Quatro anos e meio depois que a vida de Ana Lívia virou de ponta cabeça, a mineira tenta sobreviver a sua maneira, cuidando sozinha de seu filho, Dudu, e trabalhando em um emprego que pode não ser dos seus sonhos, mas supre seu desejo em permanecer...
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ANTES
Não dá para saber quando isso começou ao certo, tudo que sabemos é que Ana Lívia Martins e Chanwoo Shin se odeiam e ponto.
Existem muitas histórias e teorias da conspiração sobre como eles começaram a se odiar, muitas delas sendo imensos enredos de ficção e que deixam essa autora tentada a fazer um roteiro para uma série dramática, mas vamos deixar para outro momento.
A história que circula pelos corredores do Four Seasons Canadian Institute e a que chega a ser a mais aceitável para explicar esses dois, é de que eles se odeiam pelo simples fato de quererem ser um melhor que o outro.
Os dois sempre foram os melhores da sala e com isso, também ganharam os títulos de representantes de sala, o que fez com que Ana Lívia e Chanwoo começassem a se odiar e competir para provarem quem realmente era o melhor.
Se Chan ficasse em primeiro lugar na prova de matemática, Ana não poderia ficar atrás na prova de literatura e a garota estudava tanto, que passava o outro.
Ana Lívia é esportiva, ela tem um talento natural para o atletismo e sempre conquista o primeiro lugar nas competições, o que faz com que Chanwoo se esforce um pouco mais durante seus jogos de basquete.
A questão, é que não importa qual seja o motivo, esses dois estão sempre competindo um contra o outro. Quando não são vistos enfiados nos livros ou na quadra de esportes, eles são avistados trocando farpas e palavras baixas um para o outro no meio dos corredores, salas e saguões da escola.
A única forma de pará-los, era quando seus amigos se enfiavam no meio deles ou qualquer outra pessoa intervia para que o derramamento de sangue fosse evitado.
Não havia trégua entre eles, nada os faria parar com essa rixa sem fundamento, até a noite da festa em comemoração ao término das provas finais do ano letivo. Um único acontecimento foi o suficiente para que eles baixassem a guarda e encontrassem uma brecha na rixa entre eles.
E bem, foi exatamente como seus melhores amigos sempre diziam um para os outros: "Esse ódio todo acabou se tornando nada menos do que amor reprimido."
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A música tocava alta no ambiente, as pessoas precisando gritar para se escutarem, mas tudo bem. O importante era que a comida era abundante e a previsão da bebida terminar estava longe de acontecer.
O objetivo da celebração era comemorar o fim das provas finais e a chegada do final do ano letivo, mesmo ainda sendo começo de abril. E como de costume, a festa estava sendo realizada na casa de Kaique.
Só haviam duas pessoas que não estavam sabendo aproveitar muito bem a diversão de estarem sem supervisão de um adulto e com bebidas de todos os tipos a disposição. E eles estavam agora no meio de uma discussão acalorada.
