começou a andar na minha frente como se estivesse bravo comigo ou um sentimento parecido mas... por quê? Agora começava a vir o turbilhão de ideias e aquilo me incomodava. Ele realmente me ajudou naquele momento mas eu não estava entendo nada e ele não parecia o mais aberto e receptivo para conversas. Eu ainda não estado completamente normal mas lá no fundo, bem no fundo, até esse contato estranho dele me agradava e me deixava feliz.

- Todoroki? Você poderia me esclarecer algumas coisas?

- Como?

- Tipo o que ocorreu, qualquer coisa mesmo já ajuda.

- Hm.

- Bravo?

- Não.

- Nojo de mim?

- Não.

- Medo?

- Não.

- Solteiro?

- Não... espera, o quê.

Eu olhei assustada para ele por 1 segundo e sacudi a cabeça mas com certeza não deveria deveria ter feito isso, foi me mexer fora do padrão "tentando parecer sóbria" que meu estômago respondeu rapidinho. Eu sentia tudo que estava lá bem guardado vindo para fora... mas eu não ia fazer isso na frente dele, nem morta. Então eu segurei bem a primeira onda como se nada estivesse acontecendo.

- Tenho que fazer uma confissão, eu não estou a mais sóbria e nem a mais saudável mentalmente mas eu gostei de te ver. Seja lá as motivações para ter ocorrido isso, mesmo que fosse só acaso, por favor não me fale, não agora pelo menos. Mesmo que seja ilusão, é bom se sentir feliz.

- Então você se sente feliz ao meu lado?

- Si...

Ok, o cérebro mandou o sinal de emergência, veio uma segunda ânsia das pesadas. Eu estava perto dos dormitórios mas já não dava mais para manter a elegância. Sai correndo.

Nem eu sabia que tinha tanto potencial para subir correndo escadas sem cair e chegar a tempo ao santo local chamado vaso sanitário. Mas boba eu não sou, sofri mas não deixo ele me ver sofrer, quer dizer, quem dera eu tivesse forças para levantar a tempo, quem dera ele não me seguisse, mas se não fosse um desastre, não seria eu.

- Tá tudo bem?

- Por favor 5 metros de distância, pode ser contagioso, muito obrigada, de nada.

- Você quer ajuda?

- Água.

Enquanto eu dava descarga as pressas e tomava água quase fazendo bochecho para ele não sentir o cheiro, fiz um coque no cabelo e ia tentando me acalmar, mas mesmo assim estava fora e meio lenta. Que cena desprezível, sentada no chão do banheiro, provavelmente com a cara da droga e, mesmo assim, ele se abaixou e me olhou calmo e sério, bem no fundo dos olhos.

- Acho que você precisa de um banho.

- Nossa Shouto, não precisava de tamanha sinceridade.

-Não não, digo, você precisa de água gelada para melhorar a circulação se sangue, isso vai ajudar você a voltar ao normal.

- Ah... me sinto exausta, não sei.

- Eu te ajudo.

Tá, vamos lá, rebobina, ele falou em banho e ajuda na mesma frase? Eu tô tão louca da droga assim... possível.

Coffee for 3 (Bakugou, Todoroki × Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora