Seul, Coreia do Sul – 23:04 p.m.
Jungkook
Permaneci parado, com nossas testas coladas, sentindo uma mistura de emoções tumultuando dentro de mim. O calor em minhas bochechas denunciava a vergonha de finalmente me abrir dessa forma, expondo meus sentimentos de maneira tão crua diante dela.
O choro de Jane, por aquele homem que sequer merecia seu sofrimento, partiu meu coração em pedaços. Aquela cena me fez perceber o peso de suas dores, das quais ela guardava com tanto cuidado. A solidão que a envolvia era palpável, como se fosse uma sombra constante pairando sobre ela.
E aquela frase maldita que soltei na frente de todos só aumentou a ferida. Ela, que guardava suas dores com tanto cuidado, havia se aberto para mim naquele momento. Ver o impacto das minhas palavras em seus olhos foi como levar um soco no estômago.
— Suicídio — ela sussurrou, e aquela palavra ecoou em meus ouvidos como um grito de socorro abafado, me fazendo estremecer.
— Como? — Afastei nossas testas, atordoado com aquelas revelações. Meu coração batia descompassado no peito, e uma sensação de desespero tomava conta de mim.
— Hoje foi a primeira vez que pensei em suicídio — ela confessou, virando-se de costas como se estivesse envergonhada de admitir sua fragilidade. Seu corpo tenso refletia a luta interna que travava consigo mesma.
Foi naquele momento que compreendi o peso de suas palavras e a gravidade de sua dor. A tristeza em seu olhar depois de expor sua solidão foi um golpe em meu peito, um remorso que me fez tremer por dentro.
Não havia mais como negar meus sentimentos por ela. Jane havia se tornado o centro do meu mundo, preenchendo meus pensamentos de maneira avassaladora. E agora, vê-la desmoronar diante de mim, despertava um desejo incontrolável de protegê-la a todo custo.
— Por quê? — Perguntei, sentindo-me impotente diante de sua dor. Nunca tinha imaginado que ela estivesse lutando contra seus próprios demônios.
— Não aguento mais, Jungkook. Não suporto mais me sentir insegura, como uma intrusa naquela casa. Desde que aquela mulher chegou, eu não falo com ninguém lá dentro. O quanto tive que suportar nesses meses... — ela desabou novamente, e meu coração se apertou ao vê-la tão vulnerável.
— Não diga isso — murmurei, envolvendo-a num abraço apertado, desejando poder aliviar sua dor com minhas próprias mãos. — Não sabia que se sentia assim.
— Somos amigos, Jungkook. Não posso cobrar nada de você. Não posso cobrar nada de ninguém lá dentro. Não tenho ninguém em quem confiar depois de tudo isso... O que farei com minha vida? — Sua voz embargada ecoava em meu peito, despertando um desejo feroz de ser seu porto seguro.
— Olha, você não está sozinha... Apenas...Enquanto eu tentava acalmá-la, acariciando seus cabelos macios, o silêncio da casa foi abruptamente interrompido pelo estampido das janelas explodindo.
Estilhaços de vidro voaram em nossa direção, brilhando à luz que filtrava pela fumaça. Percebi a invasão imediatamente, sombras se movendo rapidamente através da névoa, armas em punho.
Uma dor aguda cortou minha perna, e um gemido escapou dos meus lábios ao sentir a queimadura da carne atingindo o osso. Fui arremessado para o canto da cozinha, meu corpo colidindo com violência contra a parede, enquanto mãos cruéis me seguravam com firmeza.
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DANGER | Livro I • JJK
FanfictionNuma vida torbulenta Jane se vê em uma encruzilhada, a morte de sua avó vem num momento repentino onde a faz ter que tomar uma decisão. Continuar em seu país natal ou ir ao outro lado do mundo morar com seu pai e tentar uma nova vida. Entre desavenç...