vicious

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A sensação indescritível do corpo febril de Minji contra o meu, a tensão que se formara no ambiente quase que o transformando, tão quente e tentador como o próprio inferno.

Eu tinha perfeita consciência de que Minji era uma das piores perdições com quem eu poderia envolver-me. Uma total pecadora. Aquela que me fazia enlouquecer só de andar de um lado para o outro durante os seus turnos de trabalho, aparentemente perdida no seu mundo, não ligando para os outros ao seu redor, incluindo eu. Pelo menos, eu pensara.

Agora, por um descontrolo da minha parte, via-se à minha frente com o corpo entre as minhas pernas enquanto eu me encontrava sentada numa das mesas do seu tão famoso bar, agora vazio. As minhas pernas encontravam-se à volta da sua cintura com firmeza e as nossas bocas perigosamente próximas. Eu não devia ter provocado esta mulher, mas a luxúria era divina.

As respirações ofegantes, a música de fundo que quase nos fazia ceder. Tudo em nós pedia por mais. A tentação era maldosa, incompreensível, mas tão presente no momento. O seu sorriso enquanto me via a perder cada vez mais o ar devido ao facto das suas mãos habilidosas apertarem as minhas coxas e ameaçarem tocar onde não deviam, a sua respiração quente e os arfares de uma pessoa que tentava agarrar-se ao último pingo de sanidade que lhe restava - em vão. Tudo a contribuir para que o caos se sucedesse em breve.

Quem diria que uma mulher como ela perderia o controlo por minha causa. Eu, apenas uma mera mulher inocente à primeira vista, aquela menina doce que apenas gostava de carinho, abraços e prezava pelo seu bem estar. Ela continuava em mim, eu não podia negar. Ninguém poderia. Mas fora substituída - pelo tempo que aquela mulher, agora no meu controlo, quisesse - por um anjo caído que traíra o seu dever de se agarrar ao bem. Que se deixara levar pela cobiça e enfim, se entregara ao pecado.

Meras palavras não conseguem descrever sensações tão intensas. É impossível. E foi o que eu senti naquele momento com os seus lábios já nos meus a explorar o desconhecido, tal como as suas mãos que percorreram por caminhos e atalhos em busca de um que me levasse a balbuciar de forma incontrolável o seu nome em busca de mais prazer. Para Minji não era uma missão difícil. Sentir o calor da sua pele e o seu olhar poderoso sob mim era o suficiente para quase chegar ao meu limite, perder toda a sanidade e deixar todas aquelas sensações me dominarem.

Ela não negava nem sequer retraía qualquer vontade que se apoderava dela naquele momento. Era forte e segura em cada movimento executado.

Portadora de uma expressão pretensiosa ao contemplar cada parte de mim guiou a sua mão até onde eu mais desejava, de um modo desajeitado mas preciso, fazendo com que tudo que estivesse pelo caminho fosse retirado. A textura do tecido das peças em conjunto com as suas unhas a arranhar propositadamente a minha pele enquanto as deslizava fizera-me sentir a antecipação pelo que estaria por vir.

"Perfeita" Minji sussurrara, admirando o meu corpo que agora ela podia chamar de seu.

Eu perdera controlo sob as minhas ações apenas permitindo que ela usufruisse de cada átomo a mim pertencente. E numa questão de segundos um gemido alto escapou dos meus lábios sentindo o ponto mais sensível do meu corpo ser tocado habilidosamente pela mulher que tentava decorar as minhas reações e levar-me ao extremo. Os meus músculos faciais contraíam e tornara-se impossível controlar o volume a que deixava os sons de súplica soarem pelo ambiente.

Os seus dedos subiam e desciam em movimentos torturosamente lentos pela minha zona íntima. Os nossos olhares estavam presos um ao outro, os olhos de Minji num tom escuro intenso e as suas pupilas dilatadas entregavam que se deliciava ao ver-me naquele estado deplorável, tão necessitada do seu toque. Ela sabia o efeito que causava em mim, sabia tão bem.

