A noite chegou e consigo um ar frio.
— Isso é mesmo necessário? — Type questiona Tharn que estava à sua espera.
— Sim — A resposta curta fez o outro lhe encarar e contorcer o nariz em desagrado. Não queria ser acompanhado até o trabalho e muito menos que Tharn ficasse lá consigo, não poderia nem pensar no que Puifai diria, com certeza encheria sua paciência com brincadeiras de mau gosto.
— Isso é uma droga! O que mais vou ter que fazer com você na minha cola? — Ouviu a própria grosseria e assustou-se, mas não teve coragem de pedir desculpas. Afinal, as palavras poderiam ser ditas de forma diferente, sabia bem que era culpa daquela suas mudanças de humor, mas o sentimento era real.
Não quero alguém no meu pé! Simples.
— Não é nenhum prazer pra mim também, se é o que pensa, mas não tenho escolha. — Tharn se retirou do quarto, parecia zangado.
Era visível que nenhum dos dois estavam confortáveis com a situação, no entanto, não havia escolhas e muito menos tempo. Tharn, no seu tom macio e simplificado, explicou a Type que teriam que procurar uma solução para tudo aquilo, juntos e o mais rápido possível.
Por mais que dissesse não saber o que estava acontecendo, ele não parecia estar sendo totalmente sincero, mas Type também não tinha uma pergunta exata para interrogá-lo. Isso estava incomodando-o e lhe tirando a paz.
Enfim, foram para o bar onde trabalhava, tudo parecia normal por lá. A aproximação dos dois garotos não estava machucando, na verdade percebeu uma melhora, mas desconfiava ser por causa da pétala. Porque, por mais que parecesse confortável aquela distância de metros um do outro, quando havia uma aproximação brusca, tudo voltava. Os enjôos, mudanças repentinas e cada vez mais fortes de humor, entre outras coisas estranhas.
Abriu a porta do estabelecimento e logo avistou a amiga, essa que olhou para si de esgueira, a curiosidade e espanto quando viu Tharn entrar junto estampados na cara. Passou rapidamente pelos poucos clientes que ali estavam e apontou para uma mesa ao fundo.
— Me espere ali, volto em poucos minutos. — Tharn afirmou com um aceno de cabeça e Type espiou as pessoas, pareciam inertes a situação. Por conta da distância, às vezes falavam um pouco mais alto, tinha medo que alguém achasse aquilo estranho.
— Quem é ele? Você não disse que não conhecia o cara? — Mal atravessou a bancada e Puifai já lhe arremessou questionamentos.
— Boa noite pra você também. — Ironizou.
— Tá, mas agora responde. — A amiga lhe apontou o dedo cheio de espuma do copo que limpava. Estava curiosa, era notável naqueles olhos grandes cheios de um brilho que só fofoqueiros possuem.
Não sabia o que responder. O que diria? Ele é um estranho que me faz sentir coisas estranhas e agora teremos que andar juntos, porém, separados para que isso passe e não piore cada vez mais?
Puff, ela não vai entender.
Nem mesmo Type entendia, como alguém poderia?
Às vezes algumas verdades são descartáveis ou duras demais para entender, por isso mentirosos lunáticos não sentem culpa.
— Ele é um amigo da faculdade, veio fazer um trabalho comigo. — Fingiu estar distraído para passar mais verdade nas palavras e não ser investigado pelos olhos sabidos da garota de cabelos coloridos.
— Vocês estão se pegando! — Arregalou os olhos com o comentário totalmente errado dela e quase deixou a garrafa cair no chão.
— Não! Claro que não! — Puifai encarou-o e sorriu ladina, parecia segura do que dizia, nem mesmo quis desculpas.
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My Body, Your Soul (MewGulf-TharnType)
ParanormalTudo que sou Nunca poderei ser sem ser você Pois Somos tudo que nunca fomos sozinhos Uma parte de nós Construída sem nossa permissão Somos um conjunto que nunca poderá coexistir Éramos pra ser? Também disponível no *Spirit Fanfic*