Edgar
O ódio é um dos sentimentos mais ruins que sentimos, principalmente quando se vem daquelas pessoas que mais amamos, foi assim que me senti quando vi as marcas no pescoço de Manuela, eu sabia que Reinaldo estava a rondando, eu sabia que havia alguma coisa errada, então a fúria tomou conta de mim, me descontrolei, o ódio se espalhou quando ouvi ele dizer da própria boca o que fez "DESGRAÇADO", era o que minha mente gritava, enquanto eu socava a cara do meu próprio irmão por encostar a sua mão nojenta na minha doce Manuela.
Ver a forma que ela estava, totalmente apavorada me tirava todo foco, quando meus pais souberam da verdade estavam decepcionados, mas a minha mãe não acreditava, eu pouco me importava, pra mim o que era importante era Manuela, a levei para o quarto e me culpo por deixá-la tão vulnerável, por deixar ela exposta ao ponto de encorajar meu irmão a sentir desejos, foi aí que me dei conta do que eu havia feito, eu apenas a queria e isso não importava quem visse, isso não era respeitoso, eu não era digno de Manuela, mesmo assim eu a ganhei de presente e eu jamais a queria longe de mim, precisava apenas me controlar o que era quase impossível de acontecer, porque quando estou perto dela eu não sabia o que fazia.
Fiquei o tempo todo ao lado dela, acalentando e aquilo partiu meu coração por ver o medo em seus olhos, dei sua calcinha para que vestisse, sei o quanto ela estava amedrontada por isso, beijei sua testa e olhei no fundo dos seus olhos "desgraçado", era o que eu pensava vendo o fundo da alma de Manuela totalmente dilacerada.
- Vamos embora agora mesmo! - afirmo.
Ela não diz nada, apenas arruma suas coisas e logo já estamos descendo indo em direção ao meu carro, todos estavam abalados dentro da casa.
- Edgar, aonde vai? - questionou meu pai.
- Eu sinto muito que isso tenha acontecido no seu aniversário pai, mas eu e minha esposa não temos mais clima para continuar aqui! - digo.
Manuela permanece calada, minha mãe nos olha e posso ver que ela estava indignada.
- Filho avise quando chegar! - diz meu pai.
- Pode deixar pai.
A maioria das pessoas já haviam ido, inclusive Cris com sua família, depois de discutir com a minha, o que acabou separando as famílias, foi uma enorme confusão, meu irmão também havia ido, e Cristopher só foi embora depois de eu dizer que cuidaria de sua irmã, afinal ela era minha vida, e eu jamais deixaria que algo acontecesse a ela, eu não me perdoaria.
Seguimos viagem e Manuela distante, era compreensível. Eu estava com um ódio tão grande que não prestei atenção no buraco da estrada, me fazendo perder o controle do volante, quando o carro derrapa e para meu coração acelera, olhei para Manuela que estava assustada.
- Você está bem??
- Estou, Edgar sabe o quanto tenho medo disso não sabe? - ela responde ofegante.
- Desculpa meu amor, eu prometo pra você que nunca irei fazer nada que a machuque! - digo.
Manuela assentiu com a cabeça, eu sei o quanto isso é traumatizante pra ela, afinal Analu morreu em um trágico acidente de carro, respirei fundo voltando a dirigir e dessa vez eu iria me controlar, iria prestar atenção, eu não me perdoaria se algo de ruim acontecesse a ela.
Não demorou muito e chegamos em casa.
- Arrume uma mala maior meu amor, iremos viajar! - digo.
- Pra onde vamos Edgar?
- Vamos arejar nossa mente, vamos para nossa Lua de Mel, nunca tivemos uma, acho que esse é o melhor momento!
Ela não questionou e vi até brotar um sorriso em seu rosto, nós dois precisávamos disso, de um tempo longe de tudo o que aconteceu. Joana nos ajudou com as malas e eu consegui comprar as passagens, naquele mesmo dia seguimos viagem, nosso destino? Veneza é claro.
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Pedaço de Papel
RomansaManuela uma virgem sonhadora em encontrar um príncipe encantado, mas todo esse sonho é destruído quando seu pai a promete para Edgar um homem mulherengo que gosta de farriar e curtir. Ambos querem ser livres, mas por um contrato entre as famílias se...