- 𝖤𝗂𝗀𝗁𝗍𝖾𝖾𝗇

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Quando acordei, Na manhã seguinte, não me levantei imediatamente. Continuei lá, deitada, e fingi que era uma manhã xomo outra qualquer na casa dos meninos. Meus lençóis tinham o mesmo cheiro. Meu ursinho de pelúcia, Junior Mint, ainda estava na mesma posição na cômoda.

Estava tudo exatamente como sempre.
Emma e minha mãe davam uma caminhada na praia, e os meninos comiam os bolinhos de mirtilo; para mim só sobraria o cereal integral da minha mãe. Restaria apenas um pouco de leite na caixa e mais nenhum suco. Isso costumava me deixar furiosa.

Agora, eu sorria ao lembrar. Mas era tudo fictício. Eu sabia. Não havia nenhuma mãe, nenhum primo, nenhuma Emma ali.

Apesar de ter ido para a cama cedo na noite anterior, dormi até tarde. Já eram quase onze da manhã. Eu tinha dormido por doze horas. Fazia semanas que não dormia tão bem.

Saí da cama e fui olhar pela janela. Olhar pela janela do meu quarto na casa de praia sempre fazia com que eu me sentisse melhor. Queria que todas as janelas dessem para o mar, com nada além de quilômetros e quilômetros de areia e água salgada. Na
praia, Aidan e Noah estavam com seus trajes pretos de surfe, sentados em suas pranchas. Era uma visão muito familiar.

E, de repente, me senti esperançosa. Talvez Noah tivesse razão. Talvez
Aidan voltasse conosco, afinal.
E então eu voltaria para casa, para longe dele e de tudo que me fazia lembrar dele.

Eu frequentaria a piscina da vizinhança, iria à lanchonete com Taylor, e logo o verão terminaria. E eu me esqueceria de como as coisas costumavam ser.

Aquela realmente era a última vez.

                             ☆☆☆

Antes de qualquer outra coisa, resolvi ligar para Taylor. Expliquei que estávamos todos em Cousins e só precisávamos convencer Aidan a voltar para a faculdade logo, e a terminar o curso de verão.

A primeira coisa que ela disse foi:

— S/a, o que você acha que está fazendo?

— Como assim?

— Você sabe o que quero dizer. Que coisa mais retardada. Você devia estar em casa, onde é o seu lugar.

Suspirei. Não importa quantas vezes eu lhe peça para não dizer “retardada”, ela continua dizendo. Ela até tem um priminho com síndrome de Down. Acho que Taylor faz isso de propósito, porque
sabe que me deixa chateada.

— Por que você se importa se o Aidan abandonar a faculdade?

Se ele quer ser um fracassado, o problema é dele.

Embora eu soubesse que ninguém podia me escutar, baixei o tom
de voz.

— Ele está passando por um monte de coisas complicadas e precisa da gente.

— Ele precisa do irmão. Que, aliás, é mais gostoso que ele. Acorda! Aidan não precisa de você. Na verdade, ele traiu você, lembra?

Agora eu estava sussurrando.

— Ele não me traiu, e você sabe disso. A gente já tinha terminado. E a gente nem sequer chegou a ser um casal, pra falar a verdade.

Essa última parte foi difícil de dizer.

— Ah, sei... não traiu, ele deu o fora em você logo depois do baile.

Que cara incrível. Muito gente boa.
Eu a ignorei.

— Você pode, por favor, ainda dar aquela desculpa se minha mãe ligar?

Taylor bufou.

— Dã. Você sabe que eu sou uma amiga leal.

It's not a game without you • Aidan gallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora