Capítulo 29

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Manuela

Saí da minha casa arrasada, sem entender o motivo que Edgar mandou eu ir com o meu irmão, Cris não falou mais nada no caminho, quando finalmente chegamos na casa de meu pai, ele respirou, suspirou e antes que eu pudesse descer do carro ele falou.

- Irmã, eu espero que perdoe Edgar, ele não tem culpa do que o fez tomar essa atitude, não sabíamos que tudo isso ia acontecer Manuela, você está triste agora, mas vai gritar de alegria quando ver ela. - seus olhos estavam cheio de lágrimas.

- Ver ela quem Cris?? O que está acontecendo?? - questionei confusa.

- Manu... - ele pausou respirando mais uma vez, mas então terminou - Analu está viva!!!

Eu o olhei incrédula, isso era possível? Cristopher estava aos prantos, ele não tinha como mentir sobre isso, eu via a felicidade através daquelas lágrimas, eu também já estava emocionada, saltei do carro e corri para dentro da casa de meu pai, assim que cheguei na sala, ela estava lá, sentada, linda como era, e quando nossos olhos se encontraram a mesma emoção que estava em mim, eu via nela.

- Analu, minha irmã!!! - corri para seu colo.

- Minha pequena Manu.

Estávamos muito emocionadas, se abraçamos desesperadamente, minha irmã estava viva, aquilo era motivo de alegria, meu coração transbordava de tanta felicidade, eu sentia aconchego, amor, carinho, saudades, aquele abraço tinha de um tudo incluindo muita dor, pelo tempo, por tudo que estava por vir, nossas vidas mudariam completamente, e o pior onde minha irmã esteve esse tempo todo?

Nunca encontraram o seu corpo, Analu a mais de seis anos sofreu um acidente de carro, o carro afundou dentro do rio na estrada, ela estava indo para a chácara da família de Edgar, eles iam oficializar o noivado, mas seu carro pulou do penhasco caindo no rio, o carro afundou e devido a correnteza os bombeiros acreditavam que ela havia se afogado e a água havia levado o corpo. Naquele dia nosso mundo acabou, foi a maior dor que minha família sentiu, a dor da perca, a dor de perder alguém importante demais pra você, alguém que sempre fez o bem pra você, Analu me defendia de todos aqueles que me machucavam, ela se importava comigo.

- Ah minha irmãzinha!! Eu morri de saudades meu amor. - ela dizia.

Eu olhei nos fundo dos seus olhos, e ali estava aquele brilho, era ela, minha irmã estava viva, ali diante de nós, com aquele olhar doce, sincero, eu nem sabia o que sentia, a única coisa que eu sabia era que Analu estava ali tão perto de mim.

Cristopher se aproximou de nós dando um abraço de irmão, só não estávamos mais completos porque nossa mãe não estava ali, mas só de saber que tínhamos nossa irmã de volta era mais do que suficiente.

(...)

Perdemos a hora conversando e matando a saudade, Analu contou que ficou muito tempo em coma, e que quando acordou estava desmemoriada, o que nos deixou tão culpados por não ter procurado melhor, por ter deixado ela sozinha tentando sobreviver, as lágrimas ainda insistiam em cair.

- Ei minha menina, estou aqui agora, voltei para vocês! - ela diz.

- Eu sei, só que a mamãe também poderia está aqui se não fosse por saber que estava morta Analu!

- O que aconteceu com a mãe?? - ela questionou.

- Nossa mãe morreu um ano depois que achávamos que você também havia partido! - disse Cris.

Analu derramou rios de lágrimas, via dor naquele momento, seus olhos escuros brilharam e naquele momento acreditei ser culpa, culpa? "Porque lágrimas de culpa?" me questionei, nos abraçamos mais uma vez. O dia já estava no final e eu ainda teria minha luta diária para enfrentar, viver longe de Edgar, ainda não entendia o motivo que me fez ficar longe, ainda estava tudo um borrão pra mim, mas eu estava disposta a descobrir, afinal demoramos tanto tempo para ficarmos juntos que tudo que estava acontecendo era injusto.

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