Uma história de despedidas

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Recomendo escutar a música da mídia na última parte da história. A autora está depressiva e não recomenda 👍

***

Mariana estava sentada com as pernas cruzadas em cima da cama no quarto da casa que a mãe da garota morava.

Aquela casa era enorme, daria para se perder facilmente, mas isso não seria um problema, já que Mariana não iria sair daquele quarto durante os dois dias do fim de semana que ficaria naquele lugar.

Ela encarou o celular que estava na sua frente, o relógio marcava 2 da manhã. O seu aplicativo de mensagens estava repleto de notificações, mas nenhuma delas era da pessoa que ela queria.

A gótica suspirou, finalmente se rendendo ao sono, deitou e se cobriu. Estava prestes a pegar no sono quando ouviu a porta do quarto abrir. Ela continuou deitada, fingindo dormir e só se tranquilizou quando ouviu a porta fechar novamente, pensando que fosse a empregada que veio apenas se certificar de que ela já estaria dormindo, mas essa tranquilidade não durou muito, pois logo Mariana sentiu alguém deitar ao seu lado e lhe abraçar.

— Eu sei que você está acordada. — A pessoa sussurrou, Mariana tentou se afastar, mas os braços que lhe seguravam eram bem mais fortes. A garota conhecia aquela voz.

— Me solta Yan! — A gótica gritou, conseguindo se soltar do outro.

Yan era o filho do marido da sua mãe. Um garoto idiota que estava sempre cercando Mariana quando ela passava o final de semana alí. Ele era um dos motivos de ela odiar aquele lugar.

Aquele garoto mimado tinha 18 anos, mas agia como uma criança birrenta e com surtos agressivos quando não conseguia o que queria e isso incluía Mariana.

— Qual é gatinha, volta aqui. — Ele riu.

— Não me chame assim, seu desgraçado. — A gótica gritava de longe. — Sai daqui!

— E se eu não quiser? — Yan debochou.

— Eu... — Mariana estava tão furiosa que não conseguia pensar em algo para dizer.

— Vou te chamar de novo, então é melhor você vir antes que eu vá ai te pegar. — O sorriso do mais velho começava a dar lugar a uma leve expressão de raiva.

— Vai pro inferno!

— Por que você dificulta tanto? — Ele se levantou, ficando de pé na frente da cama, encarando a outra com um olhar nervoso.

O garoto usava apenas uma calça de moletom, isso deixava Mariana cada vez mais desconfortável.

— Vai embora! — Ela gritou novamente, a vontade de chorar começava a aparecer.

— Não. — Yan se aproximou. — Eu vou só depois que eu conseguir o que quero. — Ele riu. — E você sabe muito bem o que é.

— Eu já mandei você ir embora!

O garoto se aproximou mais ainda, encarando a gótica de cima a baixo.

— Você fica se fazendo de difícil, mas não para de me provocar. — Falou baixo, lambendo os lábios. — Usando essa roupa curta enquanto faz birra, isso me deixa muito mais com vontade de te pegar.

— Isso é um pijama, seu imbecil! — Mariana ficou com mais raiva. — Eu jamais iria querer ficar com um nojento igual você.

— E isso importa? — Yan se aproximava mais, fazendo a garota se afastar.

A gótica entrou em pânico ao sentir sua bunda bater contra uma escrivaninha, mostrando que aquele era o final do quarto. O mais velho sorriu ao notar o desespero da outra.

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