𝘗𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘰 9 𝘥𝘦 𝘯𝘰𝘷𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰
Sou transparente
À deriva, sem rumo.
Ela é uma âncora afundada em meu mar
— Arthur RamosQue barulho será que faria se eu quebrasse um copo na cabeça dele? É um copo grosso. A cabeça dele é dura, há um potencial para uma bela pancada.Será que ele sangraria?Tem guardanapos na mesa,mas não do tipo que conseguiria absorver muito sangue.
— Então,é isso. Estou um pouco chocado,mas está acontecendo — diz ele,sua voz faz eu apertar mais o copo na esperança em que continue em minha e não vá parar de fato na cabeça dele.
— Carol? — ele pigarreia e tenta suavizar suas palavras, mas ainda me cortam como se fossem facas — Vai dizer alguma coisa?
Bato o canudo na parte oca de um cubo de gelo, imaginando que o gelo é a cabeça dele
— o que quer que eu diga? — resmungo parecendo uma criança birrenta, não uma jovem de 18 anos que sou. — Quer que eu te dê os parabéns?
Minhas costas tocam os encostos atrás de mim e cruzo os braços.Olho para ele e me pergunto se o arrependimento em que vejo nos seus olhos é consequência de ter me decepcionado ou se ele está simplesmente fingindo de novo. Faz cinco minutos que se sentou e já transformou o lado da mesa dele em um palco. E,mais uma vez ,sou obrigada a ser plateia. Os dedos dele tamborilam na xícara de café, ele me observa em silêncio por vários segundos.
taptaptap
taptaptap
taptaptap
Ele acha que eu vou acabar desistindo e dizendo o que ele quer ouvir,mas ele não esteve comigo o suficiente nos últimos dois anos para saber que não sou mais aquela garota. Quando me recuso a reconhecer a sua atuação,ele,por fim suspira e abaixa os cotovelos na mesa.
— achei que ficaria feliz por mim. — Me forço a balançar a cabeça depressa.
— feliz por você? não pode estar falando sério. — Ele dá de ombros e um sorriso presunçoso surge em sua expressão já irritante.
— eu não sabia que podia ser pai de novo — deixo escapar uma gargalhada alta e incrédula.
— Ejacular na vagina na mulher de vinte e quatro anos não torna ninguém um pai — digo, com certa amargura.
Seu sorriso presunçoso desaparece, ele se recosta e inclina a cabeça. Na tela, esse gesto sempre foi sua saída de emergência quando ele não sabia como agir. "Passe a impressão de que está refletindo profundamente e vai funcionar com qualquer emoção. Tristeza, instrospecçao, arrependimento, compaixão" ele não se deve lembrar que foi meu professor de atuação durante a maior parte da minha vida e está expressão foi uma das primeiras que ele me ensinou.
— Não acha que eu tenho o direito de me considerar pai? — Ele parece ofendido com minha resposta — O que você acha que isso me torna, então?
Trato essa pergunta como retórica e golpeio outra pedra de gelo. Com habilidade, puxo o canudo e coloco gelo na boca. Mordo, triturando-o de forma ruidosa e despreocupada. Certamente ele não esperava que eu respondesse essa pergunta.Ele não foi um "pai" desde a noite em que minha carreira de atriz foi interrompida, quando eu tinha só 16 anos. E para ser franca comigo mesma, nem tenho certeza se ele foi um pai antes daquela noite. Estávamos mais para um professor e aluna de interpretação.
Uma das mãos dele toca os carros folículos de cabelo implantado que delimitam sua testa.
— Por que está fazendo isso? — a cada segundo, ele fica mais irritado com minha atitude — ainda está brava por eu não ter ido em sua formatura? Já falei, tive um conflito na agenda.
— Não — respondo tranquilamente — Eu não convidei você para a minha formatura. — ele recua, olhando incrédulo para mim.
— Por que não?
— Eu só tinha quatro convites.
— E? — disse ele. — Sou seu pai. Por que não me convidara para sua formatura do colégio
— Você não teria ido
— Você não tinha como saber — Rebate ele.
— Você não foi — digo, ele revira os olhos.
— Bem, é claro que não, Carol. Não fui convidado — ele fala, Suspiro fundo.
— Você é impossível, agora entendo por que mamãe te largou. — ele balança a cabeça de leve.
— Sua mãe me deixou porque eu dormi com a melhor amiga dela. Minha personalidade não teve nada a ver com isso.
Nem mesmo sei o que responder. O homem tem absolutamente zero remorso, tanto odeio como invejo isso. De certo modo, queria parecer mais com ele e menos com a minha mãe. Ele não se importa com seus defeitos enquanto os meus são o foco da minha vida. Meus defeitos é o que me faz acordar de manhã e o que me deixa acordada acordada toda noite.
— Quem pediu salmão? — Pergunta o garçom, que timing impecável.
Levanto a mão e ele coloca o prato diante a mim. Já perdi o apetite, então empurro o arroz com o garfo pelo prato.
— Ei, espera um segundo. — olho para o garçom, mas ele não está falando comigo mas sim olhando intensamente para o meu pai — você é...
Ah meu deus, lá vamos nós de novo
O garçom dá um tapa na mesa e eu estremeço.
— É você! Você é Luis Voltan! Você fez o doutor Caio! —o garçom termina, meu pai dá de ombros, com modéstia mas sei que esse homem não tem nada de modesto. Embora ele não interprete mais o Doutor desde que o programa saiu do ar, dez anos atrás, ele ainda age como se fosse o maior acontecimentos de sua vida. E as pessoas o reconhecem são o motivo para ele reagir desse jeito. Agem como se nunca tivessem visto um ator na vida real , estamos em Los Angeles até aquela barata no chão já fez um teste!
Continuo com a minha vontade de atacar o copo, enquanto enfio o garfo no salmão, mas então o garçom me interrompe para perguntar se eu posso tirar uma foto dos dois.
Suspiro.
De má vontade, saio do meu lugar ele tenta entregar o celular pra que eu possa tirar a foto, mas ergo a mão, protestando, dou a volta por ele.Fml essa fic vai ter capítulos mais longos blz
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The Date~Volsher Adaptation~
FanfictionFinalizada "𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑙𝑒. 𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑔𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟." adaptação: Novembro 9 𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫 𝐢𝐧𝐞𝐬...