Capítulo Único

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A manhã em magnólia era agitada, pessoas trafegando rapidamente para todos os lados focadas em seus afazeres; Magos indo em missões. Por falar em magos, a guilda Fairy tail havia aumentado nos últimos anos, em tamanho e membros. Ocorria o nascimento de uma nova geração. Na floresta, a antiga casa de Natsu e Happy fora reformada, foram construídos mais cômodos a fim de acomodar os novos membros da família Dragneel. 

Dentro da sala, certa loira estava imersa nos pensamento. Buscava inspiração para o/a protagonista do seu futuro livro. Porém, devido ao bloqueio criativo a restou somente uma pilha de papéis amassados e personagens rejeitados. Suspira cansada tentando manter a concentração, coisa rara no dia a dia naquela casa. Estando tão concentrada, sequer notou a presença de três pequenas cabeleiras loiras a fitando curiosos.

–Mãe!

– Mãe!

– MÃE!!

O berro a fez derrubar o tinteiro na recente folha tirada, depois de limpar a bagunça causada, olha zangada para os trigêmeos alheios a raiva da mãe. Continuaram sorridentes e aquela expressão animada idêntica à do pai reconheceria em qualquer lugar, eles estão aprontando. Os loirinhos, Noah, Hana e Haru somente tinham os cabelos dourados da mãe, fora isso, puxaram todos os outros traços físicos e comportamentais do pai. 

Além da afinidade com fogo mostrada desde bebês ao manifestarem magia pela primeira vez quando acidentalmente incendiaram boa parte da guilda, por pouco o mestre não considerou a mudança de prédio. Mas graças a Juvia tudo terminou bem. A maga da água havia chegado no ápice da confusão. Faz um pequeno exercício para controlar a respiração, arrumando a bagunça feita por eles no resto da sala notando a ausência de algumas pessoas.

– Cadê a  Nashi e o pai de vocês? – os trigêmeos trocam olhares de dúvida, sentindo o olhar incisivo da mãe tornava tudo mais difícil.

–  A Nashi saiu mais cedo com o Storm, Tio Happy foi com eles, mas deve estar na Tia Charlie agora –respondeu Hana, quase fazendo a mãe cair para trás com a informação.

Se aquilo chegasse aos ouvidos de um esquentadinho ciumento pela primogênita, temia qual seria o futuro do jovem Fullbester. Quando o rosado soube do relacionamento da filha com o filho de seu "Rival!" só faltou queimar toda floresta. Ri lembrando da ameaça de Nashi de nunca mais falar com o pai caso atentasse contra a vida de Storm. Foi um dos raros momentos que o viu falar calado de tanta raiva.

– E o seu pai? – simultaneamente os três apontam para cima, dormindo para variar. Encara os pequenos seriamente.

– Fiquem quietinhos aqui, vou acordá-lo e vamos juntos para guilda, entendido? – sentindo arrepios na espinha com o olhar ameaçador da mãe acenam positivamente várias vezes, ainda assim deixando a mãe receosa. Afinal, crianças de oito anos são imprevisíveis.

Sobe para o primeiro andar, ao entrar no quarto revira os olhos com a tremenda bagunça. Moveis jogados, quebrados provavelmente. Principalmente a cama, de novo. Enquanto isso, muito bem deitado estava Natsu, com o corpo parcialmente coberto pelo lençol ou o que restou dele. Suas feições variando de fofas a engraçadas. 

Nem parecia que se transformava num monstro insaciável em certas ocasiões. Ficou com pena de acordá-lo, mas devia ser feito, senão chegariam atrasados na comemoração. Haviam combinado uma reunião, o plano seria passar o dia festejando. Foi complicado encontrar algum horário entre as missões para ter todos os membros reunidos. Enfim, viria a parte complexa.

– Natsu, hora de levantar! – apesar dos sucessivos chamados ele nem se mexeu, se encolheu na cama dando as costas.

–Teimoso – Lucy resmunga cutucando o rosto e nada. Resolveu morder levemente o pescoço exposto, o lóbulo da orelha, cheirar não obtendo nenhuma reação.

–Pois fique aí! Vou sozinha! – exclamou irritada, quando em instantes estava deitada na cama com Natsu sobre si.

– Amo acordar assim – ele começa beijar seu pescoço, seu rosto e quase devorando seus lábios. Ao sentir as mãos variando da cintura para seus seios o afasta devagar, deixando-o irritado com a interrupção. Tenta tocá-la, ela desvia o irritando mais ainda.

–Temos que ir logo, vamos chegar atrasados – responde com dificuldade em relutar as investidas do rosado.

– Alguns minutinhos Luce!

O ouve resmungar, odiava como ele podia ser manhoso quando queria alguma coisa feito uma criança birrenta, na maioria das vezes cedia, mas dessa vez não. Mesmo ambos tendo envelhecido certas coisas não mudavam. Natsu deixou os cabelos mais longos, o rosto havia amadurecido, mas essa maturidade desmanchava na presença dela. Se o coitado do Storm conhecesse esse lado do sogro, discutiria com ele como o pai faz cotidianamente.

– Na última vez demoramos horas e perdemos a reunião. Sei por que quer tanto, está competindo com o Gajeel não é? – o vendo desviar os olhos envergonhado abre um sorriso vitoriosa. Depois da gestação de Nashi, Gajeel alfinetou Natsu dizendo que não teria mais filhos além da pequena rosada.

Não soube a razão, mas o companheiro levou o comentário para o lado pessoal. Lucy abanou a cabeça com pena da infância da primogênita. Certamente passara noites sem entender os barulhos estranhos vindo do quarto dos pais. E assim vieram os trigêmeos, cuidar dos pequenos pestinhas os deixavam tão ocupados que conseguiu evitar aquela conversa por um tempo. Contudo, nas semanas anteriores as investidas do Dragneel tornaram-se mais recentes e ávidas, pois o mesmo insistia em atingir o objetivo 7 filhos. Uma cisma com esse número sete, segundo Natsu o número perfeito.

–Luce, faltam só três e pronto! Não te peço mais nada! – aquilo a irritou profundamente, engoliu seco, atiçou uma fera cedo demais.

–Você acha que sou igual uma galinha botando ovo?! A coisa é mais complicada, não sabia que nossa relação se resumia em fazer filhos – pelas palavras Natsu percebe ter pisado numa mina. Demorou para descrever o que sentia pela loira, a descobrir o que seria amor, lembra de Gray zombando o chamando de tapado por não notar os próprios sentimentos.

Ama a esposa, ela era sua amiga, companheira, jamais à veria daquele modo ressaltado por ela. Lucy sabia disso, porém a insistência no assuntou a abalou, farta com essa conversa. O rosado põe a cabeça entre os seios dela, encarando-a com um rosto pidão. – Desculpa... para mim, filhos são símbolos do amor, foi o que Igneel me ensinou. Desculpa se te deixei mal Luce – tenta fingir estar raivosa, perdendo a postura fitando os olhos dele em expectativa, detestava brigar com ele.

–Te desculpo e escuta, quando voltarmos... – o rosto dela fica rubro, desvia o olhar – posso pensar nos três filhos.

É envolvida em um longo beijo, calmo, totalmente atípico dele. Só pararam no momento que a porta é aberta bruscamente, resultando em Lucy empurrar Natsu para longe e este dando de cara no chão. Os três sorriem nervosos fazendo a mãe estreitar os olhos.

– Mãe, a Nashi, ela, ela – Haru tentava dizer, alternando o olhar entre os pais, os deixando obviamente ansiosos.

–Diz logo garoto!

– A NASHI TÁ GRÁVIDA! – Lucy iria brigar com os mais novos pôr a terem desobedecido, mas a preocupação aumentou ao digerir a informação e fitar o rosado com o rosto numa espécie de tique. A visão de Natsu estava turva, o poder mágico começou a transbordar fazendo seu corpo começou ficar em chamas.

– Natsu, o que está pensando? – indagou, calmamente ele caminha até a porta e se vira com sorriso torto.

– Enquanto ganharei três filhos, o cueca gelada vai perder um – os loiros correm agitados atrás do rosado furioso. Lucy pedia mentalmente para Storm correr. Correr muito ou o genro perderia a chance de ver o futuro filho. 

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