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2020.12.10

18:00

TEXTO 30

"Pelas barbas do profeta!", vociferou Henry, pela milésima vez.

Era nítido sua frustração, já havia se passados dias de tentativas falhas, não importava quantas poções para que as portas que "me levariam a perdição", fossem fechadas, todas as vezes, eu retornei lá e todas elas estavam intactas, não haviam sido fechadas para mim, nem mesmo aquelas que ele queria que trancasse.

"Henry, Yun não se alimenta direito a dias, sempre tendo que beber suas poções, ela precisa descansar e nós também. Olhe em volta, estamos esgotados!", Jeon disse seriamente e o mais velho apenas acenou.

"Que seja. Amanhã de tarde, quero ela aqui para tentar novamente!", ordenou.

Por mais que em minhas lembranças, somos uma família unida e feliz, sinto que isso não é verdade, como eles agem, não parece que somos aquilo que dizem. Jeon, Jimin e Hoseok, me tratam super bem, já as outras garotas, apenas Madelyn é a mais amigável, pois Anne e Stefany nem mesmo me olham nos olhos. Henry por outro lado, sinto uma energia diferente, da que sinto pelos outros, algo nele me assusta, às vezes.

Retornando para meu quarto, pude suspirar aliviada depois de alguns dias, mesmo que meu corpo estivesse "bem", minha mente estava em um estado crítico, toda aquela "viagem" me deixou cansada mentalmente, mas nada que um banho e uma ótima noite de sono não resolvesse. Meu corpo relaxou quando entrei na banheira, que estava cheia de água morna, e por mais que quisesse relaxar, ainda não conseguia parar de pensar em tudo que aquele homem me disse.

"Quem será que é esse homem…?", suspiro, encosto minha cabeça na parede atrás de mim e fecho os olhos.

As imagens do que havia acontecido me ocorrem, minha curiosidade sobre quem era o indivíduo só aumentava, principalmente, por saber que Henry queria tanto me afastar dele. O barulho da porta se abrindo, me faz retornar a realidade e abrir os olhos imediatamente, olho em volta e vejo o mesmo lobo da primeira porta. Isso era um sonho?

"O que você…", ele continua a me encarar por alguns segundos e some em seguida, me fazendo levantar rapidamente e procurar meu roupão.

Ao sair do banheiro, não o vejo mais, o que me fez ter certeza de que aquele podia ser apenas um sinal do meu estado crítico mental, então, apenas deixei aquele ocorrido de lado e vesti meu pijama, logo me deitando na cama.

Porém, quanto mais as horas se passavam, mais me revirava na cama sem conseguir adormecer, estava tão cansada a ponto de não conseguir dormir, que patético. Olhei brevemente para a janela, vendo os primeiros flocos de neve despencaram, sorri abismada com aquilo e corri para vê-los.

"Não acredito. Está nevando!", exclamando animada.

Apressada, pego o meu casaco e sigo em direção da porta, ao abri-la, vejo que todas as portas estavam fechadas e não havia uma fresta de luz por baixo, o que significava que todos ainda estavam dormindo, principalmente Henry. Silenciosamente desci as escadas, passo pela cozinha e abro o armário, vejo o grande pote com biscoitos que tanto amo, tento pegá-los, porém estava quase que impossível de alcançá-los, meus dedos nem mesmo os tocavam. Porém, o inesperado aconteceu, um par de mãos grandes e esbranquiçadas, alcançou sem nenhum esforço o meu pote, sinto sua respiração em meus pescoço e paraliso no mesmo instante, alguns segundos se passam e me viro lentamente para encará-lo.

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