15- Depois da dor, uma nova pessoa.

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Lili queria poder desaparecer nas cobertas quando o alarme do celular tocou às oito da manhã. O que ela estava pensando na noite passada, afinal?
Obviamente não estava pensando, só bebendo e agarrando o primeiro cara que apareceu.

Bem, não o primeiro cara: o único cara. O cara mais absurdamente gostoso que ela já tinha visto.

Todos os homens da família Sprouse deviam ser assassinados, isso estava claro.

Ele a beijou primeiro, não foi? Não, ela se inclinou para perto primeiro, mas o que ele esperava que ela fizesse? Com todo aquele vinho no corpo? E o jeito como ele a olhava? Os olhos dele a perfuravam, seu cheiro exalava até ela. Teria precisado de muito autocontrole para afastar o homem.

E ela estava esgotada no fim da noite.

Mais dois dias.

Ela só tinha dois dias, depois poderia voltar para sua vida chata e esquecer Cole. Essa
ideia fazia seu coração se apertar um pouco, mas isso era bobagem.

{...}

Ela se apressou na rotina matinal, pegou o tênis de corrida e os óculos escuros e correu em direção à porta da frente.

- Aonde você pensa que vai? - chamou Cole atrás dela.

Droga!

- Se quer saber, vou correr.
Ela se recusou a virar para trás. Era cedo demais para lidar com seu rosto perfeito.

- Vou com você.

- Não! - gritou Lili antes de conseguir se impedir. - Quero dizer, você não precisa
ir. Estarei em segurança.

Cole reclamou.

- Acredita em mim: eu não me importaria menos se um mendigo te pegasse na rua. Só que eu preciso falar com você. Espera, vou pegar meu tênis.

Ela fez que sim com a cabeça, ainda sem fazer contato visual, e correu porta afora para se alongar.

- Pronta? - chamou Cole cinco minutos depois. Ela virou e quase tropeçou.

- Claro, sim, vamos lá. Tudo bem. - Calou a boca, fechou os olhos e imaginou um
mundo onde espécimes masculinos perfeitos não olhavam para ela do jeito que Cole olhava.

Embora seus olhos parecessem mais furiosos do que qualquer outra coisa.

- Espero que você consiga me acompanhar - gritou ela para trás enquanto estabelecia o ritmo.

Cole riu.

- Por favor, eu corri uma maratona semana passada. Tenho certeza de que consigo te acompanhar.

Ela calou a boca e fez uma careta.

- Então... - Ele correu ao lado dela, sem nem respirar com dificuldade, embora
estivesse num ritmo bem rápido. - ... você e Dylan.

Droga, droga, droga, droga.

- Sim? - Ela olhou para ele com indiferença.

- Não faz isso.

- O quê? - perguntou Lili.

- Com ele, não deixa ele entrar, Lili.

- O que foi, você se nomeou meu protetor?

- Alguém tem que te proteger! - Ele agarrou o braço dela e fez os dois pararem.

- Ah, é? Era isso que você estava fazendo ontem à noite? Me protegendo? Porque
pareceu muito que era outra coisa. Obrigada por esclarecer. - Lili o afastou, mas ele agarrou os pulsos dela.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora