capitulo 5

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Maite.

Os dias se passaram e nada do meu pai reagir, eu estou desesperada, vou toda noite na igreja falar com o padre Paulo, ele tem me ajudado muito nessas últimas semanas, porém eu ainda tenho medo, muito medo que ele não reaja e acabe morrendo. Hoje é sábado, vou até a colheita ver as nossas maçãs, começo a passear pelo campo e fico pensando em como eu vou fazer pra reerguer isso tudo.

- Ai papai, se o senhor tivesse aqui seria mais fácil. (Digo a mim mesma, logo sinto alguém se aproximar até que vejo Sebastian). -Sebastian, o que faz por aqui. (Pergunto).

- Soube do acidente e vir prestar solidariedade. (Diz, eu abaixo a cabeça tristonha).

- Ah, pois é. (Digo triste, ele se aproxima e me abraça com tanta força que me senti desconfortável).

- Eu sinto muito Maitê, mas seu pai é forte, logo ele estará aqui andando por essas terras que tanto ama. (Fala olhando as nossas terras).

- Sim, eu tenho fé. (Falo, ele pega minha mão e diz).

- Para o que precisar eu estarei aqui, a disposição pra você e para sua família. (Diz simpático, eu sorrio sem graça e agradeço).

- Obrigada, muito gentil da sua parte. (Digo, ele solta minha mão e diz).

- De nada, bom agora eu tenho que ir, aquela fazenda.(diz apontando pra fazenda há alguns quilômetros daqui) ali que não funciona sem mim. (Diz orgulhoso).

- Vai lá. (Digo e ele beija minha mão e sai).

Mais tarde tomo um banho, me troco e decido ir até o hospital ver meu paizinho, desço as escadas e dou de cara com Angelique.

- Satisfeita? (Fala, eu paro no meio da escada e a olho).

- Olha...( ela não me deixa falar).

- Nem pensa em falar nada, você destruiu nossa família, o pobre do meu pai. (Diz, meu olhos se enchem de lágrimas).

- Eu sei que a culpa foi minha, mas o papai não vai morrer. (Falo, ela gargalha).

-Maite, ele está em coma, é a mesma coisa de morto. (Diz, eu me aproximo e lhe dou um tapa).

- Sua creatina, você é uma burra, idiota. (Grita, eu não me importo e apenas saio).

Pego o carro e vou até o hospital, demoro cerca de 1 hora no máximo. Ao chegar peço permissão pra visitar meu pai e eu vou até lá. O vejo do mesmo jeito, chego do seu lado e beijo sua testa.

- Oi papai, quando o senhor vai me dar o prazer de ver seus lindos olhos, suas lindas covinhas que eu tenho certeza que puxei do senhor. Acorda papai, sinto tanta sua falta, aquela casa fica tão sem vida sem o senhor lá, a  fazenda precisa do senhor, tudo está tão triste papai, acorda vamos terminar o que começamos, eu preciso de você, a mamãe precisa de você, a Angel precisa de você, todos nós precisamos. (Sou interrompida pela minha mãe que entra no quarto).

-Terminou?. (Pergunta, eu respiro fundo e digo).

- Tô de saída, estou indo até a capital e volto amanhã. (Digo, ela mal se importa).

Pego a estrada tranquila, durante a viagem vou pensando nos momentos incríveis que tive com meu pai, de como a gente se divertia naquela plantação, e em pensar que aquilo tudo foi um castigo de dona Rosário pra mim, pois tinha tirado 8 na prova de matemática, no começo eu achava chato trabalhar no campo, mas depois tomei gosto e vi como a energia das plantações, da maçã era ótimo, só eu sei o quanto aquela fazenda é tudo para meu pai, e eu farei o que for possível pra reergue-la, para que quando meu pai acordar, ela esteja cheia de vidas e dando bastante lucro.

Será que existe amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora