Capítulo 32

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Passávamos pelas jaulas olhando para eles, eu tentava acreditar que os militares estavam dando aquele tipo de tratamento a eles. Todos eles estavam acorrentados, todos usando a coleira, mas somente os carnívoros usando uma espécie de focinheira e também tinha alguns que estavam feridos.

— Olha só o que estão fazendo com eles! — Falo me aproximando de um.

— Calma, eu não fazia ideia de que faziam isso! — Diz ela.

— Mas fez parte na hora da caçada, não fez? — Pergunto a ela, mas ela encontrava muda.

Balanço a cabeça negativamente enquanto meus olhos se enchiam de água, eu não estava aguentando ver aqueles animais naquela situação. Paro na frente de uma jaula que era um pouco maior que as outras e vejo um grande espinossauro ali, estava dormindo e é claro que eu o reconheci, era o mesmo que havia me perseguido no dia em que me perdi. Decido abrir a porta da jaula e entro, mas sou puxada para fora.

— Você enlouqueceu? — Ela pergunta.

— Me solta por favor! — Falo baixo.

— De jeito nenhum! — Ela fala. — Essa coisa pode te acordar e te matar, não irei permitir uma loucura dessas!

— Ele só irá me atacar se ele me ver como uma ameaça, e eu não estou armada e nem uniformizada como você ou seus amiguinhos militares. — Falo puxando meu braço.

A encaro uma última vez e começo a caminhar em direção ao espino que dormia, mas ele acabou acordando e levantou a cabeça para me olhar.

— Acho que você se lembra de mim... — Falo. — Pois eu me lembro de você!

Eu vou me aproximando cada vez mais e ele rosna um pouco para mim.

— Está tudo bem, não irei machucar você, eu não sou igual a eles! — Falo me aproximando mais e mais. — Sei que eles te machucaram, mas não irei fazer igual!

Ele então abaixa a cabeça em minha direção.

— Você me deixa toca-lo? — Pergunto a ele.

Ele fica um tempo me olhando, mas parece que ele havia me dado permissão ao encostar sua cabeça no chão. Vou passando a mão entre seu focinho e a focinheira e vou andando até chegar em seu olho, então passo direto e vou até a coleira presa em seu pescoço e observo bem o acessório.

— É uma coleira de choque... — Falo sussurrando.

Volto andando até a general que estava parada ali na porta.

— Eles estão sendo obrigados a obedecer, se não obedecerem, eles são punidos! — Falo para ela.

— Como sabe disso? — Ela pergunta.

— Olha ali. — Aponto para os cortes na pele do espino. — São marcas de chicote, eles levam chicotadas como uma punição de desobediência.

— Eu não sei o que dizer... Mas por favor, não me odeie... — Diz ela. — Eu não tinha noção do que faziam aqui...

— Calma, eu não te odeio! — Falo enquanto a puxo para um abraço.

— Agora eu sei o quanto gosta desses animais! — Diz ela sussurrando em meu ouvido. — Mas o que pretende fazer?

— Me ajuda a solta-los! — Falo.

Ela se afasta mantendo uma expressão tentando acreditar no que eu acabei de dizer.

— Você é maluca garota! — Diz ela. — Mas pode contar comigo, irei ajudar você!

Solto um sorriso como agradecimento para ela.

— A gente está nessa intimidade toda, mas nem sequer sabemos o nome uma da outra! — Falo para ela.

— É Érika! — Diz ela. — E você senhorita...

Me afasto dela e saio da jaula olhando para os outros que estavam presos ali.

— É Chloe. — Falo olhando para ela.

Ela solta um sorriso meio fraco enquanto faço o mesmo.

— Como vamos solta-los? — Ela pergunta. — E se a gente conseguir solta-los, o que vamos fazer depois? Não podemos simplismente sair andando com eles numa boa pela cidade!

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