Cap. 11

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Lola narrando

Dias depois. Acordo como de costume, cansada e na agitação, arrumo Faith, dou um jeitinho na casa e me preparo para o trabalho. Tomo um bom banho frio, para despertar, li sobre isso uma vez em um livro sobre manhãs, administração do tempo, disposição, essas coisas. Comecei a me voltar muito para isso, numa época passada. Era uma prática saudável de viver, sinto falta. Acordar cedo, fazer yoga, meditar, beber shakes saudáveis, essas coisas.

Hoje em dia, mal possuo tempo para um banho. Termino, visto um vestido drapeado, saltos plataforma baixos, faço uma trança rápida no cabelo e nem faço questão de usar maquiagens.

Olho pro relógio e me espanto pois já estou atrasada. Assim como Faith. Corro até o quarto da mesma para busca-la, mas fico estagnada na porta. Com os ouvidos próximos à parede, escuto Faith cantarolando algo conhecido.

Assim que reconheço, sinto lágrimas descendo pelo meu rosto.

é uma música minha! ela esta cantarolando uma música minha e eu mal ponho para ela escutar!

Observo pela brecha da porta, ela esta cantando e dançando super animada. Nossa, que cena mais prazerosa de se ver.. de viver. Me agacho em frente sua porta. Estou inacreditada. Muito feliz. Quero tanto compartilhar isso com alguém.. mas ninguém entenderia a minha emoção por causa disso.

Um tempo depois, decido finalmente, interromper esta cena maravilhosa e adentrar ao quarto. Ela me olha e sorri.

- Já vaumos? - perguntou -

- Si.. - começo à dizer, mas paro - Na verdade.. quero que tire essa roupa e coloque aquele seu vestido favorito e sua sandália rosa favorita também!

- Vaumos sair?

- Sim.. hoje você não vai para a escolinha e mamãe não vai pro trabalhinho cantar, tá bom?

Ela faz que sim animada e troca de roupa. Neste meio tempo, mando mensagem para Taylor. Disse que acordei com a garganta doendo. E ele é super severo com questão do meu bem-estar e saúde.

Pego minha bolsa, a mochila de Fai, e juntas caminhamos pelas ruas de New York. Dessa vez, sem carro, apenas caminhando sob o sol e com o ventinho do outono soprando.

Levo-a ao shopping, ao aquário, ao playground, parque de diversões, sorveteria e à uma praça, onde deixo ela brincar e correr livremente com outras crianças lá presentes, enquanto eu me sento com as mães delas e juntas, observamos e conversamos sobre nossas filhas, como uma mãe normal, que vive uma vida normal. Ainda que não seja totalmente assim.

À tarde, após sairmos da praça, fomos direto à uma lanchonete, pedi para ela hambúguer, batata frita, milkshake e todas as besteiras possíveis.

- Hoje o dia é livre, aproveite! - digo à ela - Sem regras, sem nada, só vamos viver e nos divertir!- um dia ela entenderá isso melhor -

Se eu estou sendo uma boa mãe?

Ah, com certeza!

Por que eu finalmente entendi que ser uma boa mãe, não é ser perfeita, ser regrada, é apenas trazer conforto, diversão e companheirismo para minha filha. Ela tem que saber que estou com ela e que sempre será ela acima de tudo. Isso me faz uma boa mãe. Amor, cuidado e entrega.

Tiro uma selfie divertida com ela e posto no meu instagram. Logo, saio de lá antes que fãs, paparazzis ou haters nos achem..

(...)

Depois de um dia extremamente cansativo, caminhamos até em casa. Ela está radiante, e assumo, também estou. Ela está falando o caminho todo sobre o dia muito legal que ela teve. Falando sobre como gostou dos animaiszinhos do safari, e que quer morar lá quando crescer. Rio.

The Camp's GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora