38- Conflito interno

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Oscar

Eu já estava indo até a Dandara, quando por coincidência vejo ela passar por mim. Naquele mesmo instante eu buzino, foi o momento que ela parou sua moto para vir até mim. Assim que desci do carro, a Dandara veio até mim e me abraçou.

— Tá tudo bem. - digo a abraçando forte enquanto beijava sua cabeça.

A Dandara parecia realmente triste, mas eu ainda não sabia o que tinha acontecido.

— Quer que eu te leve em casa? Tá bem pra dirigir? - pergunto a olhando.

— Tô bem sim. - ela diz indo até a sua moto.

Ela voltou pra casa e eu a segui, não queria deixá-la só, pois ela precisa de mim, e bem.. acho que também preciso dela. Entramos na casa, depois de ter colocado o carro e a moto na garagem.

— Vou tomar um banho. - Ela diz desanimada entrando no banheiro do seu quarto.

Depois de alguns minutos resolvo ligar para o Cesar para saber como estavam as coisas por lá, e também avisar que passaria a noite com a Dandara. O Cesar disse que estava tudo bem e que sairia para jantar com o pai, não gosto da ideia dele ter voltado da cadeia e estar tentando ser um pai no qual ele nunca se esforçou pra ser, mas não custa deixar o Cesar viver essa ilusão.

— Aconteceu alguma coisa? - A Dandara pergunta assim que sai do banheiro.

— Não aconteceu nada. - Digo desligando o celular e colocando o mesmo no bolso e em seguida sento na cama.

— Oscar... - Dandara diz sentando ao meu lado e colocando a sua mão por cima da minha. — Algo te preocupa, você pode não acreditar mas eu te conheço bem ao ponto de perceber isso.

Minutos atrás ela parecia abalada e agora está preocupada comigo esquecendo de que na verdade era eu quem deveria estar preocupado com ela quando a vi vindo até mim. Mas sabia que não poderia mentir pra ela, então resolvi contar o que me incomodava.

— Então.. meu pai saiu hoje da cadeia. E você pode estar pensando que isso é ótimo, mas ele voltou fingindo que nada aconteceu, voltou dedicado a ser um pai melhor pro Cesar. - Respiro fundo ao perceber que aquilo me deixa com muita raiva.

— E por que isso não é bom? - Dandara pergunta deitando na cama ainda me olhando.

— Sei que parece óbvio só pra mim, mas esse lance de "pai" não vai durar. Depois de um tempo ele vai embora e isso vai deixar o Cesar na mão, eu não quero que isso aconteça de novo. - digo deitando ao lado da Dandara dando um longo suspiro.

— Talvez seja bom pro Cesar viver isso. - ela diz diminuindo a voz no final da frase. — Que hipócrita que sou. - ela diz baixo enquanto forçava um sorriso e logo pensei que poderia ter a ver com o motivo que a incomodava.

— Você quer me contar o que aconteceu mais cedo? - pergunto encarando seus olhos gentis que naquele momento pareciam tristes.

— Eu não sei se foi a Ana ou se foi a minha mãe, se é que eu posso chama-la de mãe. - diz com desprezo. — Não sei qual das duas entrou em contato uma com a outra, mas ela apareceu aqui mais cedo e... - ela dá uma pausa tentando conter as lágrimas.

Não sabia que falar sobre a mãe dela era tão difícil, mas sei que ela tentaria de tudo pra não chorar e por isso sei que está sendo difícil pra ela.

— Vai ficar tudo bem. - a puxo pra mais perto de mim.

— Eu a expulsei por que não tive reação, foi algo tão.. Eu só não sabia o que fazer. - diz em soluços. — Eu nunca pensei que fosse ver ela, mas sabe, não me arrependo de nada. - seca as lágrimas.

Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora