Rain Miller
- Você pode, pelo menos, me contar para onde a gente ta indo? - Pedi ainda sendo puxada pelo Marcus.
Eu já quase cai umas 3 vezes e esse vagabundo continua me puxando igual um saco de batatas.
Se ele estivesse puxando o meu cabelo, invés de quase arrancando o meu braço, seria una história completamente diferente.
- É uma surpresa. - Fez mistério. Tudo que eu conseguia imaginar, era ele sorrindo igual um idiota depois de ter falado isso.
Enquanto ele me levava pelos corredores, eu observei algumas salas e uma em específico me chamou a atenção.
"Sala de música"
- Vocês têm aulas de música? - Perguntei interessada.
- Não... - Respondeu o Marcus pensativo. - Não mais.
Eu apenas assenti um pouco decepcionada e após de subir mais uma escada e andar um corredor, o Marcus parou. Observei as portas e o letreiro que estava na nossa frente com uma cara confusa.
Um segundo depois, o meu rosto se distorceu de ódio.
Peguei o extintor da parede e me preparei pra jogar no Marcus.
- Você me fez andar isso tudo pela droga de uma biblioteca? - Reclamei irritada.
A gente estava no último andar do colégio, um lado das paredes era todo de vidro e dava uma bela visão para uma floresta que eu nunca notei.
Era lindo de se ver.
Antes que eu conseguisse acertar aquela cabeça idiota com o extintor, o Marcus recuou assustado.
- Se você jogar isso em mim, vai ser agressão contra animais. - Se defendeu rapidamente e eu fiquei ainda mais brava.
- Por que você é um cachorro? Um burro? Um cavalo? Uma mula? - Questionei andando na direção do Marcus enquanto ele ainda recuava por medo.
É melhor ele sentir medo mesmo, porquê eu vou espancar ele com esse extintor.
- Eu ia falar "um gato" mas cavalos são pirocudos, então eu acho que também serve. - Fez piada e eu puxei ele pelo moletom trazendo os nossos rostos mais pra perto.
Isso foi um erro...
De perto, o sorriso idiota que enfeitava sua boca avermelhada e tentadora, parecia ainda mais bonito e charmoso. Os seus olhos castanhos penetravam nos meus verdes com intensidade.
O peito dele subia e descia lentamente e ao mesmo tempo irregularmente.
Eu quase esqueci que o meu foco era dar uma surra nele quando a sua mão deslizou lentamente pela minha cintura.
Ele usou a mão que passou pela minha cintura pra arrancar o extintor das minhas mãos frias e mortas, eu sai daquele encantamento todo, ficando ainda mais brava.
- Seu grande...
- Não esquece quem tem o extintor agora. - Ameaçou com um sorriso vitorioso e eu ri desacreditada.
- E você vai fazer o quê? Me pintar de branco? - Usei o sarcasmo.
- Então você quer recriar aquela cena do livro? - Provocou com um sorriso de lado.
- Idiota. - Falei bem próxima do rosto dele e o sorriso dele só aumentou.
O Marcus se afastou de mim e colocou o extintor de volta na parede, logo se virando pra mim.
- Eu te trouxe aqui por um motivo. - Caminhei até ele ainda com raiva. - A biblioteca é um dos únicos lugares que não fica trancado durante o fim-de-semana. - Explicou.
- Eu nem sei ler. - Protestei.
- Você tava lendo um livro ontem. - Me lembrou ele e eu revirei os olhos.
Droga...
Eu realmente preciso aprender a mentir melhor.
- Eu tava lendo um livro que tinha putaria, é diferente. Todo mundo sabe ler putaria. - Expliquei e o Marcus gargalhou diante do meu discurso de vagabunda safada.
- De qualquer jeito, a gente não está aqui pelos livros. - Falou e eu aumentei a minha careta confusa.
- E o que a gente veio fazer na biblioteca então? Você quer transar na biblioteca? - Sussurrei confusa e ele me olhou surpreso.
- Continuando... - Riu voltando ao assunto inicial. - O que muita gente não sabe, é que a biblioteca tem uma pequena passagem secreta. - Contou abrindo as portas de vidro da biblioteca.
Ele me puxou mais uma vez pela mão, dessa vez, para dentro da biblioteca.
O cheiro agradável de livros invadiu as minhas narinas e eu tive vontade de pegar um livro e ficar cheirando pela eternidade.
Desejo de drogada...
O que eu faria, se o idiota do Marcus não tivesse começado a me puxar pela biblioteca.
A gente deu tantas voltas que eu jurei que estávamos fugindo de um maconheiro.
O que não faria sentido, já que eu sou a maconheira.
De repente, o Marcus parou, na frente de uma estante de livros.
Eu encarei aquela estante com uma careta e me perguntei quantas vezes eu já fiz essa careta confusa desde que cheguei nesse colégio de loucos.
- Eu não sou mágica, não sou fantasma, não sou bruxa e muito menos vampira pra atravessar paredes. - Peguei um livro e comecei a bater no Marcus.
O Marcus puxou o livro das minhas mãos e segurou as mesmas apenas com uma de suas mãos.
Ele me deu um sorriso e caminhou até à janela que estava do lado da estante de livros, destrancou e abriu a mesma, se virando pra mim.
Eu ignorei ele e caminhei até a janela.
Se ele tá sugerindo suicídio, eu quero saber se a queda vai me matar mesmo ou apenas me deixar paraplégica.
Eu não só vi uma queda absurda, mas também como uma escada.
- Não que a minha vida seja tão preciosa mas se eu vou arriscar ela só pra seguir você, eu quero saber o que tem no final da escada. - Falei e o Marcus mordeu o lábio inferior para esconder o sorriso.
- O terraço.
continua...
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O Colégio Interno
Teen FictionRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...