Cole tentou não olhar para as pernas dela. De verdade. Era um esforço colossal em
nome de todos os homens do mundo.
Na verdade, várias vezes desejou que alguém documentasse o extremo autocontrole que ele estava demonstrando. Ele mordia o lábio, inspirava e expirava e mantinha a caminhonete entre as linhas amarelas e brancas da rua.- Então, para onde vamos? - perguntou Lili.
Mesmo assim, ele não olhou. Sabia que, se olhasse para ela, nem que fosse de relance, seus olhos se desviariam e ele seria responsável por um engavetamento de doze carros.
Seus nervos já estavam tensos pelo modo como o perfume dela se espalhava pela
caminhonete, fazendo cócegas no nariz, provocando seus sentidos e o deixando mais excitado do que deveria ser permitido.Respirando para se acalmar, ele respondeu:
- É surpresa.
- Ah, eu adoro surpresas - disse ela secamente.
- Corta essa, Lil. Você esqueceu com quem está? Eu sei o quanto você adora surpresas. Droga, você chorou quando fizemos uma festa no seu aniversário de 16 anos.
Ela cruzou os braços.
- Lembra? - Cole lutou contra a vontade de tirá-la do mau humor. - Você estava
tão feliz porque minha mãe e meu pai pagaram pra todo mundo ir àquele show dos Backstreet Boys. Você foi ao camarim e conheceu o Brian e anunciou que ia se casar com ele.Ela bufou e depois riu.
- Caramba, como eu amava os Backstreet Boys.
- Todas as garotas amavam. Eu, no entanto, queria incendiar o trailer deles e vê-los morrendo bem devagar e de um jeito agonizante.
- Você e todos os caras por aí - provocou ela.
- Então, admite. - Ele entrou na rua transversal. - Você gosta de surpresas.
- Cole Sprouse, você está me levando para ver os Backstreet Boys?
- Não. - Ele deu de ombros. - Graças a Deus. Estou levando você a um lugar que te fará ficar feliz, e não voltar aos gritinhos agudos dos 16 anos.
- Feliz? - Ela mexeu no rádio. - Hum, o que você sabe sobre me fazer feliz? Você me jogava pedras, me ridicularizava, me provocava e me perseguia. E acha que conhece um lugar nesta cidade que vai me fazer feliz?
Naquele instante, ele olhou para as pernas, o rosto, os olhos, os lábios dela e respondeu com confiança:
- Sim, acho.
Lili olhou para ele com os olhos semicerrados e depois voltou a olhar pela janela. Era melhor que eles não conversassem. Ele estava ficando mais apegado a cada minuto, e ela ia embora dali a alguns dias. Dois, para ser bem exato.
O coração dele se apertou.
Ele ia superar.Do mesmo jeito que superou no ensino médio? Suas lembranças diziam que não era provável.
Respirando fundo, ele virou na rua certa. O caminho todo foi tranquilo, até ele ver a placa e entrar no estacionamento.
- O zoológico - declarou Lili. - Você vai me levar ao zoológico?
- Não fique tão impressionada - provocou Cole. - Talvez a gente encontre um idiota que se pareça com o meu irmão! Talvez eu esteja sendo otimista demais. - Ele suspirou, estacionou na primeira vaga disponível e desligou o carro.
- O que te faz achar que isso vai me deixar feliz? - Lili não se moveu. O cinto de
segurança ainda estava preso; os braços, cruzados.Cole soltou o próprio cinto de segurança e se inclinou em direção a ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
THE BET. (Concluída)
Romance"Eu tenho uma proposta para você". Lili deveria ter fugido assim que ouviu essas palavras do milionário Dylan Sprouse. O amigo de infância que ela não via há anos é hoje um dos homens mais poderosos e cobiçados de Seattle. E ele precisa de um favo...