Rain Miller
Eu peguei um prato aleatório da mesa deles e enfiei na cara do ruivo com ódio.
- Puta merda... - Sussurrou o Marcus.
O Marcus se aproximou rapidamente de mim e me puxou pela cintura. O meu corpo e o dele se bateram por um momento, fazendo o meu quadril tocar brevemente as suas coxas. As mãos dele que seguravam a minha cintura, apertaram a mesma em uma tentativa de me puxar mais pra perto dele e longe daquela mesa.
Eu encarei o Gabriel com um sorriso enquanto o rosto dele estava cheio de purê de batata.
As tias da cantina devem querer me matar, e eu até já sinto o olhar das tias da limpeza, de quem não vai me ajudar mais a achar o banheiro.
- Aquilo foi bonito. - Elogiou o Marcus me encarando com um sorriso admirado.
Esse sorriso é pior que droga...
- Se você gostou tanto, eu posso fazer o mesmo com você. - Sorri de volta.
- Tão engraçada... - Debochou ele olhando no fundo dos meus olhos e por um momento desviando o olhar para a minha boca.
- Pelo menos agora, eu posso dizer que sei fazer milagres com a cara das pessoas. - Ri.
- Você tá mesmo fazendo piada em uma hora dessas? - Perguntou ele me encarando com um sorriso chocado, ele ainda tinha as mãos na minha cintura.
Eu olhei em volta e notei imensos olhares sobre nós e no garoto com a cara coberta de purê.
De repente o Marcus arregalou os olhos e me puxou ainda mais pra si, causando um abraço forçado, com uma mão, ele segurava a minha cintura, e com a outra, a minha nuca.
O meu rosto ficou enterrado no seu peito me permitindo sentir o seu cheiro amadeirado mais uma vez.
Um frio percorreu o meu corpo e eu fechei os olhos quando a mão do Marcus começou a descer de minha nuca para a parte de trás do meu pescoço.
Os dedos frios dele tocando a minha pele, fizeram um arrepio percorrer toda minha espinha.
Eu só fui perceber o que aconteceu quando vi uma garota ser atingida na cara por purê de batata.
Como eu estava de costas para o Gabriel, nem notei que ele tentou jogar aquilo em mim, e se não fosse pelo Marcus, eu provavelmente estaria cheia de purê de batata agora.
E foi aí que uma briga enorme começou.
A garota que foi atingida pelo purê de batata gritou em pânico, o irmão dela jogou um pedaço de carne na direção do Gabriel mas falhou miseravelmente acertando a cara de um garoto aleatório. Em alguns segundos, todo mundo estava jogando comida para todo mundo.
O Marcus me puxou para debaixo de uma mesa e me olhou assustado, como quem diz "você acabou de começar uma guerra".
Eu ouvi um berro alto, parecia um grito digno de guerra e olhei na direção de quem emitiu ele.
Aly.
Eu arregalei os olhos vendo a minha amiga encima da mesa, jogando comida pra tudo que era canto e protegendo a Leyla.
Olhei para o Marcus e ele me encarou de volta com um sorriso desacreditado.
- Você pode ser expulsa por isso tudo... - Falou ele baixinho.
- Ah, eu to tão assustada. - Disse com ironia e o Marcus me encarou extremamente confuso.
- Você quer ser expulsa. - Percebeu ele me encarando em choque e eu ri.
- Foi tão difícil de notar? - Perguntei desviando de um prato que saiu voando.
O povo daqui parece animal...
- Por quê? - Perguntou o Marcus confuso e eu dei de ombros notando um movimento no centro do refeitório.
Era uma tia da cantina.
Ela se colocou no meio do refeitório com o olhar bravo.
- CHEGA! - Gritou e no mesmo segundo foi atingida bem no meio da cara por purê.
E foi assim que ela nunca mais fez purê para o almoço.
Queria eu que isso fosse mais uma das minhas piadas. O purê dela era tão bom...
Eu arregalei os olhos prendendo uma risada e o Marcus desviou de um pedaço de bolo de chocolate.
- Nossa... - Olhou com uma cara triste para o bolo se espalhando no chão e eu prendi outra risada.
De repente, no meio daquela confusão absurda, tudo ficou silencioso.
Muito silencioso...
Eu encarei a entrada do refeitório e sorri vendo a diretora parada lá, com um olhar extremamente bravo.
Acho que eu acabei de receber o meu bilhete de volta pra casa.
[...]
- Não ir pra casa por 3 fins-de-semana e alguns trabalhos extras? - Reclamei brava enquanto andava pelo corredor com o Marcus.
Eu tinha acabado de sair do escritório da diretora e ela me deu um castigo patético.
- O negócio dos 3 fins-de-semana eu devia até agradecer, não ver meus pais vai ser igual tirar férias. Agora os trabalhos extras, eu nem faço o dever de casa, quem dirá esses trabalhos!
Suspirei revirando os olhos.
- Se eu soubesse que teria apenas essa punição, teria dado um soco naquela cópia barata do Snape. - Soltei mexendo os meus braços em frustração e finalmente olhei para o Marcus.
Ele não falou nada desde que a gente saiu do escritório da mãe dele.
- Que foi? - Perguntei estranhando aquele comportamento.
- Tem algo que eu possa fazer por você? - Perguntou encarando o chão. Ele parecia pensativo.
- Só tem uma coisa que eu quero, e você sabe o que é. - Respondi dando de ombros.
- Não vale a pena ser expulsa. - Penetrou seus olhos escuros nos meus. - Você também pode se divertir aqui.
- Eu tenho várias festas pra ir se eu for expulsa ainda essa semana. - Sorri.
- E você realmente gosta dessas festas? - Perguntou me pegando de surpresa e me fazendo falhar um passo. - Você realmente se diverte lá?
Eu encarei o Marcus paralisada.
Ele pegou no meu ponto fraco.
Mente. Conta uma mentira tão bonita que ele nunca vai duvidar. Use o seu lado mentiroso. Fale coisas que não são reais apenas pra proteger o Lorenzo.
- É claro que sim. - Menti e o Marcus deu um sorriso de lado pra mim assentindo.
Ele não acreditou. O olhar dele gritava que ele tinha me pegado.
Desde quando eu fiquei tão ruim mentindo?
- Te vejo amanhã. - Falou saindo.
Esse grande filho da...
EU NÃO SEI AONDE FICA O CAMINHO DOS DORMITÓRIOS.
continua...
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vou postar o outro cap qnd tiver 1111 comentários;)
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O Colégio Interno
Teen FictionRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...