Capítulo 2

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Lá está ele.

Lindo em seu terno caro e os cabelos bagunçados pelo vento de inverno. Ele está sorrindo. Sinto uma pontada no peito. E mais abaixo. Ah, Deus, preciso que ele me note. É, tipo, uma questão de vida ou morte.

— Parece que o chefe chegou — Alan comenta o óbvio, mas já não estou prestando a menor atenção.

Meus pés se movem como que por vontade própria em direção ao objeto do meu desejo. É agora ou nunca. Steve está sendo cumprimentado
pelos bajuladores de plantão. Algumas mulheres aproveitam a ocasião para abraçá-lo. Vadias. Serão todas demitidas quando eu for a Senhora Rogers.

Sorrio enquanto chego cada vez mais perto. Já antevejo a hora em que Steve vai se virar e me notar em meio ao bando de funcionários embriagados pelo open bar. Nossos olhares se prenderão e tudo desaparecerá como nos filmes.

Como Elizabeth e o Senhor Darcy na dança de Orgulho e Preconceito.

Vai ser perfeito. Vai ser…

— Porra! — exclamo quando tropeço em alguém, fazendo todo conteúdo que ainda restava na minha taça escorrer pelo vestido branco da
mulher à minha frente.

Merda! Levanto a cabeça para xingar seja lá quem foi que me atrapalhou de chegar a Steve, mas me calo ao reconhecer Erin.

Mil vezes merda!

— Porra digo eu, Natasha! O que está pensando? — Ela segura o vestido longe do corpo, vermelha de cólera.

— Desculpe-me, Erin, estava distraída, não te vi e… — balbucio.

Erin não está nem um pouco feliz nesse momento.

— Você não se cansa de ser desastrada? — grita, fazendo vários olhares se prenderem em nós.

Ruborizo de vergonha. Inferno, por que Erin tinha que ser tão má comigo? Se sou desastrada em sua presença, a culpa era totalmente dela!

Não foi minha culpa se ela se virou abruptamente em minha direção quando pediu um café, no meu primeiro dia, fazendo a xícara voar da minha mão e aterrissar na sua mesa impecável. Graças a Deus o notebook havia sido poupado.

Ou se, ao fazer o favor de abrir a janela do escritório, sendo solícita e proativa quando ela reclamou do calor, um vento vindo sabe Deus de onde espalhou todos os documentos de sua mesa. Ela me obrigou a pegar um a um, levando, tipo, umas três horas e me deixando com dor nos joelhos por dias!

E agora isso!

— Você é um desastre ambulante! Como vou cumprimentar o Steve com essa roupa?

— Sinto muito — digo humildemente, embora por dentro esteja rindo. Menos uma para se aproximar do Steve hoje.

Lanço de novo meu olhar para frente e bufo ao ver que ele já desapareceu em meio aos funcionários e garçons servindo canapés.

Droga!

— Sentir muito não é suficiente! Estragou meu vestido! Custou uma fortuna e deveria lhe mandar a conta da lavanderia!

— Tudo bem, claro, qualquer coisa para me redimir… — concordo rápido, com um sorriso de desculpas, enquanto na minha mente estou quebrando a taça vazia em seu cabelo de palhaço.

— Ah, quer se redimir? — Ela me mede com interesse. — Então acho que pode trocar de roupa comigo.

O quê? Ela enlouqueceu? Trocar meu lindo vestido sexy de brocado por aquele vestido branco manchado?

Nem morta!

Porém, Erin já está segurando meu braço e praticamente me arrastando até o banheiro feminino.

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