Ele já não mais me assustava como antes, só quando aparecia do nada, mas.. Estou tentando me acostumar com isso. Criamos uma trégua para nós. Sem palavras. Sem acordos. Só com cookies de gotas de chocolate.
Ele parece minha mãe, que pede desculpas com comida ou alguma guloseima que eu goste muito.
Eu não o irritei mais como antes. Depois daquela tarde, ele me deixou comer pipoca enquanto passava um filme de terror. Parecia que agora sou uma criança, e que estava sendo mimada por um palhaço alienígena. Quem diria, não?
Eu me assustei várias vezes, ele acabava rindo por causa de mim. É, ele ainda gostava de me ver como um animal medroso. Animal... Que horror eu ter usado essa escolha de palavra.
- Chega! - Digo por fim quando acaba a pipoca e não aguento mais o filme.
Eu passo por ele, mas sou puxada e mandada para o sofá de volta. Estou mais perto dele. Isso me fez se surpreender. Ele não gostava de eu ficar tão perto no sofá.
- Vai chegar a parte boa. Você não vai sair daqui. - Disse e só concordei mesmo que ele esteja vendo ou não.
Assim que ia reclamar por causa da pipoca, o balde encheu assim que o fitei. Que estranho. Eu comia e tentava não me assustar com os gritos das pessoas.
Eu vi uma mão, coberta de branco, vir até meu balde de pipoca. Ela pega uma boa quantidade e se afasta. Olho para Pennywise que vira a cabeça para cima, e deixa a pipoca cair dentro de sua boca. Ele volta à assistir enquanto o olhava sem graça.
- Olha só... Não eras tu, que não comia comida de humanos? - Perguntei e fiz sarcasmo por causa que.. Estávamos bem até certo ponto. Mas se não fosse por isso, iria ficar calada.
- Comida do circo é diferente. - Respondeu simplesmente.
- Comida do circo...?
- Shhh! - Fez isso para que eu ficasse quieta e prestasse atenção no filme.
Depois de minutos, o filme da nossa sexta feira 13 acaba, e fico mil vezes agradecida.
A pipoca acaba e deixo o balde na mesa da cozinha. Caminho para a sala novamente, e dessa vez consigo passar por ele.
Vou para o quarto e me deito enrolada nas cobertas. Fechei os olhos, e esperei o sono vir. Sinto a cama afundar um pouco, e ele deitar. Me virei para olhá-lo, e me assustei por alguns minutos como ele estava. Deitado como uma pessoa normal.
Seus olhos azuis, me fitavam diretamente em meus olhos. Eu me senti desconfortada com aqueles olhos, que pareciam diamantes azuis, me encarar por bastante. Acabei desviando o olhar para a roupa dele, para os pompons vermelhos.
Minhas pálpebras acabam ficando pesadas.
- Boa noite, Wise.
Deve ter sido minha mente pregando peças, mas escutei de um jeito abafado, Penny devolvendo o "boa noite".
Dias Seguintes...
Loucura.
Acho que estou começando a compreender que estou ficando louca nesse lugar. É a casa. E principalmente o palhaço.Wise está me deixando maluca por ficar mexendo com minha mente. Essa trégua me fez questionar o que Wise está fazendo comigo. Ele me assusta, e do nada quer se desculpar, não com palavras, mas ele quer.
Estou falando sozinha. E de repente começo a rir sozinha. Minha risada começava à ficar estranha e bizarra.
Pennywise percebia e acabava me estranhando. Meu medo já não era mais o mesmo. Já não me afetava tanto. Pesadelos. Visões bizarras. Teve um dia que recebi a visita bizarra de uma aranha, mas com a cabeça de Will. Ele sorria e dizia todos os meus podres, e eu só fiquei ali. O olhando com um olhar enjoado. Quando ele começou à queimar, posso dizer que me assustei, mas acabou o medo quando Penny apareceu.
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𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18
TerrorMorgan Russell, é uma jovem de dezoito anos que vive na pequena cidade Derry Mayne, a cidade assombrada. Seu pai sendo traumatizado pela "coisa", não pode mais voltar para aquele lugar, e isso prejudica Morgan, que acredita que pode ser uma presa fá...