Levei alguns segundos para me recuperar da surpresa. Minha mente ainda estava entendendo o que estava acontecendo, mas meu corpo logo se rendeu aos domínios de Henry. Seu beijo era intenso e possessivo, não me dando outra opção que não fosse me entregar.
Eu ainda estava puta por causa de toda aquela situação com a sua amiga, mas minhas mãos foram para a sua nuca e, involuntariamente, comecei a fazer carinho, mexendo no seu cabelo, colando mais o meu corpo ao dele, aproveitando cada segundo daquele sonho. Henry me beijou como eu nunca fui beijada antes. Tão possessivo e intenso. O seu beijo era muito mais do que eu poderia sequer sonhar.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, ele afastou nossas bocas, mas colou a testa na minha, mantendo nossos corpos ainda colados. Eu puxei o ar forte tentando controlar minha respiração, meus olhos se cravaram nos dele, que estavam escuros, em um tom de azul lindo que eu nunca tinha visto antes. Eu não consegui decifrar o que havia neles, desejo, confusão, mas, com certeza, espelhavam os meus.
Me afastei dando um passo para trás e ajeitei minha blusa coçando a garganta.
— Ér... eu... eu preciso mesmo ir até a loja. Joseph está me esperando. — ele apertou o maxilar e ficou sério.
— Você não vai sozinha. — ele disse com a voz firme, sem me dar chance de argumentar.
— Posso pegar um táxi e você resolve o problema da sua "amiga". — falei a palavra amiga sendo bem debochada.
— Não tenho nada pra resolver com ela. Ainda sou seu guarda-costas. Você não vai sozinha e ponto final. — ele disse irritado.
Revirei os olhos, mas Henry segurou minha mão, me puxando e nós fomos até a garagem pegar o carro. O caminho até a loja foi feito todo em silêncio. O clima estava pesado e tenso. Eu ainda estava borbulhando de raiva. Se não bastasse ela ter me ignorado completamente na boate, se oferecendo a ele descaradamente, ainda teve a audácia de fazer uma coisa dessas. Mas uma coisa era certa, ela não faria nada disso se eles já não tivessem tido uma história. Provavelmente eles estavam acostumados a ficar juntos e eu que estava sobrando, atrapalhando a situação.
O pior era esse sentimento estranho que me dominava. Eu nunca admitiria o que isso era, não podia ter ciúme de algo que não era meu. Henry e eu não tínhamos nada além de um relacionamento profissional, não tinha direito nenhum de ficar com raiva. Ele e a Kimberly eram livres para fazer o que quisessem. O meu peito apertou com esta constatação: ele não era meu e nunca seria.
Aquele beijo não significou nada, foi algo impulsivo, ele, com certeza, não me beijou por sentir algo por mim. Mas não podia negar que me deixou muito confusa, não sabia o que pensar em relação a isso, e não importava o quanto eu pensasse, nada me indicava que o beijo tinha sido mais do que um ato impensado.
Eu estava tão perdida em meus pensamentos que mal percebi quando chegamos à loja. Joseph estava me esperando na entrada falando ao telefone e quando o carro parou, eu saí sem esperar que o Henry fizesse a varredura, deixando ele ainda mais irritado. Pude perceber seu desagrado na careta que ele fez e como bateu a porta do carro com raiva, mas não liguei. Naquele momento só queria pensar na loja e nos problemas que precisava resolver.
— Oi Joseph, desculpe a demora. — falei quando ele se despediu e guardou o celular.
— Não precisa se desculpar, não é incômodo nenhum esperar por você. Podemos entrar, quero te mostrar as alterações que teremos que fazer. — ele falou segurando a porta para eu passar. Henry entrou logo atrás de mim.
— Joseph, este é Henry, ele é meu guarda-costas. — apresentei os dois, que só acenaram um para o outro.
— Então, Emily, você tinha me pedido para mudar essas paredes, deixando o ambiente mais aberto. O engenheiro disse que é possível fazer, mas, além de termos que fazer uma nova planta e registrar, nós vamos ter que refazer também toda a instalação elétrica e tirar aquela câmera de vigilância que você pediu para colocar aqui. Ficaremos com uma a menos.
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Sob Minha Proteção
Romance~DEGUSTAÇÃO~ Emily Sanders é uma modelo renomada nas passarelas. O mundo a conhece. Mas quando ela começa a receber ameaças estranhas, se vê obrigada a contratar um guarda-costas. Ela não gosta nem um pouco da ideia, mas não há o que fazer. Henry Ma...