full moon

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Haven't you noticed a kind of madness in my eyes?
It's only me, dear, in my midnight disguise.
(Você não percebeu uma espécie de loucura em meus olhos?
Sou apenas eu, querida, no meu disfarce da meia-noite).

[•••]

1.

O que faz de alguém um monstro? O que é preciso para se tornar um? 

Torturar crianças? Trair todos aqueles que confiavam em você? Fazer bullying? Torturar alguém ao ponto de a pessoa enlouquecer? 

Existem muitos tipos de monstros. Monstros que mereciam passar o restante de seus dias atrás das grades de Azkaban. Monstros que mereciam, até mesmo, a morte. 

Mas o mundo não é justo, e nesse mundo em que vivemos, crianças irão descobrir que sua história não necessariamente irá terminar com um final feliz. Elas irão descobrir que, às vezes, os torturados que acabariam atrás das grades, os traídos que acabariam mortos, os manipulados que acabariam infelizes. Enquanto os verdadeiros monstros, reinavam. 

O nome do monstro da vez era Greyback. Fenrir Greyback. Ele não fez bullying, não traiu ninguém que confiasse nele. Fenrir Greyback iria ser julgado por conta de acusações de bruxos que dizem afirmar ter o visto assassinar duas menininhas trouxas. Greyback era um sujeito de cabelos cinzentos e olhos azuis, com cara de poucos amigos e sorriso perverso. 

Sim, a sensação das gotas de sangue pingando de sua boca – o deixando quase eufórico –, que agora estava viva apenas na sua memória ou o som estridente e desesperado dos gritos agonizantes das crianças – implorando e chorando por suas vidas –, deixava óbvio, quase cristalino, de que era verdade. Ele havia as matado. 

De qualquer modo, o ministério insistiu em fazer um julgamento para ouvir o que ele tinha a dizer. Precisamos ser justos, eles diziam. E cada uma das pessoas que entrou naquele auditório no dia do julgamento, estavam fedendo a

(hipocrisia)

injustiça.

Mas como já foi comentado antes – e será provado em muitos pontos dessa história – o mundo não é justo.

Contudo, havia uma pessoa naquele auditório que por mais que não fosse de todo bem, sentia que estava prestes a sufocar com aquele cheiro insuportável. Cheiro de pessoas que diziam estar prontas para fazer o bem, o justo, quando apenas faziam o oposto.

(Hipócritas).

O nome dessa pessoa era Lyall. Mas mais conhecido por todos no ministério, como Lupin. 

Lupin não é um anjo. Não é uma pessoa maravilhosa e compreende isso. Mas aquilo já era passar dos limites. Fazer um julgamento para o sujeito que era obviamente culpado, quando pessoas inocentes eram sentenciadas todos os dias. 

Por que perder tempo com coisas como ele?, pensava, talvez com um toque de nojo.

Então – depois de passarem  horas sentados, precisando ouvir respostas fracas para perguntas mais fracas ainda – quando a palavra absolvido entra por seu ouvidos, seguido por um baque estrondoso de um martelo batendo na madeira, ele não poderia ter ficado mais enfurecido pela tamanha

(hipocrisia)

injustiça. 

Ele precisou observar, em silêncio, o sorriso torto e vitorioso de Greyback – que não era um sorriso bonito, visto que apenas mostrava na quantidade exagerada de dentes amarelados, afiados e podres –, enquanto saía andando, lentamente e de cabeça erguida – parecendo extremamente orgulhoso –, em direção as gigantescas portas que dariam acesso aos largos corredores do ministério.

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⏰ Última atualização: Jun 21, 2021 ⏰

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