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Era possível sentir o vibrar do grave das caixas de som sobre a mesa. As pessoas tentavam cantar juntamente com a música mas apenas saiam alguns murmúrios pelo efeito do álcool e talvez de alguns alucinógenos. O som se misturava com gritos e conversas alheias. Aquele local era realmente enlouquecedor, mas também, o principal ponto de encontro entre jovens daquela pequena cidade.

Casais de todos os tipos podiam ser vistos, e ninguém se importava com a boca alheia que era beijada por uma certa ruiva, exceto Sanji. Sua frustração era esperada, já que o mesmo convidou a garota dos longos cabelos ruivos para aquela "social". Não havia problema ela estar com outras pessoas, porém, ele esperava que ela pelo menos notasse sua existência no local.

Centenas de jovens aglomerados num lugar tão minúsculo, estavam suados, bêbados e definitivamente fora de si, mas pareciam se divertir tanto, e talvez, apesar das condições isso era o que importava. Mas o garoto já não se divertia nessas ocasiões fazia algum tempo, a ruiva não era a primeira a deixá-lo de lado em uma festa, e ele acreditava que também não seria a última.

Ele precisava de um lugar de paz em meio aquela loucura, e entre tantos indivíduos, certamente não sóbrios, pôde ver uma luz no fim do túnel. O bar estava vazio, por algum milagre. Com muita dificuldade o loiro tentava se locomover entre as pessoas para chegar até lá, e quando conseguiu se sentiu um pouco melhor. Ele se sentou na banqueta do balcão, ofegante devido ao esforço que levou para sair daquela multidão. Ajeitou sua franja que estava em completo caos e alisou o seu blazer que também estava em pura desordem. Quando se sentiu um pouco mais satisfeito com sua aparência, encarou as dezenas de garrafas com rótulos chamativos. O loiro não costumava beber, mas sabia que ele precisava esquecer aquela noite de alguma forma, e o álcool era muito bom nisso.

Antes que começasse a procurar algum funcionário para lhe atender, forá surpreso pela chegada de um alto homem de madeixas verdes, um verde um tanto peculiar, porém o loiro achou que combinava muito com o mesmo. Ele trajava um colete social acinzentado que contrastava com o tom mais escuro da camisa social. Três brincos dourados brilhavam em sua orelha direita e eles realmente completavam o look do esverdeado.

— Boa noite...o que um homem tão cabisbaixo faz num lugar que deveria ser sinônimo de alegria? - Podia se notar um certo sarcasmo no timbre do barman

— Sinônimo de alegria? Isso aqui é sinônimo de loucura, isso sim!

— Ora, então o que traz você aqui?

— De início queria ter ficado com uma ruiva, mas ela me trocou e esqueceu da minha existência... - Lembrar dessa situação o deixou ainda mais entristecido. Suspirou e ao mesmo tempo repousou sua cabeça na sua mão esquerda que estava apoiada na mesa.

— Uau, mais um caso de cornisse para o meu currículo!

— EI EU NÃO SOU CORNO!

— Jura? Então como é possível ver esse par de chifres na sua cabeça?

— Um animal sem chifre é um animal indefeso, ok?

A frase proferida pelo loiro arrancou uma risada da parte do esverdeado. O que o surpreendeu, até o momento ele tinha se mantido neutro e sem esbanjar nenhuma emoção.

— Ok! Essa foi uma boa resposta! - Disse enquanto secava uma taça. — Gostei de você...hã, qual o seu nome?

— Sanji... - O garoto corou um pouco com a revelação do barman.

— Certo, sou o Zoro! O que você vai querer?

— Alguma coisa que me faça esquecer essa noite...e que de preferência não tenha gosto de álcool...

- No alcohol - Zo.SanOnde histórias criam vida. Descubra agora