Capítulo 32

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Manuela

Cinco anos longe dessa cidade e em meu peito um medo me rondava, minhas pernas tremiam com a certeza que eu não podia mais fugir, a insegurança me cercava, porque mesmo longe de Edgar o sentimento que eu tinha por ele ainda estava ali no meu coração, principalmente por ver ele em nossa filha. Eu o amava muito, o fato dele não querer lutar por nós me machucou muito, ele me magoou e isso me dói até hoje.

- Mamãe já chegamos?

- Já chegamos meu amor!

Duda abri um lindo sorriso, ela estava ansiosa por vir na cidade onde eu nasci, ela ficou duas semanas inteiras questionando sobre o tio Cris, seu avô Sebatian e sobre a titia Sasha, nunca escondi da minha filha nossa família, eu mostrava a ela fotos e contava histórias, as melhores possíveis, ela sorria e não via a hora de conhecer eles pessoalmente.

- Amiga vou indo, amanhã a gente se vê na universidade! - disse Karen.

- Dinda um abraço! - disse Duda manhosa abrindo os bracinhos para que Karen a pegasse do meu colo.

As duas eram inseparáveis, Karen a amava muito e colocou na cabeça da minha filha que era sua madrinha, eu ria com a sua loucura, mas eu não desmentia, afinal Karen era minha melhor amiga e me ajudou muito nesse período, as vezes ela era a própria criança só pra agradar minha pequenina.

- Vem aqui meu amor, a dinda ama você viu!

- Eu também te amo dinda.

Karen esfrega seu nariz no pescoço de Duda e a mesma cai na gargalhada.

- Por favor dinda, ai assim não, para, para, para...

- Eu não aguento tanta fofura!!!

Eu sorria com a felicidade da minha filha, olhei para as duas  - Vem mocinha, temos que ir, se lembra que você estava curiosa pra conhecer a família da mamãe?

- É verdade, tenho que ir dinda!

- Tchau meu amor - Karen colocou Duda no chão e cochichou no ouvido dela - E diz pra mamãe não ter medo! - eu ouvi e sorrindo balancei a cabeça em negação.

- Se quiser carona Manu eu levo vocês, acabei de alugar um carro! - disse Henrique vindo ao nosso encontro.

- Sim por favor, vamos?

Nos despedimos de fato e segui o caminho com Henrique, meu coração cada vez mais apertado, Duda ia no carro cantarolando o que deixa eu e Henrique bobos, foi quando ela parou de cantarolar que eu a olhei e ela estava com uma carinha pensativa.

- O que pensa tanto aí mocinha? - questionei.

- Será que sua família vai gostar de mim mamãe?

Meus olhos encheram de lágrimas, Henrique percebeu que eu estava emocionada, então pelo retrovisor do carro ele respondeu a ela - E tem como não gostar de uma fofura feito você princesa?

- É que eu estou com medo! - ela diz.

Seguro as lágrimas - Eles com certeza vão te amar meu amor, você é incrível!

Seus olhinhos brilham e logo ela coloca um sorriso no rosto, sem demorar Henrique para o carro.

- Estão entregues meninas!

- Obrigada Henrique! - digo.

- Tchau tio Henrique.

- Não vou ganhar nenhum beijo? - ele diz.

- Claro que vai!

Duda o beija e ele faz uma cara de apaixonado, eu sorri vendo isso, ele então me olha engraçado, eu levanto uma sobrancelha.

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