La Dama

Capitulo 20

Zabdiel

As coisas estão em seus devidos lugares, e as flores mais bonitas do que nunca. Confesso que estou surpreso com a atitude de Judith em conservar o meu local de trabalho, é bom estar rodeado de boas energias. Aliás, tivemos uma manhã um tanto quanto estranha, nosso contato físico aumentou drasticamente desde a última vez que nos vimos, não que seja algo ruim, mas seus lábios rosados em minha pele arrepiaram o meu corpo inteiro.

O relógio pareceu tão ansioso quanto eu, as horas se passaram tão rápido que mal percebi. Pego as chaves do carro, o celular e logo vou ao encontro de Judith. A mesma me esperava com um sorriso alegre, sua animação me contagiou no mesmo instante.

Escolhi um restaurante italiano um pouco afastado do centro, rodeado por um jardim imenso e um belo lago.

-Nossa...-ela observa boquiaberta.-Que lugar incrível!

-Fico feliz que tenha gostado.-digo puxando a cadeira para que ela se sente.-É um dos meus lugares favoritos na cidade.

-Então você costuma vir muito aqui?

-Não com a mesma frequência.-falo cabisbaixo ao me lembrar de Natasha e de quantas vezes a trouxe aqui.-Enfim...vamos pedir?

Estamos tendo um almoço legal, ela é divertida e muito educada, tentei conhecê-la melhor perguntando sobre sua família mas não lhe pareceu ser um bom assunto, então resolvi perguntar sobre sua amizade com Richard, mesmo que ele diga que não sente nada por ela não há mal algum em averiguar.

-Então vocês se conheceram através do Christopher?-ela assente.

-Eles são amigos de infância, e eu...bom, era namorada do Chris.-arqueio as sobrancelhas no mesmo instante.

-Olha Jud, não precisamos falar sobre isso, me desculpa.

-Não, tá tudo bem.-ela ri.-Agora me conta, como o conheceu?

-Passei toda a minha adolescência fora da cidade, Richard e eu cursávamos administração na UCLA, e lá nos conhecemos.-dou uma pausa e continuo.-O Rich falava muito sobre o melhor amigo que deixou para trás, e então no ano passado os dois brigaram por algum motivo.

-E ele nunca te contou o porquê?-Jud pergunta sem jeito.

-Não, mas também não é do meu interesse.-percebo o seu corpo relaxar com a minha resposta.

-Acho que nunca tive amigos...quer dizer, de longa data.

-Sorte a sua, o Camacho me perturba a tantos anos...-rimos juntos.

Apoio o rosto na mão direita enquanto a observo se sujar com o sorvete de morango, juro que poderia ficar aqui o dia todo.

-Céus, como sou desastrada...-Judith resmunga limpando seu colo com o guardanapo.

-Aqui ainda está sujo.-me inclino passando o polegar no canto de sua boca.-Prontinho.-a vejo sorrir envergonhada.

A deixar desarmada tem sido o meu hobby favorito, afinal, ela fica muito mais interessante quando está sorrindo.

-Obrigado.-ela diz.

Judith Evans é uma incógnita para mim, ela é o combo de beleza, elegância, inteligência e doçura mais estranho que já vi. Por que estranho? Digamos que em segundos ela se transforme no pior pesadelo de qualquer um, e nunca entenderei o porquê de tanta inconstância.