Num impasse, os seus dedos pareceram ter explorado tudo o que deviam, parando na minha entrada. A maneira como Minji me contemplava ao pedir por permissão fez-me suspirar. Eu era apenas sua naquele momento e ela sabia, sem sombra de dúvidas, que eu lha daria. Um bilhete de ida era-me oferecido naquele momento, mas sem volta possível. Eu não poderia retornar.

Um sorriso ladino apoderava-se dos lábios de Minji, a mulher que me fizera experienciar o que eu achara inalcançável. E perdida naquele mirar hipnotizante, não tive tempo de reagir ao senti-la a invadir-me com um único movimento forte que quase me fez gritar. A minha alma saíra do corpo, os olhos reviraram e não consegui conter os gemidos quando Minji começou a movimentar-se com rapidez e voracidade. A sua experiência era visível.

Os seus dedos entravam em mim com cada vez mais poder, acendendo focos intensos de chamas no meu corpo. A sua precisão e a maneira como parecia conhecer o meu interior, sem alguma vez me ter tocado, era surreal. A sua mão firme nas minhas costas puxava-me para si fazendo com que os nossos seios se tocassem e tivéssemos a oportunidade de sentir o fogo que existia em nós a meio de investidas que me causavam um revirar de olhos constante e uma necessidade absurda de pedir por mais e mais, se é que fosse possível.

As minhas costas arqueavam e a minha cabeça tombava para trás, já não tendo mais capacidade de raciocínio ou qualquer outro milagre que me fizesse sair daquela espiral louca de prazer.

Os seus lábios marcavam trilhos impetuosos pela pele do meu pescoço, assinalando o território que agora lhe pertencia. Eu sentia mordidas e sucções fortes na minha pele, seguidas de suspiros profundos que entregavam que o meu corpo era a sua perdição. Minji estava louca por mim. E eu gemia cada vez mais alto, perdida no meio daquele inferno e entregue à causadora do mesmo.

Aquilo que ela me dava no momento já me colocava à beira do precipício. O meu cérebro quase tivera um apagão e pelo meu rosto caíam lágrimas devido ao prazer que Minji me oferecia, juntamente a um olhar que tentava decorar cada reação minha.

E ela sorria.

Sorria, pois sabia que estava no poder. Sorria, pois sabia que eu me entregara de corpo e alma para ela.
Sorria, pois sabia que me estava a levar consigo para as chamas suplicantes do inferno.

Eu poderia gritar enquanto era queimada. E foi o que eu fiz. Sentia as queimaduras arderem descontroladamente pelo meu interior e eu gritava. Clamava pelo seu nome em meio desespero, mas a ajuda era nula.

Nunca se deve pedir ajuda a uma pecadora.

Pecadora essa que continuava com a mesma expressão a observar-me num estado louco de êxtase sabendo que era o motivo para o meu corpo se encontrar em combustão. Os movimentos eram cada vez mais fundos, rápidos, fortes. Ninguém nunca me fez ou me fará transbordar neste prazer ensurdecedor.

Apenas ela, Minji.

Que continuou o seu trabalho a uma velocidade e força alucinantes até sentir as minhas pernas tremerem à volta da sua cintura, o meu corpo perder as forças e o meu ventre explodir numa onda que me levou ao paraíso e ao inferno numa questão de segundos. Os nossos corpos colados, agora com uma temperatura descomunal entre eles, entregavam a excitação que ela me tivera aliviado e a sua que se fazia presente e tornava o seu corpo de energia intenso e vibrante.

Em meio de suspiros e gemidos, Minji sorriu satisfeita por ter conseguido o que queria de mim. Conseguiu o meu néctar, as minhas súplicas, a minha submissão perante si. Conseguiu que entregasse a minha alma ao pecado em meio de espasmos que se recusavam a parar sob o seu olhar feroz com o típico sorriso maldoso a moldar os seus lábios.

E foi a partir daquele momento, com a respiração ofegante e a cabeça encostada ao seu ombro enquanto ela me dava um leve carinho pelas costas, que eu percebi - acabara de entrar num ciclo vicioso de prazer juntamente a Kim Minji. E não sairia dele tão depressa.

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