Capítulo 25 - Amanda

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Um cheiro forte de algo estragado me acorda. Minha cabeça dói e minha visão está embaçada. Está escuro, e eu não consigo ver onde estou. Escuto barulho de motor de barcos e pelo leve balançar eu sei que estou em um.  Minhas mãos e pernas estão amarradas na cadeira que eu estou, me impossibilitando de me mover, e minha boca está sendo tampada com um pano.

Droga... isso não está nada bom

Está tudo muito silencioso, tirando o barulho dos barcos próximos e uma goteira insistente à poucos metros de mim.

Aos poucos minha visão se acostuma com a pouca luz e consigo enxergar melhor onde estou.

O lugar e pequeno e úmido, com algumas redes de pesca espalhadas pelo chão. No canto esquerdo percebo algumas caixas com peixes dentro. Achei a fonte do cheiro horrível que me acordou.

Sinceramente eu não sei como vim parar aqui. A última coisa que me lembro e de sair da empresa e antes que eu pudesse entrar no meu carro eu senti uma dor forte na cabeça e tudo ficou escuro. Estou tentando me manter calma o máximo possível, mas a verdade é que estou apavorada. Bernardo disse que eu estava correndo risco de vida, e isso acabou de ficar assustadoramente real nesse momento.

Oh Deus.. Eu não posso morrer agora, não agora que encontrei a budega do amor que minha mãe tanto fala. Aquele que eu pensei existir um, em cada continente.

A dor na minha cabeça e o cheiro de peixe podre está me deixando tonta e à ponto de desmaiar outra vez. Fora esse balançar incessante do barco.

Expiro e inspiro muito calmamente. Preciso manter a calma...Não posso desmaiar, antes tenho que descobrir como sair daqui.

Os minutos se arrastam lentamente. Todo meu corpo dói, por está na mesma posição por muito tempo.

De repente a porta se abre. E um  homem vestido de forma impecável entra e sorrir para mim. Quando consigo visualizar melhor seu rosto levo um susto.

John Cameron

Eu conheço ele. Lembro de algumas vezes ver ele saindo do escritório do meu pai quando eu ia na empresa. 

Puta merda! Esse é o assassino dos pais do Bernardo.

Ele caminha devagar até parar na minha frente. Seu olhar é  carregado de altivez e orgulho. E ele sustenta um sorriso malicioso nos lábios.
Ele me causa nojo.
Ele me avalia dos pés a cabeça e quando volta seu olhar para meu rosto, seu sorriso aumenta.

— O Hoffman sabe escolher as putinhas dele bem. Você se tornou uma mulher linda Amanda. Ainda lembro de você quando era apenas uma pirralha. Talvez eu foda você antes de exporta-la para o bordel mais lixo da Turquia, seria um grande desperdício não me divertir com uma coisinha gostosa como você— Sua voz é baixa e controlada. Ele é frio em cada palavra.

Tento xingar ele de tudo quanto é nome, mas minha boca está amarrada, e tudo que consigo fazer é me debater.

Cameron me direciona um sorriso frio, e se aproxima de mim.

— Vou tirar isso de você, mas se gritar vou ter que colocar de novo. Me entendeu? — Pergunta. Aceno com a cabeça e ele tira  o pano da minha boca.

— Seu estúpido filho da puta!— vocifero.

— A gatinha é brava — ele zomba.

— O que você quer comigo seu desgraçado?— pergunto sentindo meu sangue ferver de raiva.

— Depois que eu me divertir o suficiente com você, vou manda-la para fora do país. Você é uma beleza rara, vai me trazer bastante lucro.— fala de forma casual. Como se fosse normal acabar com uma vida.

— Você não vai conseguir! Bernardo vai me achar e acabar com a sua raça! — Exclamo.

Cameron solta uma gargalhada sarcástica e me encara.

— Até ele chegar aqui, você já vai estar em um jatinho à caminho da Turquia, ele não vai poder fazer nada Amanda. — seu tom de voz e orgulhoso.— Você vai se divertir muito comigo! Vai até esquecer aquele merdinha do Hoffman.

Aproveitei que ele estava perto o suficiente e uso um pouco da minha aula de Krav Maga e num impulso eu bato minha cabeça na dele.

Imediatamente começa a escorrer sangue pelo nariz dele.

Ele mantém sua postura de superioridade e limpa o sangue com un lenço que tirou do bolso.

De repente sua mão bate no meu rosto com força. A dor se espalha pela minha mandíbula e eu solto um gemido de dor.

— Sua puta de merda!— Cameron exclama. — Você vai aprender a se comportar quando chegar no lugar que vou mandar você!

Encaro ele com ódio. Esse desgraçado vai ter o que merece, eu tenho certeza que o Bernardo  vai chegar a tempo....Ele precisa.

Sem falar mais nada Cameron sai do pequeno porão do barco, me deixando outra vez  sozinha.

A única coisa que posso fazer é esperar que o homem que  amo venha até onde estou.

Casados por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora