Casamento🦋

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Naquele momento eu senti que meus olhos me traiam, era impossível, minha mãe aqui, de pé na minha frente me olhando tão fraternalmente e como se fosse correr até mim a qualquer momento. Eu tampei a boca com minhas duas mãos na tentativa de conter o choro.

— Meu bebê...— Ela veio estendendo os braços para mim — Está tão linda.

— Não! — Vociferei quando ela tentou me abraçar — Você some por onze anos e me chama de "meu bebê"? Eu vi você morrer! Como acha que eu estou com tudo isso?

— Olha, eu sei S/N, mas quando eu contar a verdade você vai me entender — Ela direcionou um olhar para Tom, ou Tomura, sei lá. Ele apontou para uma porta — Venha — Eu desviei a vista — Por favor — Suplicou e após um longo suspiro, eu à segui.

Entramos na sala não menos esquisita que a anterior e eu já não sentia mais o choro, eu sentia raiva, vontade de explodir alí mesmo e jogar na cara dela o quanto eu sofri por sua causa, contudo, eu à esperei falar.

— Vamos! já estamos aqui, queria me contar algo, certo?

— Sim — Pareceu tomar coragem — Desde o começo, eu armei tudo. Eu imagino que você já saiba bastante sobre mim, já que pelo que me foi informado, você falou com uma amiga antiga e com o herói Hawks.

— Como...Quer saber, isso não vêm ao caso agora, fale logo!

— Eu fugi para o Brasil para poder reencontrar seu pai, já que ele era um dos vilões mais influentes no país pela exportação ilegal de peças tendo a  melhor qualidade do continente, então quando consegui o dinheiro, foi a primeira coisa que eu fiz — Eu a olhei espantada — Mas a polícia ainda estava na cola dele, e foi nessa época que o bando dele aumentou, e por desconfiança, achamos melhor eu voltar para o Japão já que não era tão seguro no Brasil para nós não apenas por conta da polícia, mas também pelas facções rivais que eram ainda mais perigosas.

— Então você procurou o irmão do Takami.

— Sim, mas ele já não queria mais nada comigo e eu passei uns dois meses no Japão antes de voltar para a América mais uma vez — Sentou em uma cadeira parecendo cansada — depois, eu e seu pai combinamos que seria de fato melhor ele não ter contato com você, então nós vivemos aquela vidinha humilde até minha filhinha completar 5 anos de idade, quando outra facção descobriu minha identidade e me mandava ameaças diariamente, mas como o seu pai já estava tomando seu posto outra vez, eu considerei me juntar a ele, porém tinha em mente que esse não era um mundo para você — Lágrimas desciam de seus olhos acompanhados de soluços.

— Você armou o assalto — Eu estava desacreditada — Você sabia que conseguia regenerar, você permitiu que atirassem na sua testa! Tem noção de quantos anos essa imagem me assombrou?

— Eu passei noites e mais noites acordada tentando achar outra solução, mas já não havía — Respirou fundo antes de continuar — Seu pai mandou um dos capangas dele se passar pelo assaltante. Nós também tinhamos olheiros dentro da polícia, então instruímos um a entregar uma carta para o conselho de tutela infantil escrita por mim alegando que você era filha do meu ex-namorado S/P, eu sabia que ele não iria lhe receber, ele sempre me disse que quando se tornasse tão rico quanto qualquer um, nós teríamos uma grande família, mas sabemos que não foi isso que aconteceu.

— Sabe oque é mais assustador? — Ela negou — É não poder negar que eu sou parecida até demais com você — Já começava a marejar os olhos — Desde o começo...tudo que eu fiz os outros passarem...

— Não foi culpa sua, meu amor — Ela aproveitou minha fragilidade para afagar minha cabeça — Eu pretendia buscar você assim que Tomura concluisse seu projeto, nossas organizações trabalhavam juntos a algum tempo, eu já sabia sobre você e o inferno que tem passado, tentei buscar você todos os dias, mas seu pai dizia ser melhor esperar — Me orientou a acomodar-me ao seu lado — Não tem um dia da minha vida em que eu não sinta saudades.

LIBERDADE - [Bakugou/Tamaki]Onde histórias criam vida. Descubra agora