Manuela
Cinco anos longe dessa cidade e em meu peito um medo me rondava, minhas pernas tremiam com a certeza que eu não podia mais fugir, a insegurança me cercava, porque mesmo longe de Edgar o sentimento que eu tinha por ele ainda estava ali no meu coração, principalmente por ver ele em nossa filha. Eu o amava muito, o fato dele não querer lutar por nós me machucou muito, ele me magoou e isso me dói até hoje.
- Mamãe já chegamos?
- Já chegamos meu amor!
Duda abri um lindo sorriso, ela estava ansiosa por vir na cidade onde eu nasci, ela ficou duas semanas inteiras questionando sobre o tio Cris, seu avô Sebatian e sobre a titia Sasha, nunca escondi da minha filha nossa família, eu mostrava a ela fotos e contava histórias, as melhores possíveis, ela sorria e não via a hora de conhecer eles pessoalmente.
- Amiga vou indo, amanhã a gente se vê na universidade! - disse Karen.
- Dinda um abraço! - disse Duda manhosa abrindo os bracinhos para que Karen a pegasse do meu colo.
As duas eram inseparáveis, Karen a amava muito e colocou na cabeça da minha filha que era sua madrinha, eu ria com a sua loucura, mas eu não desmentia, afinal Karen era minha melhor amiga e me ajudou muito nesse período, as vezes ela era a própria criança só pra agradar minha pequenina.
- Vem aqui meu amor, a dinda ama você viu!
- Eu também te amo dinda.
Karen esfrega seu nariz no pescoço de Duda e a mesma cai na gargalhada.
- Por favor dinda, ai assim não, para, para, para...
- Eu não aguento tanta fofura!!!
Eu sorria com a felicidade da minha filha, olhei para as duas - Vem mocinha, temos que ir, se lembra que você estava curiosa pra conhecer a família da mamãe?
- É verdade, tenho que ir dinda!
- Tchau meu amor - Karen colocou Duda no chão e cochichou no ouvido dela - E diz pra mamãe não ter medo! - eu ouvi e sorrindo balancei a cabeça em negação.
- Se quiser carona Manu eu levo vocês, acabei de alugar um carro! - disse Henrique vindo ao nosso encontro.
- Sim por favor, vamos?
Nos despedimos de fato e segui o caminho com Henrique, meu coração cada vez mais apertado, Duda ia no carro cantarolando o que deixa eu e Henrique bobos, foi quando ela parou de cantarolar que eu a olhei e ela estava com uma carinha pensativa.
- O que pensa tanto aí mocinha? - questionei.
- Será que sua família vai gostar de mim mamãe?
Meus olhos encheram de lágrimas, Henrique percebeu que eu estava emocionada, então pelo retrovisor do carro ele respondeu a ela - E tem como não gostar de uma fofura feito você princesa?
- É que eu estou com medo! - ela diz.
Seguro as lágrimas - Eles com certeza vão te amar meu amor, você é incrível!
Seus olhinhos brilham e logo ela coloca um sorriso no rosto, sem demorar Henrique para o carro.
- Estão entregues meninas!
- Obrigada Henrique! - digo.
- Tchau tio Henrique.
- Não vou ganhar nenhum beijo? - ele diz.
- Claro que vai!
Duda o beija e ele faz uma cara de apaixonado, eu sorri vendo isso, ele então me olha engraçado, eu levanto uma sobrancelha.
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Pedaço de Papel
Любовные романыManuela uma virgem sonhadora em encontrar um príncipe encantado, mas todo esse sonho é destruído quando seu pai a promete para Edgar um homem mulherengo que gosta de farriar e curtir. Ambos querem ser livres, mas por um contrato entre as famílias se...