Estávamos sentadas no chão do quarto, eu havia acabado de contar o "segredo" que ela ficou me perturbando para ouvir, a expressão dela era de espanto, tentando acreditar no que eu contei.
— Isso é sério? — Ela pergunta.
— Eu sabia que você não iria acreditar! — Falo jogando a cabeça pra trás.
— Não, calma aí! — Diz ela vindo se arrastando pelo chão até mim.
Ela se ajeita um pouco e fica sentada ao meu lado.
— Eu não disse que não acreditava em você! — Diz ela. — Eu só perguntei se a coisa é séria.
— Muito sério. — Falo. — Pronto, um segredo pelo outro!
— Não irei contar o seu se você prometer não contar o meu! — Diz ela.
— Acho justo. — Falo sorrindo.
Ela soltou um sorriso junto comigo e começou a me olhar nos olhos, um silêncio se instalou no lugar, mas não era um silêncio desconfortável, era bom, ele transmitia uma tranquilidade entre nós duas. Ela levanta a mão até meu rosto e começa a acariciar minha bochecha, era um toque suave. Eu nunca havia sentido algo assim antes, e eu não sabia o que fazer e então só deixei acontecer. Ela desce um pouco a mão e segura meu queixo levantando um pouco minha cabeça, então ela começa a se inclinar até mim, estávamos tão perto uma da outra e eu confesso que estava tão bom. Ela vinha se aproximando aos poucos, mas o clima agradável acabou sendo interrompido pelo alarme de seu relógio, o clima agradável se tornou um clima desconfortável. Ela se afasta e logo se levanta indo direto até a janela, eu também me levanto, mas estava tentando disfarçar minha vergonha e dava para perceber a vergonha que ela também estava.
— V-Vamos! — Diz ela gaguejando enquanto abre a porta. — Já tá na hora...
Ela sai deixando a porta aberta para mim, eu saio logo atrás dela e fecho a porta, ela andava rápido na frente e eu via ela passando a mão no rosto a todo momento, parece que ela não conseguia disfarçar o nervosismo, ela fazia os mesmos movimentos a todo momento. Ficou um grande silêncio entre nós duas durante o caminho até o lugar, ele só se encerrou quando chegamos lá.
— Por onde entramos agora? — Ela pergunta sussurrando.
— Você que deveria saber, você está a mais tempo aqui do que eu! — Respondo sussurrando.
— Desculpa por eu não ter acesso a esse lugar! — Diz ela.
— Tá bom, vamos tentar por ali! — Aponto para as caixas que ainda estavam ali.
Ainda bem que não tiraram aquelas caixas dali, se não íamos passar um bom tempo procurando um outro meio de entrada. Íamos escalando as caixas sem nenhuma dificuldade até o topo do muro, e com muito esforço conseguimos subir nele. Por trás do muro haviam passarelas altas interligando todo o ambiente, tinha uma boa iluminação, mas não vimos ninguém ali, com a barra limpa, pulamos em cima da passarela para não fazer nenhum barulho. Fico meia espantada pela quantidade de jaulas que havia abaixo das passarelas.
— São muitos aqui... — Falo para mim mesma. — Vamos descer para o corredor de baixo.
— O que? Tá maluca? — Ela pergunta preocupada. — Não tá meio perigoso?
— Estão em jaulas, então deve tá tranquilo! — Falo indo até as escadas.
Ela vem me seguindo até o andar de baixo e nos deparamos com um grande corredor, as portas das jaulas estavam viradas para esse corredor. Haviam tantos dinossauros ali, tanto como carnívoros e tanto como herbívoros.
— Os carnívoro eu até entendo, mas pra que os herbívoros? — Pergunto. — Usam eles para que?
— Eu não sei, eu nem sabia que tínhamos eles, nunca me contaram nada sobre! — Diz ela.
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Tropa Dinossauro
AbenteuerO que fazer quando dinossauros voltam a vida e querem reivindicar o mundo que já os pertenceu? Iniciada: 30/11/2020 Terminada: 27/06/2021