oi, eu acho que tô superando meu trauma com fic e isso é estranho. ah escutem a música que é citada, é da amy winehouse e é realmente boa. aproveitem!!
(provavelmente tem uns erros ortográficos, mas depois reviso e coloco uma capa decente)
×××
tinha um papel debaixo da porta, foi a primeira coisa que notou ao adentrar o quarto depois de dias. ultimamente não tinha tempo nem para descansar, então acabava dormindo em qualquer canto que encontrasse por aí, poupava tempo apesar de ser desconfortável. pegou o papel com certa brutalidade, quem diabos lhe mandaria uma cartinha?
a caligrafia era horrível, praticamente ilegível e com um pouco de dificuldade, conseguiu ler "me encontra amanhã às 23:00 no meu quarto, sem falta." e no final uma assinatura: shigaraki. deu um sorrisinho de lado assim que terminou de ler, apesar de certa confusão do porquê tomura queria o encontrar tão repentinamente. obviamente iria, não admitiria em voz alta, mas faria qualquer coisa que o outro mandasse. dormiu quase que de imediato, não foi um bom sono. seus pesadelos pareciam cada dia piores, endeavor o atormentava em todos os lugares que parecia uma assombração. gostaria de poder chorar e não só se sentir uma carcaça ambulante, que a única coisa que tem são planos de vingança. porra, como era vazio.
☆
tomura estava ansioso. bom, aquele era seu estado normal, porém naquele dia em específico estava ainda mais. ia ser um trabalho enorme cuidar de todas aquelas cicatrizes novas, pensou suspirando e tentando prestar atenção no que skeptic dizia. não tinha dormido na noite anterior e talvez isso estivesse influenciando na sua falta de foco. suspirou, passando a mão pelo pescoço pela centésima vez naquela manhã, se preparando para lidar com qualquer coisa que lhe pedissem.
quando ainda faltava uma hora para o horário que tinha marcado, decidiu que iria recusar qualquer reunião que decidissem marcar de última hora e iria se arrumar. não era do tipo que se arrumava com frequência, apenas escolhia as primeiras peças de roupa que encontrasse e não fazia questão nem de pentear o cabelo. talvez fosse um pouco mais cuidadoso quando kurogiri ainda estava com eles, o homem o ajudava a ficar pelo menos apresentável, tinha tanta saudades dele...
passou um pouco de gel no cabelo para que parasse de cair em seu rosto e notou que ele estava bem longo, passando um pouco do ombro, talvez o deixasse crescer mais. colocou a camisa social mais decente que tinha, e um perfume masculino com cheiro pouco forte que compress havia lhe dado de presente de natal atrasado. estava dividido em achar que estava exagerando e pensar que precisava aproveitar aqueles momentos de paz e sossego com quem se importava. tinha medo de perder mais alguém, e a liga era muito mais importante para si do que gostaria de admitir.
não sabia ao certo qual música colocar, primeiro pensou que só um instrumental caótico estaria bom. mas, faltava algo, um bônus. foi quando começou a tocar 'love is a losing game' no aleatório que sua mente fez um boom: "é isso! era isso que estava faltando! como não tinha pensado naquilo ainda?" soltou um risinho baixo que foi interrompido por duas batidas na porta, olhou assustado para a mesma e apenas se tocou que tinha que abri-la após a terceira batida. se deparou com dabi com uma expressão relaxada no rosto,
— por que você ‘tá…? — a frase morreu no meio e ele apenas entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.
— ‘tô o que? — ele o olhou da cabeça aos pés indicando de que estava falando da roupa — ah isso. devia te perguntar o mesmo, por que você 'tá de pijama?
— se eu soubesse que era um encontro teria vindo engomadinho também. isso no seu cabelo é gel? — apontou e shigaraki passou a mão pelos fios agora brancos.
— sim, e isso não é um encontro.
— certo, amor. e o que você queria com esse "não-encontro"? — fez aspas com os dedos.
tomura respirou fundo e estendeu um das mãos, cobertas pelas luvas feitas especialmente para si, num convite mudo para que o amante estendesse a sua também, o que dabi fez de prontidão, entrelaçando as duas mãos. shigaraki deu um sorriso pequeno, escondendo um pouco o rosto e começou a tentar guiar o outro para que entendesse o propósito daquilo tudo.
— não sabia que você dançava. — o mais velho pontuou, notando que o outro se movimentava desajeitado e começando a comandar os passos que davam ao som da música.
— eu não danço. — estava meio envergonhado com tudo aquilo, por deus, o que estava fazendo?
— então por que tudo isso? — recebeu alguns segundos de silêncio em resposta.
— lembra daquela vez que você tava falando de quando fugiu de casa? naquele dia, você contou que sua irmã vivia falando de contos de fadas, principalmente bailes, e que seria legal ir num um dia. — colocou a outra mão delicadamente na cintura do amante, dabi o olhava atento — bom, eu não posso te dar um baile, mas posso te dar uma dança.
ele sorria, não era um sorriso maníaco como na maioria das vezes, era um sorriso genuíno. tenko estava verdadeiramente feliz, apesar do constrangimento, ainda não sabia como funcionava aquilo de demonstrar afeto. estava tentando o seu melhor. touya ergueu sua mão e tenko deu um giro.
— amor, isso faz bastante tempo não? me surpreende você lembrar. — dabi riu baixo e shigaraki revirou os olhos.
— você é um idiota sério.
— você gosta… obrigado, de verdade, significa muito sabe? sentir que eu tô vivo e ainda sou um ser humano…
se entendiam quanto a aquilo. depois de tanto tempo tendo afeto e direitos negados a si, era difícil ter uma visão boa quanto a sua própria humanidade. e mesmo que tivessem não só um ao outro, mas tantas outras pessoas que os entendiam, ainda não iria acabar com as noites em claros e pesadelos frequentes.
— fazia tempo que a gente não ficava assim, só nós dois, sem se preocupar se alguém vai atacar a base ou com todo o caos lá fora. — passou o polegar pelas queimaduras no rosto do namorado, dabi fechou os olhos, aproveitando da carícia — senti falta disso.
— é pela mudança, se a gente quiser mudar algo, também temos que abrir mão de algumas coisas, tal da troca equivalente, né?
— é… — riu fraco, começando a passar a mão pelas mechas de cabelo que caíam no rosto de dabi — eu te amo, não se esquece disso ok?
— eu também te amo tomura. — os rostos dos dois estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.
— me promete uma coisa? — o mais novo perguntou sério, recebendo um "hm" em resposta — que não importa o que aconteça daqui pra frente, quantos heróis a gente lute ou quantas missões horríveis a gente faça, você vai sempre voltar.
dabi ficou em silêncio por alguns segundos, assimilando o pedido, então retribui o olhar sério que lhe era lançado e respondeu:
— eu prometo.
a música havia acabado e substituída por um rock bem velho, continuaram ali, trocando beijos e carícias, aproveitando a presença um do outro.
×××
isso ficou extremamente {cringe}
twitter: fyodoriot
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love is a losing game
Romanceshigaraki apenas queria passar o tempo com a pessoa que amava.