Capitulo 28

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Leo estava prestes a sair do primeiro cômodo, quando colocou a cabeça para fora e viu Nikolás e Ariela saindo do quarto do rei acompanhados por guardas. Ela voltou para a sala e trancou a porta. Ela não havia encontrado nada ali, era apenas uma sala cheia de sofás. Ela precisava dar um jeito de sair dali e entrar em outros lugares sem ser vista.

Ela sentou em um dos sofás e ficou esperando ali por algumas horas, até tudo estar silenciosos e ela ter certeza de que não havia ninguém acordado. Leo saiu da sala e começou a caminhar pelos corredores escuros a passos silenciosos. Para sua sorte, não havia nenhum guarda ali para detê-la.

O primeiro cômodo que entrou era uma pequena biblioteca, que ela duvidava ser usada pelo rei. O segundo, uma sala de instrumentos, depois um escritório, um salão de jogos, uma sala cheia de ouro...

E assim se seguiu a madrugada, vários cômodos vazios e inúteis, até uma sala cheia de espadas, e coroas que deveriam ser algum tipo de sapólio de guerra, e no final da sala, protegidas por um vidro, haviam um par de asas brancas.

Não havia como tira-las dali sem quebrar o vidro, e isso faria muito barulho. Ela esperaria até que amanhecesse e então as tiraria dali. Ela só esperava que todos estivessem bem até lá.

—◇—

Estar presa em uma cela novamente era horrível, mas não foi tão ruim quanto quando os guardas vieram busca-los pela manhã. Eles os acorrentaram, e os levaram até a sala do trono. O rei estava sentado sobre ele, com um pote de vidro nas mãos. Havia um liquido cintilante dentro do frasco.

— Ah, vocês chegaram. Prontos para testemunharem o que estou prestes a fazer?

— E o que seria isso? — perguntou Nikolás.

— Veem esse frasco? Eu fiz um trato com os nebulosos, eu os ajudo a acabar com os flyers, e eles me ajudam a conseguir o poder.

— O que tem nesse frasco? — perguntou Zarah.

— Uma grande parte dos poderes de sua mãe e de outros flyers. — respondeu ele. — Sabiam que com a quantidade certa de poder reunido, é possível trazer alguém de volta a vida? Não importa se seu corpo ainda existe ou não.

— E quem você pretende ressuscitar? — perguntou Cassandra.

— Selena. Você sabe quem é, sei que vocês roubaram minhas cartas. Ela foi morta por flyers, nada mais justo do que flyers morrerem para que ela viva novamente.

— Isso é o pensamento de alguém doente. — disse Ariela.

— Eu não pedi sua opinião.

Alguém começou a bater palmas atrás deles, e eles se viraram para ver o que era. Entrando pela porta, estavam Valkiria, Karayan e uma das gêmeas.

— Belo discurso, Oliver. Agora ande logo com isso, temos mais o que fazer. — disse Valkiria.

— É hora de fazer alguma coisa, princesa. — Sussurrou o guarda que a prendia para Ariela, soltando lhe das correntes, da mesma forma que os outros guardas faziam com os outros.

O rei olhou confuso para o que estava acontecendo. Os guardas jogaram as espadas para eles ao mesmo tempo que Leo entrava pela porta com uma espada que havia arrumado em uma das salas do rei.

— Ah, parece que você esqueceu de prender alguém, Oliver. — disse Valkiria.

— Onde é que essa garota estava?

— Vamos acabar logo com esse showzinho. Ravena, faça as honras. — ordenou Valkiria.

Ravena agarrou Laís pelas costas, já que ela era a pessoa mais próxima e colocou uma faca em seu pescoço.

— Abaixem as espadas, se derem mais um passo ela morre.

Laís os olhou com raiva quando eles abaixaram as espadas. A nebulosa não mantinha a faca pressionada em sua garganta, como se tivesse medo de matá-la, então Laís virou um pouco a cabeça e mordeu a mão de Ravena para distrai-la. Laís se soltou do outro braço que a prendia, mas Ravena foi mais rápida em lhe dar uma rasteira e derruba-la, o joelho da nebulosa estava sobre suas costas, prendendo-a no chão com o peso do corpo.

— Mas que ousadia. Mate-a, Ravena. — ordenou Valkiria, mas Ravena não se moveu. — O que você está esperando?

Ravena se levantou, pegou a espada de Laís do chão e correu até uma janela. Ela golpeou o vidro com a espada para quebra-lo e pulou pela janela. Laís se levantou e pegou a faca que a nebulosa havia deixado para trás.

— São treze contra três, acho melhor desistirem. — disse Laís.

Valkiria olhava com ódio para os sete, quando uma névoa preta começou a brotar do chão, e envolve-los. O guarda que prendia Ariela empurrou Dália para o lado e ficou em seu lugar para que a névoa o prendesse. As sombras começaram a sufoca-los.

— Engraçado, não. Você fugiu da forca uma vez, só para morrer estrangulada pelas minhas sombras. — ronronou Valkiria para Ariela. — Com certeza é uma morte muito melhor do que a que vou dar para o resto dos flyers.

Ariela já estava ficando branca quando reuniu toda sua energia para criar luz, começou como uma pequena esfera que foi crescendo até tomar o salão todo como um escudo. As sombras se desfizeram, libertando-os. Karayan a olhava assustado para Ariela, como se visse nela algo que ela não via.

Nikolás e Cassandra andaram até seu pai, as espadas apontadas para ele.

— Entregue esse frasco e a coroa. — ordenou Cassandra.

— O que pensam que estão fazendo, vocês vão pagar muito caro por isso.

— Olha como fala, seu velho odioso. — disse um guarda atrás do rei, antes de cortar sua cabeça com a espada. A coroa caiu da cabeça do rei quando essa rolou para chão. O guarda tirou o chapéu que cobria uma parte de seu rosto, revelando a rainha. Ela parecia estar assustada e feliz ao mesmo tempo.

Os nebulosos olharam surpresos para o corpo sem cabeça do rei.

— Isso ainda não acabou. — Disse Karayan antes dos dois saírem voando pela janela.

Ariela desfez o escudo de luz.

— Conseguimos! Eu não credito, nós conseguimos e ninguém morreu! — Comemorou Laís, antes de cair para frente e Hadria aparecer atrás dela.

A nebulosa havia atravessado uma faca pelas costas de Laís, e agora ela estava morta.

— Tchauzinho, idiotas. — disse ela rindo antes de desaparecer na mesma velocidade que havia surgido.  

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora