Capítulo Um

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— Daiyu, tenho uma entrega para você. — mamãe joga um uniforme que havia acabado de passar, sob meus braços.

— Mas eu não faço as entregas.

— Hyunjun não está aqui, então você será responsável por essa tarefa.

— Mas eu... — tento completar, mas sou interrompida por um empurrão da mais velha.

— E ande logo! O endereço está em um papelzinho na parte de fora do uniforme, o aluno é o Lee Min-ha, não se atrase por favor.

— Está bem. - suspiro.

Subo na bicicleta e vou a caminho do endereço que mamãe havia me passado.

— Colégio Shinhwa, — murmuro. — não parece ser tão longe daqui.

Me aproximo de uma grande portaria, tudo era tão grande e bonito, mas logo sou acordada de meu transe quando abordada por um dos guardas.

— Para que está aqui?

— Tenho uma entrega da Lavanderia Wang. — contesto.

Ele me analisa por alguns segundos, mas logo me dá passagem para que pudesse entrar na escola.

— Obrigada!

Me sinto um pouco perdida, tudo é muito grande, aquele guarda deveria ao menos ter me dado uma orientação. Acabo não demorando muito para me situar, avisto a porta de entrada e entro logo em seguida.

Alguns estudantes passam por mim e nem se arriscam em me olhar.

Que gente mal educada, nem um "bom dia" sequer.

Caminho mais um pouco e chego ao refeitório, onde grande parte dos estudantes estavam reunidos.

— Uau! — observo cada detalhe daquele refeitório, tudo era tão bem distribuído.

Haviam pratos ali que eu, nem ao menos, sabia pronunciar o nome.

— Lee Min-ha, ele está no telhado, eu o vi! — exclama um dos alunos.

— Ele está dando um showzinho de novo? — indaga outro aluno.

Todos correm atrás do garoto que se perde no meio da multidão.

— Lee Min-ha? — penso comigo mesma. — Lee Mi-ha, o garoto do uniforme!

Corro para onde os outros estudantes estavam, e vejo o menino caminhando sob a estreita mureta do terraço.

— Disse que ele não aguentaria por muito tempo, só se passaram três dias. - debocha outro garoto.

— É isso que vocês querem, não? — diz Lee Min-ha.

Ele parece machucado, o que está havendo?

— Tudo bem, farei como querem. — completa.

O garoto estava prestes a se jogar dali, mas eu o impeço.

— Espere, Lee Min-ha! Você não pode fazer isso senhor.

— Quem é você? — ele questiona.

— Eu tenho uma entrega. — mostro o uniforme. — É da Lavanderia Wang, são trinta Wons.

Ouço alguns burburinhos e risos vindos da multidão.

— Tudo bem, eu faço tudo por vinte e cinco, mas isso nunca aconteceu. — brinco.

— Depois que eu morrer, cobre da minha família.

— Ah, não seja assim. — bufo. — Espera... Morrer? Você vai mesmo morrer agora? Mas por quê? Você frequenta uma ótima escola.

— Aqui não é uma escola, é um inferno.

— Do que está falando? O inferno de verdade está lá fora. Já ouviu falar do inferno que é entrar na faculdade?

— Já ouviu falar no F7? — pergunta.

— F7? O que é isso?

— Quando você recebe um cartão vermelho, torna-se o alvo de todos os alunos da escola. Como eu.

— Como você permite que eles façam isso com você? — esbravejo. — Só os fracassados agem em grupos grandes desta forma. Se fosse na minha escola, eu pegaria todos e os mataria.

— Eles têm sorte... Os seus amigos. — ele abre um sorriso ladino.

— Como?

— Eles têm uma amiga como você.

— Imagina. — eu sorrio envergonhada.

Quando o garoto finalmente se prepara para pular, eu o agarro, fazendo com que ele fique pendurado sobre meus braços.

 Depois de alguns segundos finalmente percebo o que estava fazendo, e o trago com muito esforço para a superfície.

— Você está louco? Poderia ter morrido! — exclamo.

— E você me interrompeu, que ótimo.

— Lee Min-ha! — uma mulher se aproxima de nós. — Lee Min-ha, o que pensou que estava fazendo?

Ele apenas desviou o olhar, se voltando ao chão.

— Pode deixar ele comigo. — ela analisa todos os estudantes que ali estavam. — E quanto a vocês, voltem às suas atividades normais, não tem nada para ver aqui.

— Está bem, mas... Como eu digo isso? — coço a nuca.

— Eu fico com isso, — ela pega o uniforme de minhas mãos. — volte para casa.

— Obrigada senhora! — faço uma reverência.

— Pode me chamar de Jina. — ela sorri.

— Então obrigada, Jina.

Olho por uma última vez para o garoto, que se recusa a olhar para mim, e sigo meu caminho para casa.

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