O caminho mais rápido do ateliê de Leonardo para San Pietro era ou por balsa ou alugando
um barco de Fondamenta Nuova e navegando da costa leste para o norte da cidade. Para sua
surpresa, Ezio teve dificuldade em encontrar alguém que o levasse até lá. As balsas comuns
haviam sido suspensas e foi apenas desembolsando uma bela quantia de dinheiro que
conseguiu persuadir dois jovens gondoleiros a levá-lo.
— Qual é o problema? — perguntou ele.
— Dizem que houve uma luta feia lá — respondeu o remador na popa do barco, lutando
contra a água agitada. — Parece que já acabou, foi só um conflito local, mas as balsas ainda
não estão se arriscando a voltar a funcionar. Vamos deixá-lo na costa norte. Tome cuidado.
Eles cumpriram com o prometido. Ezio logo se viu sozinho e arrastou-se da margem
lamacenta para o muro de contenção de tijolos, de onde pôde ver o pináculo da igreja de San
Pietro di Castello não muito longe dali. Também conseguiu ver várias nuvens de fumaça saindo
de alguns prédios baixos a sudeste da igreja. Era o quartel de Bartolomeo. Com o coração
acelerado, Ezio se apressou naquela direção.
A primeira coisa que o impressionou foi o silêncio. Então, ao chegar mais perto, viu corpos
espalhados pelo chão. Alguns usavam o brasão de Silvio Barbarigo, outros, um instrumento
que ele não conhecia. Finalmente, encontrou um sargento gravemente ferido, mas ainda vivo,
que conseguiu se escorar em um muro baixo.
— Por favor... ajude-me — pediu o sargento quando Ezio se aproximou.
Ezio olhou rapidamente ao redor e localizou onde ficava o poço. Dele retirou água, rezando
para que os atacantes não a tivessem envenenado, apesar de ela parecer bastante limpa e
clara. Derramou um pouco em um vasilhame que encontrou e levou-o calmamente aos lábios
do homem. Então umedeceu um pedaço de pano e limpou o sangue do rosto do sargento.
— Obrigado, amigo — disse ele.
Ezio percebeu que ele usava um distintivo desconhecido e imaginou que deveria ser o de
Bartolomeo. Evidentemente as tropas de Bartolomeo haviam sido derrotadas pelas de Silvio.
— Foi um ataque surpresa — confirmou o sargento. — Alguma puta de Bartolomeo nos
traiu.
— Para onde eles foram?
— Os homens do Inquisidor? Voltaram para o Arsenal. Montaram uma base lá pouco antes
que o novo doge assumisse o comando. Silvio odeia o primo Agostino porque ele não faz parte
do plano em que o Inquisidor está envolvido, seja ele qual for. — O homem tossiu sangue, mas
se esforçou pra continuar. — Aprisionaram nosso capitão e o levaram com eles. É realmente
engraçado, porque nós é que estávamos planejando atacá-los. Bartolomeo só estava
esperando por um... mensageiro da cidade.
— Onde está o resto de seus homens?O sargento tentou olhar ao redor.
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Assasins Creed : Renascença - Oliver Bowden
AventuraEmbora eu acreditasse estar aprendendo a viver, estava aprendendo a morrer - Leonardo da Vinci