|Capítulo 21|

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Christopher Cannon

Nosso segundo jogo da temporada seria na quinta-feira a noite, por isso treinamos durante a quarta-feira até a noite e, quando cheguei em casa, cai na cama sem nem jantar.

Não tinha noticias da Isabella e do que ela conversou com o Wostden desde a terça-feira, ela não mandou mensagem e não respondeu a que eu mandei mais cedo. Mas, Peter foi jantar na casa dela depois do treino e como não falou nada, acredito que esteja tudo bem. Ou pelo menos espero que esteja.

Estar com a Isabella, ficar com ela e rir de algumas frases bobas que ela solta quando estamos juntos faz com que eu me sinta bem de uma maneira diferente, mas ai ela muda no momento final, dizendo que não significa nada e que não mudamos em nada.

Eu sei que as coisas seriam estranhas e complicadas para nós, que nos odiamos e que ela declarou guerra contra mim ainda criança, mas crescemos, e eu esperava que pudéssemos pelo menos se comportar como adultos agora que ambos estamos na Universidade. Porra, eu já tenho 21 anos. Não posso mais ficar brincando.

Na quinta-feira as aulas da manhã passam rápidas e quando vejo o professor já nos liberou, saio da sala e escuto alguns colegas me desejando sorte no jogo de mais tarde e que estão ansiosos. Não acredito em sorte no jogo. Acredito no potencial e na força dos meus jogadores.

– Cannon! Amigo! – não preciso levantar a cabeça para saber a quem pertence a voz debochada que se direciona a mim, quando o encaro, ele tem um sorriso no rosto junto de seus amigos – Como vai?

– O que você quer?

– Nada. Apenas ouvir as novidades. – o sorriso debochado e as mãos abertas me dizem que ele aprontou alguma coisa, e quer que eu lhe peça.

– Novidades?

– É! Não tem nada novo? – ele diz franzindo o cenho – Que pena. Essa Universidade precisa de um agito de vez em quando.

– Se você quer apenas me encher a porra do saco, Wostden. – começo, respirando fundo – Sugiro que nos encontramos outro dia, por que eu tenho mais coisas a fazer hoje.

– Ah, sim. O jogo. Sei. – ele desdenha, dando de ombros – Bom jogo para vocês. E boa sorte.

– Não somos nós que precisamos de sorte para ganhar, esqueceu quem foi a equipe que perdeu o primeiro jogo da temporada? – falo passando por ele, mas ele não parece se importar ou dar atenção a mim, continua com o sorriso debochado junto dos amigos.

Quando chego ao portão, meus dois amigos me esperam acompanhados da garota de cabelos avermelhados que parece vir me ignorando até o momento, mas me cumprimenta quando chego.

Isabella almoçou na nossa casa e conversou mais do que o normal, puxou assunto com todo mundo e pediu para o irmão se tudo bem ela ir ao nosso jogo hoje. Tenho certeza que fiz careta nesse momento, por que ela não precisa pedir, mas me mantenho quieto quando recebo um chute do Thomas por baixo da mesa.

Ela ajudou arrumando a cozinha e depois ficou na sala com o Thomas jogando videogame, mais rindo do que jogando. Subi para o meu quarto e dormi por menos de uma hora antes que o meu celular viesse a tocar e o nome do Treinando aparecesse na tela.

Nosso jogo era as 19hrs, mas as 17hrs eu e alguns outros caras do time já estavam no campo. Costumamos chegar duas horas antes, aquecer, conversar, tentar relaxar e entrar em campo focados.

Depois que o aquecimento acaba e as arquibancadas já estão tão cheias quanto no último jogo, entramos no vestiário, trocamos o uniforme de treino para o de jogo, preto e com nossos nomes e números.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora