- First;

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— EU JÁ FALEI QUE VOCÊ VAI E PRONTO!! — Sua mãe grita com você e te dá um tapa na bochecha direita, fazendo você se virar e devolver o tapa.

— ME RESPEITE S/N.

— ENTÃO NÃO ME BATA. — Gritou nervosa e se levantou ameaçando ir embora, mas a mais velha segura seu braço e te joga de volta na cama.

— Onde pensa que vai? Ainda não terminamos de conversar. — A mulher mantém sua postura, depois de gritar com você ela voltou a pose de boa moça.

— Como estava dizendo, ele é um bom homem filha, será bom para você ter uma família.

— Mas eu não quero ter uma família, não com alguém que eu não ame. — Falou encarando-a e suspirou passando as mãos pelo cabelo.

— Não me faça fazer isso mãe... eu não aguentaria.

— Não me importo, seu pai acha que será o melhor para você, já que nasceu assim fraca pelo menos tenha filhos mais fortes que você. — Ela te encarou friamente e você suspirou mordendo o lábio, o evitando de tremer mais ainda.

— MAMÃE NÃO FALE ASSIM COM ELA. — Ouviu um grito nervoso e braços te agarrando, era o palmito.

— Por que está brigando com minha irmã? Ela não fez nada...

— Só estamos conversando
palmitinho. — Sorriu acariciando os fios brancos de seu irmão e ele suspirou apreciando o carinho.

— Não se preocupe, mamãe não estava brigando comigo, vá brincar, sim?

— É bom mesmo, mamãe não grite mais com minha irmã. — Falou beijando sua bochecha e saindo saltitante do quarto.

— Você o ouviu, não deveria gritar comigo... — Falou sorrindo, ela não ousaria machucar o coraçãozinho do filho caçula.

— Você vai se casar em um mês... — Falou saindo do quarto, mas se virou.

— Iremos nos encontrar com ele na próxima semana, se vista como uma mulher direita e não como uma puta.

— Tchau mãe. — Suspirou mais uma vez no dia e se largou na cama, estava exausta e queria matar todos ali, excerto o palmitinho que é um fofo.
Virou para o lado e fechou os olhos, tentando dormir e esquecer de tudo que aconteceu. Depois que Satoru nasceu todos ali te jogaram de escanteio e começaram a te desprezar, claro, seu irmão nasceu todo poderoso mesmo sendo mais novo e você nem mesmo consegue usar sua técnica sem ficar dias com uma dor de cabeça horrenda.
Nem mesmo dormir conseguiu, já que o seu querido pai te chamou em seu escritório, ele você não poderia perder o controle.

— Com licença, o senhor queria falar comigo? — Se curvou antes de entrar no cômodo e ele te olhou de relance, com desprezo.

— Sua mãe já falou com você? — O tom de voz era ríspido e seco, nem mesmo o considerava seu pai.

— Já sim... — Abaixou a cabeça relutante e ele concordou soltando uma risada.

— Espero que se comporte, não quero saber de nenhuma reclamação dele.

— Falou e você concordou. — E me faça o favor de conseguir ter um filho, pelo menos um que seja forte e não um inútil como você.

— Sim senhor. — Resmungou baixo e sentiu ele te acertar com o peso de papel.

— FALE MAIS ALTO. — Exigiu e você concordou sentindo o sangue escorrer de sua cabeça.

— Sim senhor. — Falou mais alto e ele concordou, aquilo não era um pai e sim um monstro.

— Qualquer mulher que não sirva para obedecer às ordens de seu marido não serve para nada, então use esse corpo inútil para carregar uma criança. — Falou seriamente e você concordou triste.

— Era só isso, vá logo antes que eu enjoe de sua cara feia.

— Me...desculpe senhor. — Hesitou, mas terminou a frase, sabia que ele faria pior se não o respondesse corretamente.
Ah sim, estava tudo indo como o planejado dele, você se casaria com algum xamã burro, que nem mesmo sabe satisfazer uma pessoa nem ele mesmo e viraria uma esposa de troféu, aparecendo em festas e celebrações com uma barriga enorme e um sorriso alegre no rosto.
Ainda era livre, mas não por muito tempo, precisava aproveitar seus últimos dias de independência e sair dessa mansão fria e maldosa. Se banhou e se livrou do toque dos seus “pais”, parou se encarando no espelho e suspirou acariciando a cicatriz que ganhou quando desobedeceu a seu pai pela primeira vez, ele fez questão de te acertar uma faca bem em seu rosto e deixar uma marca em sua sobrancelha.
Vestiu-se com um sobretudo preto, que cobria até a metade de suas coxas e se fechava na cintura, por baixo usava um conjunto de lingerie preta de renda. No pescoço usava uma gargantilha com diamantes e uma fina cruz de prata. Calçou um par de saltos altos com strass que se fechava em seu calcanhar. Nos lábios um batom vermelho sangue e um delineado preto nos olhos, como sempre, sairia para matar.
Pegou um táxi, já que não tem motorista e ainda não tem um carro e foi até um bar conhecido seu, sempre ia ali e sempre saia acompanhada, você preza uma boa conversa, mas também uma pessoa que tenha cara de que fode bem.
A cidade já estava se preparando para acender as luzes e aproveitar a noite fria do Japão, você estava sem frio, raramente se sentia com frio, não sabe por que, mas sempre anda com calor. Chegando na calçada do bar, pagou o motorista e desceu apreciando os olhares sobre você, lentamente rumava até o bar, como se fosse desfilando até lá, e realmente estava aos olhos de quem via.
Havia casais conversando e paquerando ali, pessoas solitárias – assim como você – e pessoas já bêbadas, pediu o de sempre, um copo de whisky puro com gelo, bebia e pensava, girando o copo em sua mão vendo a água escorrendo pela diferença de temperatura do copo.

— Quero o de sempre. — Uma voz grave te tira dos seus devaneios e você vira o rosto encarando a pessoa, ou melhor, o homem.

— Que acontece de ser o mesmo que a bela moça está tomando.

— É o melhor para esquecer os problemas, certo? — Sorriu gentilmente e ele concorda se sentando no banco ao lado.

— Não parece ser uma moça com muitos problemas, a não ser que seu perfume favorito saiu de linha. — Ele tinha um sorriso debochado no rosto e te arrancou uma risada, mesmo não sendo a intenção.

— Se fosse isso seria ótimo... — Comentou virando o restante da bebida e pedindo mais logo em seguida.

— E você não parece ter muitos problemas, a não ser que foi rejeitado por uma moça que você queria foder.

— Que linguajar vulgar a bela moça tem. — Ele riu e você arqueou a sobrancelha o desafiando.

— Ninguém me rejeita.

— Egocêntrico. — Resmungou alto o suficiente para ele ouvir.

— Então porque está aqui, Senhor Egocêntrico?

— Me falaram de um certo “Anjo” por aqui.... — Ele comentou e você concordou.

— E eu sinto que é você.

— Eu? Não sou nenhum anjo... — Sorriu o encarando de lado e ele riu, completando a tal famosa frase da garota.

— "Mas pode me fazer conhecer o céu, através do prazer ou da minha própria morte."

...

Vou deixar nos comentários o link da playlist que eu fiz, pra acompanhar vocês na fic, aproveitem❤️❤️.

𝙉𝙊𝙏 𝙔𝙊𝙐𝙍 𝘼𝙉𝙂𝙀𝙇 - 𝐓𝐨𝐣𝐢 𝐅𝐮𝐬𝐡𝐢𝐠𝐮𝐫𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora