É como se estivéssemos voltando para um ponto já abordado, mas não, falarei sobre essa afirmação com mais amplitude. Não há nenhum problema em se ter uma masculinidade forte, em ser viril e autossuficiente. Há um forte interesse em desqualificar a figura masculina através de definições enganosas e difamatórias, de distorções e de falsas atribuições criminosas ao masculino, essa é a luta pela demonificação do homem.
A masculinidade forte não está vinculada a nada nocivo, nada tem a ver com o machismo. O machismo é um sintoma do homem corrompido, do homem medíocre, não a essência do homem. Nenhuma definição está livre de erros, mas tentarei definir o “homem” através dos seus fatores históricos, biológicos e evolutivos. O “homem” é forte (não só no sentido físico), corajoso, firme e rejeita a fragilidade, tem autocontrole, há dois instintos que fundamentam a sua natureza, um, o de liderança, dois, o de proteção familiar, e por natureza e pela natureza, é afetado, não direcionado, por seus desejos.
Os homens machistas são ciumentos, possessivos, violentos, não por causa da natureza do seu ser ou porque em excesso amam o objeto de desejo, não é nada essencialmente romântico, nem pelo outro, é sobre si. O machismo é o estágio mais elevado de fragilidade do homem, é um fruto da insegurança, da falta de confiança, da sensação de inferioridade perante seus competidores. O homem não pode ser frágil, porque a fragilidade o corrompe. “Fragilizar” o homem o levará para um de dois caminhos: corrupção ou ineficiência.
Acredito que preciso contextualizar o que seria essa “ineficiência”. A “desconstrução do homem” é prejudicial ao homem, porque não envolve o seu aprimoramento, a sua melhora, desconstrução é sinônimo de destruição, desconstruir é destruir, não reconstruir. Tirar o homem de suas bases, será o seu declínio. O homem desconstruído, bonzinho, meigo, fraco, sensível, sem orgulho, terá mais dificuldade para levar uma mulher para cama (a não ser que seja famoso ou rico). O homem fraco é submisso, possivelmente admirado pelo feminino, mas não desejado, morrerá na “friendzone”, fará tudo que as espertinhas disserem que acham atraente no homem e se verão trocados por outros que fazem o total oposto. As mulheres gostam do homem desafiador, provocante, firme, que não se submete e que possui ousadia. O homem desconstruído (heterossexual) terá desejos pela mulher, mas será ineficiente em satisfazer os seus desejos, o homem frágil, comumente, é cruelmente rejeitado. O machista (o homem mais frágil de todos), conquista mulheres, porque age diferente do homem desconstruído, ele oculta, nega a própria fragilidade, enquanto o homem desconstruído assume e orgulha-se da sua fragilidade, por isso fracassa.
O autocontrole é imprescindível no homem. O homem que não controla-se, que não detém as rédeas do próprio ser, não passa de um escravo dos próprios desejos. O principal objetivo inconsciente do homem é o prazer, a satisfação sexual, todas as suas ações possuem certas vontades instintivas. Somos todos servos do instinto de sobrevivência, e para sobrevivermos, precisamos garantir a perpetuação da espécie através da reprodução, mas a reprodução por si só não é nada interessante, então a nossa “natureza” nos dá um incentivo para o ato, ela nos diz: “se você me ajudar, te ajudarei”. É aí que entra o desejo sexual, o prazer sexual, a recompensa por nosso árduo trabalho de procriação, o incentivo, pois se não o tivesse, que sentido teria o ato sexual? Nos reproduziríamos de bom grado, por amor a espécie? Não! Nos reproduzimos porque somos motivados a isso. E o homem é fortemente motivado pelo prazer, por isso frequentemente age de forma irracional, se as mulheres não mantiverem o controle de reprodução, terão um filho atrás do outro, no que depender de alguns homens.
O homem precisa do autocontrole para não cair em desgraça, quando não o possui é violento, carente, assediador, manipulável, egoísta, fútil. O homem que não controla suas paixões é um alvo em potencial para mulheres espertinhas, em troca de prazer, tratará essas víboras como deusas, será humilhado, pisado, e verá isso como natural. Os machos precisam aprender com as fêmeas, “o que ela terá para me oferecer?”, se a resposta for “nada além do prazer sexual", fuja de qualquer relacionamento sério.
A figura feminina é especialista no campo emocional, já a figura masculina é débil. A mulher quando irritada, triste, alegre, apaixonada, consegue dissimular, ocultar, dar uma outra impressão. Já o homem é totalmente vulnerável quando colocado para jogar no campo emocional, quando provocado rapidamente se enfurece, na tristeza desespera-se, se está alegre faz questão de evidenciar, na paixão é submisso. A mulher (quando quer) usa a emoção a seu favor, planeja, arma, calcula, manipula, faz chantagens, joguinhos, provoca, consegue ferir emocionalmente mesmo estando emocionalmente ferida (estou afirmando que as mulheres possuem essa capacidade, não que todas fazem isso). O homem desprovido de autocontrole se verá acuado uma hora ou outra, explodirá se provocado, agredindo, perdendo a razão. A falta de autocontrole o tornará dependente emocionalmente, cego diante de chantagens. O homem sem autocontrole, caminha a passos largos para a corrupção.
Os homens que expressam seus desejos sexuais de forma animalesca para mulheres, fazem isso por não terem o que é fundamental no homem, o autocontrole. O homem deve organizar, coordenar, controlar, direcionar seus desejos sexuais para uma finalidade saudável, deve aprender a conviver com seus instintos, não se submeter a eles.
O instinto de liderança do homem não é uma criação social, pois precede a sociedade, a civilização. O homem possui a vontade de liderar e as capacidades de ser líder, porque desde seu surgimento as teve e foi, esse instinto é uma herança do fator evolutivo do homem, um pilar da sobrevivência da espécie. O homem liderava os primeiros pequenos grupos, com sua força e coragem desafiava outras espécies e garantia a sobrevivência da prole. E mesmo depois de ultrapassar as limitações do tempo, já dentro da civilização, eram os homens que lideravam, lutavam uns contra os outros, por territórios, recursos e riquezas. O homem não esteve nesse papel há milênios por desprezo a mulher, o homem dominou porque as circunstâncias do mundo exigiram essa postura, o que era característico do homem, foi por muitas épocas, o necessário, o essencial.
O instinto de proteção familiar é uma das bases do homem, não só presente na figura paterna, o instinto de proteção familiar é a vontade de proteger quem ama, está no pai, filho, irmão, avô, tio, etc. As neofeministas problematizam e tentam negar a existência desse instinto, “o homem que diz proteger a família, é o mesmo que mata a própria família”. Não se destrói o que se tem desejo de proteger, o guardião guarda, é a defesa, não a ameaça. O homem que causa mal a sua família, é corrompido, maligno, medíocre. Qualquer ser humano é passível de corrupção, o homem corrompe-se a partir de um processo, não a partir do nada. O homem bom protegerá quem precise do homem mau, sempre foi e será assim.
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Em defesa do homem: o processo de demonificação
Non-FictionO homem está sendo colocado no extremo negativo existencial, sentado no banco dos réus, sem chances de defesa, em um julgamento, onde o acusador é também vítima e juiz. O masculino está passando por um "processo de demonificação", protagonizado pelo...