Capítulo Único

47 5 169
                                    

Oh, I can't be
Your lover on a leash
Every other week
When you please

Oh, I can't be
The kiss that you don't need
The lie between your teeth
The cut that always bleeds
The cut that always bleeds

{🌻}

Ver aquele sorriso doía.

A forma como ele a olhava, com tanto carinho, tanta ternura, lhe causava uma dor avassaladora e impetuosamente familiar.

...

⊰————- ❁Girassóis-1896❁ ————-««

Os primeiros sintomas começaram a surgir junto ao verão.

O sorriso de Minhyuk iluminava seu jovem coração como o próprio sol da manhã, o convidando a sair de casa e correr no gramado de seu quintal.

- Vamos logo, Kihyun- o loiro disse, a voz transbordando animação- Hyungwon disse que se demorarmos muito eles vão começar sem nós- continuou ele, inquieto, alternando seu olhar entre o menor e a carruagem.

- Já estou indo- ele disse, sorrindo largo, mas com o mesmo tom de voz calmo de sempre.

Ele acelerou um pouco o passo ao descer a escadaria de casa, alcançando o outro no meio do caminho que inconscientemente saltitava ao seu lado incapaz de esconder a ansiedade por estarem indo a sua primeira aula de equitação.

O Lee sempre fora uma criança muito energética em comparação a Kihyun, que sempre se sentiu o completo oposto do amigo. Enquanto o outro corria, o Yoo andava. Enquanto Minhyuk gritava, Kihyun sussurrava. Eram como Yin e Yang de uma forma que chegava a ser quase cômica, ao mesmo tempo que era extremamente adorável. E quanto mais eles cresciam, mais seus traços de personalidade pareciam se opuser quase que propositalmente.

Era uma charada difícil, um mistério insolúvel, para quem se punha a observar de fora como aquelas duas almas pareciam mesmo diante do caos se encontrar em harmonia. Por mais distintos um do outro que fossem, sua amizade parecia ser confeccionada sem uma rachadura sequer, findada em pilares de pedra de um castelo quase inabalável.

Por isso era tão estranho para Kihyun pensar que pudesse haver algo a mais no meio disso tudo. Parecia egoísta de sua parte pensar que apesar de tudo que ambos possuíam ainda faltava alguma coisa, e ele se sentia extremamente ganancioso em querer mais do que já tinha, mais de Minhyuk.

Mas era quase impossível não pedir por mais, quando a risada do outro para reverberar dentro de se e fazer seu coração dar voltas intermináveis. Quase impossível, quando o Lee parecia tão lindo, tão sereno, montado em seu cavalo calmamente cavalgando entre os vinhedos da família Chae, tendo seus cabelos iluminados pela meia luz do pôr do sol. Quase impossível, quando as maçãs do rosto coradas se erguiam naquele sorriso largo conhecido e os lábios chamavam por seu nome com tanto carinho, exigindo sua atenção.

Não, Kihyun não tinha o direito de exigir mais do que já tinha, de desejar mais do que poderia ter. Aquele sentimento não podia pertence-lo, deveria haver algum engano, mas as pétalas amarelas que surgiram no final do dia pareciam justamente lhe dizer o contrário. Elas se forçaram para fora de sua garganta sem aviso prévio, se acumulando aos montes sobre sua cama e cobrindo seu pequeno corpo de treze anos de idade até o peito.

Parecia um sonho, ou nesse caso, um pesadelo, e ele se forçou a dormir certo de que acordaria livre daquele tormento. Porem quando a manhã chegou elas permaneciam lá, espalhadas displicentemente, montes de pétalas sobre montes de lençóis.

The Cut That Always Bleeds | Kihyuk OneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora