ilusões.

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Abriu um sorriso de orelha a orelha, o ruivo esbelto em sua frente. Bakugou não podia deixar de sentir o rubor em suas bochechas.

Os fios ruivos macios, e o sorriso pontudo, seguido de seu aroma de cereja, deixavam o loiro em completo êxtase.

Apesar de que ele normalmente zoava Eijiro, não porquê queria, e sim, porque precisava parecer mais "descolado", na frente de seus outros amigos. Não podia negar que o ruivo o encantava

— Venha Suki, vamos embora juntos hoje! — Ele puxou seu braço, o arrastando por aí. Aquela voz doce e suave ecoava pela mente de Katsuki.

— Eiji... Ir embora? Do que está falando? — O loiro o olhou confuso. Algo estava errado, ele apenas não sabia o que.

— Como assim "para onde?"...— Um sorriso perverso e assustador se estampou no rosto de Eijiro, que fez Bakugou tremer de cima a baixo. — Eu vou te arrastar para o inferno comigo, Katsuki.

Bakugou estremeceu dos pés à cabeça, quem era ele? O que fazia novamente o atormentando?

Seu despertador tocou.

Katsuki suou frio, e se sentou rapidamente na cama. Seu coração batia a mil por hora, ele pensava que poderia até parar a qualquer instante.

— Caralho... Porquê continua me atormentando...— Apertou seus lençóis com força, sentindo até mesmo algumas lágrimas escorrerem por seu rosto, lágrimas quentes, e pesadas de mágoa e culpa.

Em meio a seus choramingos , Bakugou ouviu estalos, seus olhos arregalaram no exato momento em que Pudim, seu pequeno gatinho siamês, começou a miar desesperadamente, enquanto olhava para a porta do quarto.

— Pudim... Pare, não é hora de brincar...— Ele murmurou sério.

Uma sombra, ou até mesmo um vulto, passou por sua frente. O que era aquilo? Katsuki estava vendo coisas? Ou realmente havia alguém em seu quarto?

Era tudo que passava pela cabeça do loiro, nada mais. Não podia negar que após aquele sonho, estava assustado, receoso com qualquer som irrelevante.

— Caralho... Seja quem for, saiba que eu não estou em um bom momento. — Ele disse em um tom sarcástico, realmente não sentia uma presença ali, ou melhor... Não sentia uma presença física

O vento começou a ecoar em sua janela, por algum motivo, seus olhos estavam pesados, eles estavam quase se fechando, até que o viu. Bakugou chegou a ter calafrios no corpo todo. Viu ele, viu seu amado, em sua frente.

— Eijiro...? M-Mas que porra...- Deu um pulo, ficando de pé. — Mas que caralhos está acontecendo?! — Ele gritou, com a voz trêmula. Bakugou mal podia ver seu rosto, era apenas uma silhueta, o que o deixava ainda mais assustado.

— Eu finalmente te encontrei... "Suki". — Bakugou não pode deixar de sentir as lágrimas escorrerem por todo seu rosto, ouvir a doce e suave voz de Kirishima após tantos anos se passarem.

— O que...?! V-Você...! O que está fazendo? Você quer me deixar louco?!

Por um impulso, correu na direção de Eijiro, e seguro em seus ombros, podendo senti-lo, sua pele fria e macia, ele vestia aquele mesmo uniforme velho e rasgado.

— Te deixar louco...? — Ele riu baixo, e levou sua mão até os fios loiros de Bakugou, os afagando. — Eu apenas vim te ver, não sentiu minha falta...?

O loiro suspirou ao sentir o toque de Eijiro, não conseguia olhar para seus olhos. Como podia ele, estar cara a cara com seu amigo dado como morto anos atrás?

— Não tente me enganar... Eu sei, eu sei que morreu... Eu vi seu corpo, porra! — Explodiu de vez, batia o pé no chão por pura agonia. — Eu vi você pendurado por aquela merda, eu vi tudo! Eu vi você sendo enterrado, Eijiro! — Ele gritou, chacoalhando os ombros do ruivo com certa força.

Katsuki desabou de vez no colo de Eijiro, suas lágrimas escorriam freneticamente. E quanto a Eijiro? Ele apenas o observava, com um pequeno sorrisinho em seus lábios.

— Já está tudo bem... Eu estou aqui, não estou? — O ruivo murmurou, em um tom acolhedor. Ele segurou o queixo de Katsuki, o fazendo olhar para seus olhos.

— Vamos ir embora juntos hoje...Suki.

[......]

Horas se passaram. Os sons de sirene ecoavam pela casa, Mitsuki corria desesperada para um lado e outro.

Os policiais, apenas tentavam entender o que havia acontecido. Enquanto outros, apenas tiravam seus chapéus.

Foi dada a notícia que "ele havia tropeçado em uma madrugada, e acabou caindo de sua escada", o que convenhamos, não era a verdade.

Bakugou foi encontrado jogado pelo chão frio de seu quarto, com dezenas de cartelas de remédios de tarja preta o rodeando. Ele havia feito aquilo por conta própria. Não foram encontradas mais nenhuma prova, apenas o que foi questionado, apesar dê Bakugou estar sozinho aquela noite, um pequeno fio ruivo, era o que tinha em suas mãos.

Alguns poucos dias se passaram, e não demorou muito para que o Japão inteiro soubesse:

O atual herói número um, ou Katsuki Bakugou, para os mais íntimos, estava morto.

Delusions | Kiribaku oneshot.Onde histórias criam vida. Descubra agora