Capítulo 3

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— Então eu vou ficar sem secretária? — perguntei.

Claro que eu estava preocupado com a saúde da Sally, que era minha secretária desde que cheguei aqui. E daí que tinha apenas um mês? Ela havia aturado meus momentos de frustração. Então fora por causa disso que ela não estava no seu lugar ontem, o que me permitiu ver a Patricia...

— Bem, já que Patricia não é recepcionista oficial da presidência, não acho que teria problema de ela substituir a Sally por um tempo — disse papai, pegando o telefone da mesa. — Tiffany, por favor, chame a senhorita Mackenzie... Obrigado. — E desligou.

Balancei a cadeira, de um lado para outro, impaciente. Sally acabara de ganhar licença por causa de um problema de saúde. Mas ela era tão adorável. Pele negra, cabelos encaracolados, curtos, e um sorriso incrível. Seu profissionalismo era surpreendente. Duas batidas na porta me despertaram e eu fui até lá e abri, encontrando Patricia com seu lindo sorriso no rosto. Gesticulei para que entrasse no escritório do meu pai.

— Em que posso ajuda-lo, senhor Jones? — perguntou, prontamente.

— Sente-se, querida. — Papai indicou a cadeira e ela o fez, seguida por ele e enfim, por mim. — Bem, não sei se soube, mas a Sally, do oitavo andar, a secretária do Paul, teve um problema de saúde e eu quero saber se a senhorita pode substituí-la.

— O senhor está me pedindo para ser a secretária do senhor Jones?

Eu procurei qualquer vestígio de emoção em sua voz, mas ela soou totalmente neutra.

— Só por um tempo. Eu sei que você não está aqui para isso, querida.

— Senhor Jones, não tem problema algum — disse, normalmente. — Eu farei. Pelo tempo que for necessário.

— Sabe que quando começar esse ano na universidade, ocupará o seu cargo.

— Tudo bem. — Ela sorriu. — Farei o possível para que ele não queira me jogar do oitavo andar.

— Eu jamais faria isso — finalmente falei.

— Claro que não. — Patricia murmurou. — Quando começo?

— Amanhã — disse papai. — Terminamos por hoje.

Levantei-me da cadeira, bem como meu pai e Patricia.

— Começar numa sexta-feira — disse ela. — Essas coisas só acontecem comigo.

— Tem algum problema? — perguntei, saindo do escritório.

— Não. — E saiu apressadamente.

Olhei para o meu pai.

— Até amanhã. Eu te amo.

— Eu também te amo. — Meu pai me abraçou. — Até amanhã.

Acenei para Tif e fui até o elevador. Patricia juntou-se a mim.

— Eu posso dar um jeito de trabalhar sem secretária amanhã — comentei.

— Sério, eu disse que não tem problema.

Saímos no meu andar e da mesa da minha secretária, peguei a agenda e entreguei a Patricia.

— Sabe que vou precisar da sua ajuda para entender algumas coisas aqui, não sabe? — perguntou ela, analisando.

— E o que você propõe?

— Se não quiser ficar sem trabalhar amanhã...

— Vá ao galpão essa noite e nós falaremos a respeito.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora